O #fiqueemcasa é para poucos
Dados mostram que apenas a minoria pôde usufruir do home office
A economia do Estado de São Paulo tem sido desmantelada desde o início da pandemia do novo coronavírus. O motivo é que a estratégia de paralisar as empresas, defendida pelo Governo de São Paulo e por parte das prefeituras, não se mostra eficaz contra a COVID-19. Na verdade, aparenta ser mais uma manobra política do que uma preocupação de políticas públicas sanitárias.
Em todo o estado, no terceiro trimestre de 2020, havia cerca de 3,5 milhões de pessoas desempregadas. A informação é do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), com dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Home office atende os mais escolarizados
É interessante notar que apenas uma minoria pôde se manter empregada por meio do home office (trabalho a partir de casa). Apenas 26% dos colaboradores da região metropolitana de São Paulo fazem parte dessa modalidade. Desses, 62,9% possuem ensino superior. Os dados também são do Seade, deste ano. Ou seja, somente uma minoria dos habitantes teve condições de trabalhar em casa. É um privilégio para poucos.
Há pessoas que defendem o #ficaemcasa como uma maneira de combater a COVID-19. Entretanto, é preciso estar dentro de uma bolha e pensar apenas em si mesmo para apoiar essa ideia. Porque, somente um seleto grupo tem condições de permanecer por tanto tempo trabalhando sem sair do lar.
A grande parte da população não tem condições de adquirir uma casa de veraneio, de morar em um apartamento com boas condições de conexão para entregar seus serviços por meios digitais. São pessoas que, muitas vezes, não tiveram a possibilidade de nem sequer concluir os estudos, precisam se amontoar nos transportes públicos (correndo risco, este sim real, de contaminação) para conseguir o sustento, dividem um único cômodo com outros familiares e, por vezes, não possuem acesso ao saneamento básico.
Parece que parte dos políticos e da mídia está desconectada com a real situação da maioria da população. Trabalham em um ambiente climatizado, com tecnologias, e acham que todos estão na mesma condição. O que nós temos visto são as liberdades individuais sendo cada vez mais reprimidas pelas autoridades. Porém, como sempre, a conta cai no colo de quem já estava sendo prejudicado. O clamor por um pouco de sensatez e equilíbrio por parte dos governantes segue alto e em bom som.
Por que não se trabalha campanhas educativas chamando a população à responsabilidade para com os cuidados individuais visando o coletivo? Ações como testagem em massa, isolamento de infectados, o distanciamento social, limitação de público nos espaços, o uso das máscaras, a higienização com frequência das mãos com álcool em gel e o combate eficaz aos eventos clandestinos são necessidades urgentes e de responsabilidade do poder público que não podem ser negligenciadas sob pena da continuidade de óbitos.
A sua parte
Portanto, você, que tem a possibilidade de exercer a cidadania durante as eleições, seja consciente. Não venda o seu voto, não se corrompa. É a oportunidade que você tem de escolher bons representantes, que tenham compromisso público. Além disso, saiba avaliar o que a mídia diz. Não acredite prontamente em tudo. Porque, pode ser que você se torne mais uma vítima da manipulação por parte da agenda dela.
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