A superprodução Gênesis, da Record TV, vem suscitando algumas reflexões de telespectadores sobre como a trama foi construída. Apesar de ser baseada na Bíblia, a novela amplia a história de alguns personagens e traz elementos que não estão detalhados nas Escrituras Sagradas.

Como funciona esse processo de criação? Para uma obra grandiosa como Gênesis, foi necessário muito estudo e investimento, como, por exemplo, a viagem feita por parte da equipe a Londres, para visitar o British Museum, com o objetivo de pesquisar os achados arqueológicos de Ur dos Caldeus, cidade do patriarca Abraão.

Em seu canal no YouTube, o arqueólogo Rodrigo Silva explicou sua participação na produção e deu detalhes sobre o processo de construção de Gênesis e de seus personagens. “A Record TV me fez um convite oficial para que eu fosse um dos historiadores que dão as coordenadas na novela, um dos revisores em termos de questões de história, arqueologia e até algumas questões bíblicas e teológicas, ou seja, sou um dos consultores na área de história. Esse é o meu papel. Eu não sou autor nem diretor da novela, mas um consultor histórico com mais dois profissionais do Rio de Janeiro”, ressaltou ele, que também é teólogo, professor e curador do Museu de Arqueologia Bíblica do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

Silva pontuou que a montagem das cenas é um trabalho feito em equipe. “Os autores, especialmente a Raphaela Castro, que é uma das principais, estiveram sempre em contato comigo e perguntaram quanto a detalhes. Por exemplo, como era um leque daquele período, se as pessoas se abanavam, se elas se cumprimentavam dando as mãos, como se despediam na hora de ir embora, entre outras coisas. Fizemos ainda um workshop com os atores e atrizes para mostrar como era o comportamento naquela época.”

LICENÇA POÉTICA

Silva esclareceu que em muitos casos um personagem é citado na história bíblica, mas de forma resumida. Assim, para a construção da novela, foi necessário fazer adaptações e criar diálogos. Segundo ele, em algumas questões da trama da Record TV, os autores recorreram ao uso da licença poética. “São fatos que a Bíblia não relata claramente, mas, para construir uma trama, tem que ter a licença poética, como a criação de diálogos e de alguns personagens. A Bíblia, às vezes, resume uma história. Por exemplo, a luta de Abraão contra o anjo tem apenas um parágrafo, um capítulo da Bíblia, e foi preciso destrinchá-lo um pouco mais. Algumas coisas nós temos que atualizar um pouquinho até com o uso de anacronismo para ficar interessante para o público”, relatou.

O arqueólogo deixou claro que o ato de assistir à novela Gênesis não elimina a leitura da Bíblia, como alguns podem pensar. “O objetivo da novela não é substituir a leitura da Bíblia e não se deve usar a trama como um momento de devoção a Deus. Ela é, entre outros motivos, um estímulo a mais para que a pessoa possa ler a Bíblia, o livro no qual a novela se inspira. Então, com a novela, você tem um motivo a mais para ler a Bíblia”, destacou.

Silva relatou ainda que ficou feliz ao ouvir de alguns atores que eles passaram a ler e a ter interesse nas Sagradas Escrituras depois do papel que interpretaram na trama. Em relação aos telespectadores, o objetivo não é diferente. “Se as pessoas começam a ler a Bíblia e a estudá-la, até para checar o que na novela é bíblico e o que é licença poética, ótimo! É isso que nós queremos.” Para ele, a produção também pode ajudar outras pessoas ao fazer referência à Palavra de Deus. “Se uma pessoa de certa forma tiver um encontro com Deus a partir da novela, o objetivo foi alcançado, como em novelas anteriores. Soube de casos de pessoas que desistiram de se suicidar ao assistirem à novela Jesus”, completou.

Portanto, amigo leitor, não perca a novela Gênesis, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 21h, na tela da Record TV.

Acompanhe também as redes sociais da produção: @novelagenesis, no Instagram; e @NovelaGenesisRecord, no Facebook.