Estevão e Saulo: Dois homens, duas certezas
Duas histórias que mostram que Deus usa quem está disposto a obedecer, mesmo sem entender. Leia e reflita
Estevão emerge na série Paulo – O Apóstolo como um ícone de coragem inabalável. Confrontado pelas autoridades judaicas que o acusavam de blasfêmia, ele não recua nem um instante. Em vez disso, sua intrepidez brota de uma convicção profunda: cada palavra sua é movida pelo Espírito de Deus, e não pelo medo dos homens.
Até o fim pela Verdade:
Ele não apenas marcou a história como o primeiro mártir cristão — enfrentou com ousadia e intrepidez os fariseus e os seus acusadores para anunciar a Verdade. Em nenhum momento buscou se defender ou se justificar para preservar sua vida. Pelo contrário, com firmeza e convicção, Estevão confrontou a hipocrisia religiosa e expôs, com coragem, a dureza de coração daqueles que se diziam representantes de Deus.
Sua tranquilidade diante da morte é um testemunho poderoso. Mesmo sabendo o que o aguardava — o apedrejamento — ele permaneceu em paz, com os olhos voltados para o céu, vendo a glória de Deus e Jesus de pé à direita do Pai. Essa visão o fortaleceu para suportar até o fim. Estevão tinha plena certeza de que estava cumprindo a vontade de Deus, e essa certeza foi maior do que qualquer medo. Ele morreu orando por aqueles que o matavam, evidenciando o Espírito de Cristo nele.
A diferença entre estar convicto… e estar no caminho certo
Curiosamente, entre os que consentiam com a morte de Estevão estava Saulo, que também agia com convicção. Para Saulo, perseguir os seguidores de Jesus era defender os ensinamentos de Moisés. Ele acreditava que estava fazendo a vontade de Deus. Contudo, Saulo não era um homem mal-intencionado — era zeloso, sincero, determinado. Mas estava sinceramente enganado. Entretanto, sua religiosidade o impedia de reconhecer que Deus estava fazendo algo novo por meio de Jesus Cristo.
Ambos, Estevão e Saulo, foram até as últimas consequências por aquilo que acreditavam. A diferença é que Estevão estava do lado certo, cheio do Espírito Santo, enquanto Saulo ainda não havia tido um verdadeiro encontro com o Senhor. Ele era religioso, mas não convertido. Defendia a fé, mas ainda não conhecia a Verdade.

Ousadia, sinceridade e entrega:
Como Estevão, precisamos cultivar uma coragem que nasce da certeza de estarmos na vontade de Deus — mesmo quando nossas convicções nos colocam em rota de colisão com as “pedras” do mundo. E, como Saulo antes do encontro com Cristo, é fundamental ter integridade de coração: ser tão sincero na busca da verdade que, se formos corrigidos por Deus, estejamos dispostos a mudar de direção radicalmente.
Isso significa:
- Ouvir com atenção o chamado de Deus nas pequenas decisões cotidianas;
- Renunciar confortos pessoais ou projetos que nos afastem daquele chamado maior;
- Manter o coração aberto para reconhecer e corrigir equívocos, como Saulo fez ao se tornar Paulo;
- Descansar na paz de quem sabe que, ainda que não compreenda todos os passos, está nos braços do Pai.
Quando priorizamos esse chamado acima de tudo — acima de sonhos, medos ou expectativas alheias — entramos na dinâmica de cooperação com Deus, tornando-nos canais disponíveis para cumprir o Seu plano.
Chamado para todos nós
A história de ambos nos desafia profundamente. Como cristãos, somos chamados a viver com a mesma ousadia de Estevão e com a sinceridade de Saulo. Precisamos estar dispostos a defender nossa fé, mesmo diante de oposição, perseguição ou risco pessoal. Não podemos viver uma fé tímida ou superficial. A salvação é o bem mais precioso que temos — e devemos defendê-la com todas as forças.
Foi justamente essa sinceridade e integridade que tornaram Saulo apto para ser transformado em Paulo, o apóstolo dos gentios. Jesus o escolheu porque viu em seu coração uma disposição genuína de servir a Deus, mesmo que de forma equivocada.
No entanto, após o encontro com Jesus no caminho de Damasco, toda sua força, coragem e zelo foram redirecionados para a pregação do Evangelho. Ele se tornou, como Estevão, um homem disposto a morrer por sua fé.

Reflexão final
Deus ainda procura pessoas como Estevão e Saulo para usar, a fim de cumprir o Seu propósito. Desde sempre foi assim. Ele escolheu Noé, Abraão, Jacó, José, Davi, Maria, João Batista e tantos outros — não porque eram perfeitos, mas porque eram sinceros, obedientes e dispostos a renunciar seus sonhos pessoais para viverem o chamado divino.
O que Deus procura não é excelência humana, mas entrega verdadeira. Pessoas que digam “eis-me aqui”, mesmo que isso custe tudo.
E para você… o que é mais importante?
Você está disposto(a) a colocar a vontade de Deus acima dos seus próprios projetos, confiando que Ele transformará cada renúncia em um novo chamado cheio de significado?
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