México: Governo escondeu 61,4% das mortes por COVID-19

Com novos números, é o 2º país com mais vítimas

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O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, do esquerdista Partido de la Revolución Democrática (PRD), confessou que o número real de mortos por COVID-19 no país é mais do que o dobro do divulgado até então.

O anúncio foi realizado há algumas semanas e, desde então, Obrador e sua equipe não deram justificativas plausíveis sobre o porquê de terem escondido tantas mortes. Tampouco tomaram novas medidas de segurança para que a crescente epidemia seja barrada no México. Obrador apenas comentou que muitas pessoas morreram em casa, o que dificultou a contagem.

De acordo com o Ministério da Saúde local, até o dia 7 de março eram contabilizados 126 mil mortos pela doença.  O número revisado chega a 321 mil pessoas mortas até 7 de março. Isso significa que 61,4% das vítimas de COVID-19 ficaram escondidas na “dificuldade de contagem”.

Desde então, pelo menos outras 30 mil pessoas morreram pela doença. Isso faz com que o México seja o segundo país com mais vítimas da doença, à frente do Brasil (314 mil) e atrás apenas dos EUA (550 mil).

A diferença é que a população brasileira é de 214 milhões de pessoas. Os EUA têm 328 milhões de habitantes. No México vivem “apenas” 127 milhões. Proporcionalmente, a tragédia mexicana é duas vezes mais catastrófica do que a brasileira ou a americana.

E, segundo Hugo Lopez-Gatell, que lidera a resposta do governo do México à pandemia, o país está à beira de uma nova onda de infecções em decorrência dos feriados católicos de abril.

Todos esses dados faz com que Obrador e seus aliados de esquerda sejam duramente criticados pelos mexicanos e pela comunidade internacional. Essas críticas somam-se às críticas pelo malsucedido combate ao narcotráfico, que domina 35% de todo o território mexicano, segundo o general Glen Van Herck, chefe do Comando Norte dos EUA (país vizinho).

Enquanto isso, a esquerda mexicana está focada em liberar o uso recreativo da maconha, que foi já aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados. Resta apenas a sanção do presidente para que a nova lei entre em vigor.

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Colaborador

Redação / Imagem: Getty Images