Esquerda e educação:a doutrinação ainda na infância

A luta pela mente das crianças é clara e, por isso, é preciso atenção na hora de escolher os representantes políticos

Há uma máxima que diz que as crianças são o futuro do Brasil. A lógica é bem simples: aquilo que for plantado ainda na infância criará raízes, crescerá na adolescência e amadurecerá na juventude. Já mudar ou moldar o pensamento de um adulto é bem mais difícil em quase todos os temas, inclusive na política. São raras as pessoas que ensinam política para as crianças, mas, de forma sutil, muitas ideologias são passadas para elas: é uma atividade pouco inocente aqui, um comentário de um profissional da educação politizado ali e as sementes vão sendo plantadas.Os ensinamentos ideológicos estão por toda a parte.

Doutrinas na sala de aula

Recentemente, uma escola considerada de elite em São Paulo, cuja mensalidade é estimada em R$ 12 mil, recebeu a indígena Sônia Guajajara para uma palestra. Ela é filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e teria realizado uma apresentação criticando o governo federal e o agronegócio brasileiro. Um dos alunos pediu para comentar o assunto e se colocou contra a opinião da ativista.

O que poderia ser visto como uma oportunidade para ampliar o debate foi encarado como uma afronta pelo professor organizador da palestra, que rebateu: “quando você entender o que é ser uma pessoa deste tamanho, você vai se lembrar desse dia com muita vergonha”. Ele ainda acrescentou: “me respeite porque eu sou um doutor em antropologia […] No dia em que você quiser discutir com a gente, traga seu diploma e a sua opinião fundamentada em Ciência. Aí você discute com um especialista em Harvard. Eu não tenho opinião. Isso é Ciência.”

De forma inapropriada, defendendo sua bandeira, o professor calou o estudante e manteve seu discurso junto à palestrante. A plateia, que reunia outros adolescentes, teria aplaudido as declarações. No final das contas, o áudio da cena viralizou e o professor foi pego na mentira: ele nem sequer tinha formação em Harvard, mas apenas a conclusão de um curso on-line oferecido pela instituição. Já o estudante disse que não foi a primeira vez que a escola convidou pessoas ligadas à esquerda para palestras. Agora fica a pergunta: se cenas assim acontecem em um dos colégios mais caros do Brasil, o que ocorre no ensino público?

Tendência mundial

Um estudo realizado por educadores brasileiros e divulgado em 2018 pelo jornal Gazeta do Povo entrevistou 288 professores de História de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Quase 85% dos professores brasileiros demonstraram preferência por votar em partidos da esquerda ou centro-esquerda.

Mesmo não sendo uma estatística oficial, o levantamento revela a tendência ideológica dos professores brasileiros. Não raramente surgem notícias sobre educadores que politizam discussões mesmo em salas de aula, promovendo o que muitos pais chamam de “doutrinação ideológica”. Nesses casos não há espaço para debates ou discordâncias.

Mas esse cenário de politização em prol da esquerda nas escolas não acontece apenas no Brasil ou em países sul-americanos. Tanto que no Estado norte-americano da Flórida o governador conservador Ron DeSantis viu a necessidade de instituir um dia dedicado às Vítimas do Comunismo. Não é um feriado, mas sim uma data em que todas as escolas públicas deverão separar pelo menos 45 minutos de aula para ensinar os estudantes sobre líderes comunistas e crimes cometidos em regimes autoritários, destacando a “supressão da liberdade de expressão, a pobreza, a fome, a emigração forçada e a violência sistemática”.

Sexualização Infantil

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), se viu obrigado a trocar 120 mil exemplares de um livro que, segundo uma comissão local, trazia linguagem e ilustrações inadequadas, além de temática com abordagem imprópria. O material, adquirido pela ex-prefeita Jaqueline Coutinho (MDB), em vez de proteger o público infantil, propunha reflexões inconvenientes para a faixa etária, incentivando a prática sexual. Nesse caso, os livros foram barrados antes de chegar às crianças, mas em outros casos isso não acontece. Por exemplo: desenhos animados e brinquedos ligados a grandes empresas têm abordado questões relacionadas ao sexo, assim como muitas músicas que as crianças costumam ouvir na internet. A verdade é que as crianças estão sendo expostas à sexualidade precocemente e os pais precisam estar muito atentos para protegê-las.

Questões de Gênero

O tema é polêmico, sempre volta à tona nos meios de comunicação, mas ganhou maior repercussão em 2014, quando o Ministério da Educação do governo Dilma Rousseff (PT) quis implementar a educação sexual no Plano Nacional de Educação (PNE), com promoção da diversidade de gênero e orientações sexuais. O projeto foi barrado por pessoas sensatas – tidas como conservadoras – que consideraram o tema inadequado para ser tratado em sala de aula.

Qual é o benefício de ensinar a uma criança que ninguém nasce com o gênero definido e que ela pode ser o que quiser? Esse tema, abordado superficialmente ou sem o cuidado necessário, pode confundir as crianças, que ainda não têm desenvolvimento cognitivo para entender o assunto e, na maioria das vezes, passam boa parte do tempo no mundo da fantasia.
É preciso sim defender o respeito a todos, mas sem encher a cabeça de crianças com informações que fazem ruído e buscam manipular seus pensamentos em formação.

Banheiros unissex e linguagem neutra

Os banheiros unissex foram criados sob o discurso de promoção da igualdade entre todos, mas, entendendo que essa ferramenta não promoverá maior respeito ou redução de casos de violência contra a população LGBTQIA+ e que a educação sobre o assunto deve ser feita pelos pais, que conhecem suas crianças, parlamentares de muitas cidades os proibiram.

Outra questão que precisou da atuação de políticos foi a relacionada à linguagem neutra. Em Porto Alegre, neste ano, vereadores proibiram o uso desse dialeto nas escolas – o que já está acontecendo em muitas cidades. Em julho de 2021, uma escola municipal distribuiu material com palavras escritas fora da norma culta da língua portuguesa. Termos como “menine”, “todxs” e “amigue”, que estão fora do dicionário, atrapalham a comunicação daqueles que possuem dislexia ou problemas visuais e causam dificuldade para a alfabetização infantil.

Se não houver parlamentares suficientes para lutar contra medidas como essas, como ficará a educação? Como será a sociedade se as crianças forem influenciadas pelas pautas que a esquerda tradicionalmente defende? Estamos perto das eleições. Escolha bem seus representantes e pense no futuro do País.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images