A solidão tem machucado você?
Sozinhas ou acompanhadas, muitas pessoas têm sentido a dor na alma provocada por este sentimento, mas há uma solução para ela. Confira
Muitas pessoas sofrem atualmente com a solidão e o sofrimento que ela causa está mais perto de nós do que imaginamos. Segundo um estudo do Instituto Ipsos, o brasileiro é o povo que mais se sente solitário no planeta. Cinquenta por cento dos brasileiros pesquisados disseram que se sentem só “muitas vezes”, “frequentemente” ou “sempre” – respostas que correspondiam às alternativas mais graves do questionário. Essa pesquisa, realizada em 28 países entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 com mais de 23 mil pessoas, surpreende, já que o Brasil é visto como um país cujo povo é alegre e sociável.
O segundo lugar no ranking da solidão é da Turquia, com 46% dos participantes se declarando solitários. Em seguida estão Índia e Arábia Saudita, ambos com 43%. A Polônia (23%), o Japão (16%) e a Holanda (15%) apresentaram os menores índices de solitários.
O estudo também apontou que 21% dos entrevistados acreditam que sua saúde mental será ainda mais atingida no último semestre deste ano, por causa do isolamento social adotado para combater a pandemia do novo coronavírus.
Por que tantos solitários?
Muitas pessoas se sentem sozinhas até quando estão acompanhadas. Estas fogem até do silêncio porque o vazio que sentem ecoa como um grito em sua alma. Em contrapartida, outras pessoas não se sentem solitárias mesmo quando ficam sozinhas. Elas entenderam a origem da solidão e tomaram providências para solucioná-la. Você vai entender o que elas fizeram ao ler as histórias a seguir.

A morte como fuga
Marco Aurélio Del Ângelo, de 51 anos (foto a esq.), comerciante em São José do Rio Preto (SP), sofreu na infância depois da separação dos seus pais. “Minha mãe se casou de novo e meu pai culpava os filhos por isso e até nos espancava. Então, cresci me sentindo solitário.”
Na escola, ele passou a consumir drogas para tentar compensar a solidão. Mas, com o passar do tempo, o efeito delas não lhe trazia mais alívio. Em razão do uso indiscriminado de drogas, aos 23 anos, ele já estava viciado. Ele conta como chegou ao fundo do poço: “me casei e tive um filho. Quis acabar com a solidão constituindo uma família, mas não foi nada bom por três anos. Eu não parava em nenhum emprego, era despejado e parentes me ajudavam com alimentos. Eu ficava vários dias fora de casa, dormia em obras e debaixo de pontes, e sem tomar banho”.
Por não ver uma saída, Marco Aurélio sentiu desejo de suicídio. “Eu pensava que o único jeito de parar com as drogas e de não sentir solidão seria me matar. Após três dias consumindo cocaína, decidi que tiraria minha vida de madrugada.” Contudo algo fez seu pensamento mudar: “liguei a TV e passava a programação da Universal, que para mim era sinônimo de roubalheira. Só que, quando percebi, já estava participando da oração e senti algo diferente”.
No dia seguinte, Marco Aurélio decidiu ir com sua esposa à Universal. “Começamos a frequentar e tudo foi mudando. O Pastor dizia: ‘buscai primeiramente o Reino dos Céus e todas as coisas serão acrescentadas’. Então, foquei nisso.”
Passado um tempo, já livre do vício, Marco Aurélio tinha se tornado evangelista. “Eu via muita gente drogada como eu no passado e, então, resolvi que queria definitivamente o Espírito Santo para mostrar àquelas pessoas que existia uma solução.”
Hoje, depois de ter recebido o Espírito Santo, ele tem consciência de que só a Presença de Deus é capaz de combater a solidão e os efeitos dela. “Eu lutava contra a solidão de mãos vazias, mas agora tenho as armas e o escudo da Fé. Mesmo durante a pandemia, com um lockdown bem rigoroso em minha cidade, não me sinto só. Sou obreiro e voluntário no grupo Universal nos Presídios (UNP). Eu também tenho minha casa, meu comércio com sede própria e sigo prosperando. O Espírito Santo me preenche 24 horas por dia”, finaliza.

Medo de ficar só
O vazio da solidão também fez parte da vida do segurança paulistano Everaldo Santana, de 52 anos (foto a dir.). Ele começou a se sentir solitário aos 7 anos. Naquela época, ele participava de oferendas de doces a santos. “Eu era uma criança rebelde, desobediente, malcriada e estúpida. Eu não tinha paz ou alegria e achava que todo mundo me odiava. Meus irmãos achavam que minha mãe gostava mais de mim eme agrediam.”
Everaldo sentia muito medo de ficar sozinho. “Eu não conseguia dormir e chorava muito nas madrugadas. Eu tinha vontade de sumir.” Quando se tornou adolescente, ele buscou na religião uma saída para preencher o seu vazio, mas conta que foi em vão. “Cheguei a sonhar em ser padre, em função da enorme necessidade de ter paz. No entanto a imagem do Senhor Jesus crucificado me fazia sentir pena. Eu questionava: ‘como aquele homem pregado a uma cruz poderiame ajudar?’”
Então, aos 13 anos, Everaldo começou a frequentar festas. Contudo o vazio interior permanecia. “Meu sorriso era falso e a solidão me machucava muito. Eu dançava, ria com os outros, consumia álcool, mas nada me satisfazia. O vazio não era preenchido com coisas ou pessoas.”
Everaldo pensou em tirar a própria vida em três ocasiões: “tentei cortar os pulsos uma vez e, em outras duas, me jogar de um viaduto em uma avenida movimentada. Eu achava que só assim encontraria a paz”. A mãe de Everaldo chegou a leválo ao médico para saber se ele tinha algum distúrbio mental, mas isso piorou a autoestima dele e os
problemas persistiram.
Até que um dia, Everaldo ganhou um rádio de uma prima, que sugeriu que ele ouvisse a programação da Universal. “O que o pastor dizia chamou a minha atenção e ele falava com quem queria parar de sofrer. Em seguida, minha prima me convidou para ir à Igreja e aceitei. Durante a oração, senti o peso sair e algo ficou claro: só o Senhor Jesus poderia me preencher.”
Everaldo mergulhou na decisão de se entregar ao Senhor Jesus: “comecei a participar das correntes de fé, ingressei na Força Jovem Universal (FJU) e passei a mostrar aos outros que preencher o vazio era possível. Enfim, entendi que o Senhor Jesus não estava mais na cruz e que eu poderia ter o Espírito dEle dentro de mim, que Ele estaria comigo todos os dias e me usaria para levar a outras pessoas o mesmo querecebi dEle”.
Hoje, Everaldo comemora a transformação do seu interior: “Deus me deu sabedoria e diz o quê, como e quando fazer. Ele me deu paz e domínio próprio, principalmente diante das injustiças”.
E o que Everaldo diz em relação à solidão que carregava? “Ela não existe, se estou com pessoas por perto ou não. As madrugadas de choro fazem parte do passado. Hoje, elas são dedicadas às orações e conversas francas com Deus e ao sono tranquilo depois”, conclui.

Solidão sem explicação
Gabriele Lima, de 36 anos (foto a esq.), é conselheira tutelar em Salvador, na Bahia. Ela conta como o esfriamento espiritual deu início à solidão em sua vida. “Comecei a me sentir solitária quando me afastei da Universal, depois do fim de um relacionamento em que eu colocava meu namorado em primeiro lugar. Não via razão para viver, apesar de ter boas relações no trabalho, na faculdade, na família e ter amigos.”
Ela procurava preencher o vazio que sentia em festas, bebidas e em relações sem compromisso com rapazes. Agindo dessa forma, ela acabou vivendo um relacionamento abusivo com um homem casado e, ao mesmo tempo, com outro rapaz. “Esse rapaz me dizia que gostava muito de mim e que queria algo sério, mas eu não desejava o mesmo e o iludia só para ter a companhia dele. Eu achava que não podia existir algo bom para mim no amor.”
Gabriele descreve qual foi seu erro naquele período: “eu tinha deixado de sacrificar minhas vontades, mesmo fazendo parte de grupos na Igreja. Eu fazia só o que eu queria e não dava espaço para que o Espírito Santo agisse. Por isso não tive sabedoria e coloquei um ser humano em primeiro lugar na minha vida, o que resultou em solidão e sofrimento. Caí na primeira oportunidade que o diabo teve para me afastar de Deus”.
Ela diz que não conseguia explicar aos outros o que sentia: “me diziam que eu deveria ser grata por ter uma boa família, um bom emprego, ir bem nos estudos e não me faltar nada. Eles não entendiam minha tristeza constante. O pior momento foi quando tentei suicídio, mas também foi quando olhei para trás, me lembrei de como era feliz com Deus e busquei ajuda”.
Gabriele relata que, naquele período, sua mãe lutava por ela na Universal. “Sempre atuante na Fé, minha mãe não desistia de mim. Suas orações me causaram aquela lembrança da vida com Deus e voltei a acompanhá-la às reuniões. Passei a olhar para a frente com uma atitude positiva.”
Depois de passar pelo processo de libertação, Gabriele buscou o Espírito Santo. Para tê-Lo, ela abandonou tudo que a afastava de Deus. Nesse processo, mais lutas vieram: “fui demitida e logo veio uma Fogueira Santa. Coloquei toda a rescisão no Altar junto com minha vida. Me entreguei a Deus e Ele se entregou a mim com Seu Espírito”.
Hoje, mesmo nas situações difíceis, Gabriele se apoia na Fé. “Perdi minha mãe em julho de 2020 por complicações da Covid-19, também tive a doença e minha mente foi bombardeada de todas as formas possíveis, mas, quando o medo me tentava, eu lembrava da frase: ‘o dia mau virá, mas temos que estar preparados’”.
Gabriele afirma que os dias têm sido difíceis durante a pandemia, mas que o Espírito Santo sempre a sustenta. “Todas as vezes que a solidão tentou voltar, recorri ao Espírito Santo, que sempre me orienta. Moro sozinha há oito meses, mas, hoje, me sinto em paz, feliz e os momentos de intimidade com Deus só crescem. Ele me completa em tudo”, diz.
É diferente para quem tem Deus
Como você pôde ler, Marco Aurélio, Everaldo e Gabriele tentavam evitar a solidão no passado, mas encontraram a solução para ela apenas com a Presença de Deus. Eles, assim como muitas outras pessoas, hoje têm o privilégio de fazerem como o Senhor Jesus fazia, quando ficava sozinho para se conectar com Deus. Não são raros os momentos na Bíblia em que Ele constantemente ficava longe de multidões e até de Seus apóstolos para se aproximar do Altíssimo. Mesmo ficando 40 dias em pleno deserto, sozinho, por exemplo, Ele esteve em comunhão com o Pai na certeza que não estava só, tanto que venceu as tentações provocadas por satanás.
O fato é que com a Presença de Deus, com o Espírito Santo, não há como se sentir sozinho, afirma o Bispo Edir Macedo em seu blog: “em Salmos 16.8, o rei Davi disse que, por fazer de Deus sua companhia constante, jamais tropeçaria. Então, por mais que esteja desacompanhado, alguém que leva o Altíssimo consigo nunca se sentirá sozinho, pois sabe que tem um amigo 24 horas por dia. Quer algo melhor?”
O Bispo adverte que isso não significa que o ser humano deva viver isolado. “Estando bem consigo mesmo e, principalmente, com Deus, Ele se encarrega de conduzi-lo a uma vida longe da solidão”, finaliza.
*Colaborou: Núbia Onara
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