Romântico, sábio e observador da própria vida. Essas são as três faces de Salomão que os telespectadores vão conhecer na nona temporada da Série Reis, chamada A Sucessão. Como o próprio nome sugere, esta nova etapa marca a transição do trono de Israel, que passa de Davi (Petrônio Gontijo) para seu filho Salomão (Guilherme Dellorto). Ele, que é fruto de um relacionamento que começou errado entre Davi e Bateseba, carrega uma série de conflitos que serão explorados nesta fase.

“A narrativa da nona temporada é justamente o quanto a insegurança de alguém o leva a tomar decisões erradas e só é resolvida quando há um real encontro com Deus. Salomão vai errar muito antes que isso aconteça, como temos mostrado desde a oitava temporada”, afirma a autora da série, Cristiane Cardoso.

Assim como as demais temporadas, A Sucessão também é inspirada em passagens bíblicas. O livro de 1 Reis, por exemplo, conta a história de Salomão desde a sua constituição como rei até sua morte. Entretanto há um detalhe especial nesta etapa que fará toda a diferença. Três livros bíblicos foram escritos por Salomão: Cantares, Provérbios e Eclesiastes. Cada um deles tem peculiaridades que dão pistas sobre a personalidade do rei, as situações que ele vivia dentro de casa e seu processo de amadurecimento.

“Cantares mostra o lado romântico e ingênuo de Salomão, o que nos leva a crer que foi seu primeiro livro, afinal, Provérbios já não tem nenhum romance, mas lições sobre todas as áreas da vida, inclusive a amorosa. Aliás, é no livro de Provérbios que vemos o quanto ele entendia de relacionamento e o que ele viu nas muitas mulheres que teve. Mas é no livro de Eclesiastes que vemos o resumo de tudo que ele viveu, pois ele chega às conclusões difíceis a que provavelmente só chegou nesse momento de sua velhice”, comenta Cristiane.

No entanto, apesar da grande quantidade de referências bíblicas, a Palavra de Deus traz poucos detalhes da história de Salomão e esse foi o maior desafio para a criação dela para a nona temporada, segundo Cristiane: “um exemplo é quando a Bíblia diz que ele se aparentou com o faraó quando se casou com uma egípcia. Não se fala mais nada a esse respeito, só que ele fez uma casa para ela e, quando vamos a Jerusalém, a tumba dela ainda está lá, como se ela tivesse sido realmente uma pessoa importante na vida dele e o que dá a entender que ela foi sua rainha.

Mas, no caso, se ela foi sua rainha, por que o seu herdeiro foi Roboão, filho da amonita Naamá? Além disso, Roboão tem 41 anos quando se torna rei, o que nos leva a calcular que ele tinha um ano quando Salomão se tornou rei, ou seja, ele teve esse filho antes de se casar com a egípcia. Por que a mãe de Roboão não foi sua rainha, já que foi sua primeira mulher? E por que não se fala nada dela a não ser que foi a mãe do filho dele? E mais: por que os nomes de seus filhos não são citados, já que ele teve mil mulheres, exceto os nomes de Roboão (Henrique Camargo) e de suas filhas Tafate (Oli Bela) e Basemate (Joana Freymüller)?”

Tantos questionamentos sem resposta obrigaram a autora a enxergar o que estava nas entrelinhas das descrições bíblicas e, ao adotar um contexto mais amplo, facilitar o entendimento do público. “A Bíblia não fala de nenhuma de suas esposas, mas em seus provérbios vemos o quanto ele entendia do como era a esposa rixosa, a virtuosa ou a briguenta e, então, usamos isso para criar algumas esposas para ele”, exemplifica. “Tudo isso acaba nos levando a criar, ousar e imaginar muito, afinal, a Bíblia não relata detalhes da vida de Salomão, como ocorre com Davi. Sinceramente, achei que não conseguiria escrever mais do que dez episódios, mas, pela misericórdia de Deus, escrevemos duas temporadas”, diz.

Ensinamentos para a vida real
Muitas pessoas já estão se envolvendo com a história de Salomão, fazendo seus julgamentos e questionamentos quanto às suas atitudes e ficando até inconformadas com as escolhas do rei. Mas é preciso lembrar que essa não é uma história fantasiosa, como as dos contos de fadas, mas uma trama que retrata a história de pessoas que realmente existiram. Além disso, a série traz ensinamentos que podem e precisam ser aplicados hoje. O foco do telespectador deve ser aprender com os erros e acertos daquele que recebeu a sabedoria divina e errou ao se afastar de Deus.

“As pessoas julgam muito Salomão por ele ter se casado com mil mulheres e não se dão conta da razão que motivou tantos casamentos: sua insegurança o levou a formar alianças com as nações vizinhas, simples assim. E, por mais que ele tenha se tornado o homem mais sábio do mundo, isso não o impediu de errar. Pessoas sábias também erram quando se afastam de Deus”, comenta Cristiane.

Isso ocorre porque, longe do Criador, a sabedoria alimenta uma suposta autossuficiência e a crença de que não se precisa mais de ninguém, o que leva ao egoísmo e a uma série de sentimentos negativos. “A sabedoria sem Deus é perigosa porque dá a sensação de que a pessoa sabe tudo, mas ninguém sabe tudo, só Deus. E, quando a pessoa pensa assim, ela não busca orientação divina, se acha conhecedora e experiente no assunto e, assim, para de confiar e depender do Altíssimo, que foi Quem deu a sabedoria a ela em primeiro lugar”, complementa.

Você pode acompanhar o desenrolar dessa história repleta de lições de segunda a sexta-feira, às 21 horas, pela Record TV ou pelo Univer Vídeo. Todos os episódios anteriores estão disponíveis na plataforma de streaming e você pode assisti-los em qualquer horário.