“Eu gastava todo dinheiro que arrumava com drogas”

Submerso nos vícios e na criminalidade desde os 11 anos, Edjefferson José da Silva, hoje com 41 anos, conta como um convite mudou sua história

Natural de Maceió, Alagoas, o auxiliar de estoque Edjefferson José da Silva, de 41 anos, chegou a São Paulo com 2 anos, quando seus pais se separaram. “Vim para São Paulo com a minha mãe para morar de favor na casa de um parente. Com muito esforço e trabalho, ela conseguiu juntar dinheiro para alugar um espaço com dois cômodos e o banheiro ficava do lado de fora. Aos 8 anos, eu já ia sozinho à escola. No colégio, comecei a reparar quanto a presença de um pai fazia falta”, relata. Aos 11 anos, ele conta que algumas pessoas que conheceu na escola apresentaram as drogas a ele. “Primeiro a maconha, depois a cocaína e as bebidas alcoólicas. No início, não me parecia nocivo, mas, com o passar do tempo, se tornou um problema. Eu usava drogas para preencher um vazio, mas, quanto mais as usava, mais parecia que o vazio permanecia. Ingressei no crime e, no começo, praticava pequenos furtos, mas, depois, vieram os assaltos a caminhões. Aos 16 anos, eu gastava todo dinheiro que arrumava com drogas. Quanto mais o tempo passava, mais eu me envolvia com os vícios e a criminalidade.” Esses problemas, porém, não o impediram de viver vários relacionamentos e ele teve cinco filhos.

Aos poucos, além dos vícios, Edjefferson passou a ter depressão.

“Havia muita solidão e vontade de morrer. Eu não tinha forças para mudar aquela situação e já estava sem dignidade perante minha família e meus conhecidos. A minha ficha caiu no dia que eu estava na frente da escola do meu filho bebendo e cheirando cocaína, o amigo dele apontou para mim e meu filho respondeu que não tinha pai. Mesmo sob efeito das drogas, aquela frase foi como uma flecha no meu coração. Me fez lembrar de tudo que eu tinha passado na infância e de quanto a presença de um pai me fez falta. Pouco depois, a pessoa com quem eu me relacionava quis se separar de mim e minha mãe quis me internar em uma clínica.”

Virando a página
Ele relata que, há sete anos, uma visita mudou tudo: “eu estava na casa da minha mãe quando um casal disse que existia solução para a minha situação. Bastava que eu buscasse a Deus. Esse casal me convidou para ir à Universal e, apesar de não acreditar, aceitei. Era minha última oportunidade antes da internação, que minha família já tinha decidido. Fui em um domingo e parecia que o pastor já sabia de toda a minha história. Me aproximei do Altar em lágrimas, pois não aguentava mais tanto sofrimento.

Me libertei definitivamente, me arrependi, fui batizado nas águas e me empenhei em buscar o batismo com o Espírito Santo. Hoje sou outro homem, responsável, amigo, companheiro, outro filho e outro marido”. Ele garante que encontrou a paz que buscava. “O Espírito Santo é meu tesouro, minha fortaleza e meu socorro. Ele me traz paz interior em meio às guerras, Ele é minha alegria. Se antes eu queria morrer, hoje, por causa do Espírito Santo, quero viver e levar vida àqueles que estão caminhando para a morte”, finaliza.

*Colaborou: Kaline Tascin

imagem do author
Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Guilherme Branco e arquivo pessoal