Dependência financeira vira obstáculo para mulheres denunciarem agressor
Curso permite que vítima de violência doméstica possa criar o seu próprio negócio
Segundo o Ministério Público, uma em cada quatro mulheres que sofrem violência doméstica, não denuncia o agressor porque depende financeiramente dele. Para ajudar essas mulheres a saírem dessa situação abusiva, o Projeto Raabe iniciou recentemente o curso de artesanato no Centro de Acolhida Especial para Mulheres em Situação de Rua- Maria Maria, localizado em São Paulo.
Segundo a assistente social, Sueli Plácido, a ideia do artesanato é para que elas consigam uma renda extra e que também sejam estimuladas a abrirem o seu próprio negócio. “No mês de setembro, pretendemos realizar uma exposição com as peças que estão sendo produzidas. Tenho certeza que além de ajudá-las financeiramente, o evento abrirá a visão delas para serem futuras empreendedoras”, explicou Sueli.
Na última segunda (22), elas puderam entender mais sobre esse mercado de trabalho e tirar dúvidas com a especialista em finanças, Patricia Lajes. A palestra trouxe ensinamentos de como se tornar uma empresária, como produzir, vender, valorizar o seu produto e ter estabilidade financeira.
Patricia ressaltou que é possível iniciar um novo negócio com objetos de materiais recicláveis, por exemplo. “Garrafas de vidro, retalhos, potes de sorvete podem virar peças lindas e rentáveis. Basta usar a criatividade e aproveitar as oportunidades”, explicou a especialista.
Como a casa de apoio abriga mulheres temporariamente, a psicóloga Amanda Orsini afirmou que, caso elas não estejam mais morando no abrigo, por terem conseguido um novo lar, será permitido que elas retornem semanalmente para concluir a atividade. “Nosso objetivo é ajudá-las a mudarem o rumo de suas vidas definitivamente, para que nunca mais se tornem vítimas de um agressor”, disse.
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