A culpa não é da testosterona
O mundo vende a ideia de que alguns exemplos de mau caráter são “coisa de homem”. Grande engano
Quem nunca ouviu a frase “isso é coisa de homem mesmo” quando algum cara comete um desatino?
Muitos vendem como atitude “de homem” a infidelidade conjugal ou a promiscuidade, por exemplo. É lamentável que até mesmo algumas mulheres vejam com bons olhos e ajudem a divulgar quando um sujeito tem fama de “pegador”, alguém acostumado a usar outras pessoas para se autoafirmar.
A mídia também tem sua parcela de culpa ao exaltar mulherengos da vida real e da ficção, como aquele famoso espião britânico em cujos filmes mais antigos as mulheres eram somente objetos sexuais submissos ou entravam em cena para morrer. Não por acaso, a imagem de que “homem que era homem” tinha que beber e fumar era bem divulgada na época. A indústria do tabaco e do álcool agradecia.
Outra atitude que o mundo exalta é a ambição exagerada – mais conhecida como ganância –, que muitos tentam vender como “saudável”. Aquele que puxa o tapete de colegas, rouba da empresa ou sonega impostos é tido como “esperto”, uma máscara para esconder seu mau caráter.
Vencer custe o que custar costuma ser encorajado, inclusive em atividades esportivas ou somente de lazer. Não se iluda: muitos querem vencer só para cultuar o próprio ego, quando, na verdade, isso é um carimbo de mediocridade. A vitória perde o sentido.
Há também aquele que dirige feito um animal para provar que é “macho”. A alta velocidade (inclusive em ruas e avenidas nem um pouco apropriadas para isso) e o desrespeito à sinalização são práticas que, infelizmente, às vezes custam vidas ou deixam sequelas irreversíveis.
Claro, combater essas atitudes lamentáveis faz parte de ser um bom homem. Contudo é importante alertar o leitor para uma corrente de pensamento atual tão perigosa quanto a desculpa da testosterona, pois ela tenta combater não só essas práticas negativas associadas à masculinidade, mas outras características que definem um homem. Os adeptos dessa corrente tentam acusar tudo que é masculino como ruim, vendendo uma ideia de “nova masculinidade” com o objetivo oculto de enfraquecer os alicerces do que é ser homem de verdade.
Vide o que é mostrado de roupas em seções masculinas de lojas hoje em dia. Não é clara a tentativa de sabotar a masculinidade verdadeira com um disfarce de combate à tóxica?
Obviamente, aquelas coisas ruins vendidas anteriormente como sendo “de homem” devem ser evitadas, mas é preciso entender que o homem não precisa perder sua voz ativa e sua garra nem se tornar submisso a nenhum modismo.
Um homem pode, sim, se arrumar, se cuidar, ser gentil, respeitoso, educado, fiel, honesto, competente e, ao mesmo tempo, ter voz de comando (ou ser um comandado eficiente) e ser viril sem ser irracional. Claro, atitudes ruins como as citadas no começo do texto não são exclusividade masculina, mas um homem não deve usar os hormônios como desculpa esfarrapada para seus deslizes, pois é um ser racional e deve usar isso a seu favor, sobrepondo-se aos impulsos.
Além disso, é um ser espiritual. O homem com a Presença de Deus em si, o Espírito Santo, tem discernimento e sabedoria para agir com a razão e a inteligência, mesmo quando os hormônios tentam “falar mais alto”. Em um animal eles podem até “dizer” alguma coisa, mas aqui falamos de seres humanos. Sim, de homens à imagem e semelhança de seu Criador.
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