A um clique dos predadores sexuais
Criminosos usam redes sociais, games e até aplicativos insuspeitos para atrair crianças ou “recrutá-las” para prostituição. Responsáveis devem, mais do que antes, monitorar o uso da internet
“Nunca fale com estranhos” é um sábio e antigo conselho de pais e avós para crianças que, nesta era digital, deve ser levado ainda mais a sério. Pedófilos e proxenetas (exploradores de prostituição alheia) utilizam a internet para fisgar vítimas em redes sociais, jogos, chats, plataformas de vídeo e até mesmo em aplicativos que não chamam a atenção dos pais – inclusive um disfarçado como uma simples calculadora para fugir do controle dos responsáveis.
Recentemente, uma menina de 13 anos do Distrito Federal e outra de 16 anos, do Paraná, foram atraídas para o Ceará por adultos que se passaram por adolescentes, foram presos e podem responder por crimes de estupro de vulnerável e subtração de incapaz. As menores foram reencaminhadas às famílias e as polícias civis dos Estados envolvidos trabalham em conjunto nas investigações.
Esse crime não é raro. Adultos se passam por crianças para atrair as vítimas, assim como menores passam facilmente pelas barreiras de idade dos sites, pois basta um clique para que se registrem como maiores e se lancem na cova dos predadores.
Atenção constante
A delegada Arlete Silveira, diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), diz que é fundamental que os adultos orientem os menores sobre o uso da internet: “os pais ou responsáveis por essa possível vítima, criança ou adolescente, acham que ela estando ali, lado a lado, ao seu alcance visual, não pode se tornar uma presa fácil para quem usa a internet para atrair suas vítimas. A internet é a porta de entrada para um novo mundo que, se não for monitorado rigorosamente pelos responsáveis, pode ser um caminho sem volta”.
A PC-CE achou muito importante, pelos casos ocorridos, alertar a população sobre o perigo dos “predadores on-line”, como chamou os criminosos. A delegada Arlete recomenda diálogo familiar constante, uma vez que as vítimas ainda não têm o discernimento do perigo: “quando essa pessoa, menina ou menino, recebe uma proposta de conhecer alguém com quem só falou virtualmente, e de fato nem sabe quem essa pessoa seja, ela não tem entendimento de que pode estar colocando sua vida em risco”.
Os aliciadores usam várias táticas para atrair essa criança, segundo a delegada: “eles estão presentes em jogos eletrônicos, onde há um bate-papo; nos perfis falsos de aplicativos de relacionamentos, onde usam fotos e nomes falsos, mentem a idade, tudo isso para atrair a vítima. Então monitore, dê limites e prazos de navegação, pergunte e esteja inserido nas atividades virtuais com seus filhos”.
Um menor vítima de abuso pode ter consequências psicológicas graves ao longo da vida. Todo cuidado é pouco e menores de todo o mundo, tão conectado, estão sujeitos a esse perigo. Importante: não só homens aliciam menores, mulheres também cometem esse crime.
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