Você é influenciável?

As amizades podem interferir nas suas escolhas para o bem ou para o mal. Saiba como se proteger das más companhias

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Conviver com outras pessoas é importante para a nossa vida. Mas, ao mesmo tempo que dividimos com elas parte do nosso dia a dia, acabamos sendo influenciados por suas características.

Se elas possuem um comportamento agradável a Deus, certamente extraímos delas interferências positivas. Contudo, se têm atitudes incorretas, também somos induzidos por elas. Isso quer dizer que elas podem tanto nos ajudar a nos aproximar mais de Deus como também tentar nos tirar da presença dEle.

Não é raro vermos pessoas, principalmente jovens, que um dia tiveram um relacionamento com Deus e que agora estão distantes dEle muitas vezes por causa das amizades.

Em um programa da Rádio Aleluia, o bispo Domingos Siqueira afirmou que a convivência com outras pessoas é saudável desde que ela não interfira na intimidade. “Na faculdade, por exemplo, lógico que você tem a convivência com os colegas. Entretanto, você tem que separar as coisas. Uma é tratá-los bem. Outra é levá-los para sua intimidade, expondo sua vida e deixando que essas pessoas participem dela.”

Ele explicou como o cristão deve agir para não ser influenciado por quem não possui a mesma fé que ele. “Quando você está no trabalho e vem um convite para uma festa, você tem que ter o discernimento para saber até que ponto você vai se envolver. Você pensa ‘fora do trabalho não vou ter convivência, porque tenho minha fé’. Isso é se preservar do pecado.”

É preciso também atentar para a influência dos meios de comunicação. Enquanto estamos lendo ou assistindo algo, perdemos tempo absorvendo o que recebemos da mídia, como explica o bispo Celso Júnior. “É o que acontece com muitas pessoas. Elas acordam e é internet, é rádio, é televisão, é filme, são as redes sociais. Quer dizer, não sobra nem tempo para Deus, que deveria ser o primeiro.”

Ao agir dessa forma, a pessoa deixa de se concentrar na Voz de Deus. “Quantas pessoas ficam falando ‘Deus não me orienta, cadê Deus?, parece que Deus não me ouve, mas a voz dEle é suave, é branda. Ele tenta falar no seu íntimo, mas são tantas vozes que você nem consegue ouvir a Voz dEle”, ressalta o bispo Celso Júnior.

Influência que fez mal

A assistente administrativo Yara Ravagnani Vaz de Araújo (foto ao lado), de 25 anos, sofreu por causa das influências negativas que recebeu das amizades. Desde criança, ela frequentava a Universal. Mas, na adolescência, passou a conviver com pessoas que a afastaram da presença de Deus. “Eu sempre fui uma pessoa carente e não tinha amigos dentro da Universal. Foi aí que comecei a ter amizade com as meninas da rua da minha casa e da escola, que faziam coisas que eu não podia fazer, como sair e ficar com meninos. Parecia que elas tinham uma alegria que eu não tinha”, relembra.

Mesmo sabendo que suas colegas poderiam ser uma influência negativa, ela se envolvia cada vez mais com o novo círculo de amizade. Então, passou a ter atitudes completamente diferentes das que tinha anteriormente. “Eu mentia para meus pais e as brigas em casa eram constantes. Comecei a ter raiva da minha mãe, pois ela não me deixava sair.”

Aos 16 anos, ela acabou vivendo um relacionamento abusivo. “Meu namorado se aproveitava da minha fragilidade para conseguir o que queria. Me agredia verbalmente, falava que não gostava de mim, me traía e me tratava mal perto dos amigos dele.”

Yara somente percebeu que as companhias eram prejudiciais quando suas “novas amigas” se distanciaram. “Eu estava completamente sozinha, todos tinham me dado as costas, elas nem conversavam comigo direito. Só meus pais ficaram para me ajudar e mais ninguém.”

Yara, então, tomou uma atitude radical. “Um dia em que eu já estava esgotada e meu pai havia brigado comigo, não pensei duas vezes e tomei uma cartela de calmantes inteira”, recorda.

Depois de ter acordado e de ter percebido que não havia morrido, Yara compreendeu que Deus havia dado a ela uma segunda chance. “Terminei meu namoro, me afastei das amizades e fiz de tudo para tirar a mágoa que sentia da minha mãe. Voltei para a Universal e, então, tive um encontro com Deus”, resume.

Lobo vestido de cordeiro

O amigo verdadeiro é aquele que nos corrige e nos repreende quando necessário. Por isso, algumas das amizades mais perigosas são aquelas que sempre nos apoiam em tudo o que fazemos. Isso vale até para as amizades no meio cristão.

O fato de alguém participar de uma igreja não é garantia de uma amizade edificante. Na própria Bíblia, Paulo mostrou aos Coríntios que, mesmo entre cristãos, é necessário evitar influências negativas. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1 Coríntios, 15:33).

Veja também o exemplo de Amnon, um dos filhos de Davi. Ele falou para seu primo Jonadabe sobre o desejo que sentia pela sua própria irmã. Em vez de Jonadabe corrigi-lo e ajudá-lo, incentivou-o a descobrir uma maneira de assediá-la, o que culminou na morte de Amnon.

Portanto, avalie de que forma você está sendo influenciado pelas companhias que mantém. Se elas estão lhe distanciando de Deus, se afaste. Caso contrário, elas irão impedi-lo de avançar espiritualmente e conquistar as bênçãos.

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Colaborador

Por Janaina Medeiros / Fotos: Fotolia e Cedidas FJU Campinas