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Colocando a casa em ordem

Como isso aconteceu comigo?

Imagem de capa - Colocando a casa em ordem

Chata, implicante, exigente, intransigente – essa era eu como mãe. E não me enxergava. Não pensava ser tão “mazinha” assim. Aliás, a imagem que eu tinha de mim mesma era da boa policial. Lei e ordem eram meu lema.

Mas o pior erro de quem não se toca, é que sempre encontra uma justificativa para seu comportamento: “Ela precisa ser educada assim, ou não aprenderá; Eu tenho que tratá-la dessa maneira, só eu conheço a minha filha”. Sem falar da autocobrança, do medo de falhar, e do cliché “não quero cometer o mesmo erro dos meus pais”.
Minha filha aparentemente obedecia (por pura pressão), não era espontâneo. Resultado: um relacionamento unilateral, como se ela me aceitasse como mãe, mas por mera obrigação. Tipo: Fazer o quê?
Alguém quer trocar?
Foi aí que comecei a perceber o quão insuportável eu era.

Sabe aqueles momentos que parecem surreais…um dia, depois de falar, criticar, ameaçar, eu segui escutando minhas próprias palavras ressoando na minha cabeça! Como um eco de alguns segundos.

Pense: se já estamos vivendo em um momento de distanciamento social que vai acabar causando uma completa indiferença nas relações interpessoais – fora as distrações que são inúmeras, e cada um acaba se fechado no seu próprio mundo, imagine se você, como acontecia comigo, já tem essa tendência natural de ser um “repelente para humanos”? Fica complicado!

Geralmente só enxergamos nossos erros quando passamos por situações novas, fora da rotina, e que revelam aquela falsa imagem que criamos, que nos impede de ver quem realmente somos.
Como isso aconteceu comigo? Eu passei alguns dias fora de casa, e quando voltei, fui tratar de colocar a casa em ordem. Havia chovido, e as janelas estavam sujas. Comecei por elas. Mas sabe quando você está fazendo algo com a cabeça em outro lugar? Eu estava pensando em mim mesma, e buscando entender o meu comportamento. Foi quando olhei para a janela: eu já havia limpado a parte de fora, a que estava visivelmente mais suja. Mas só quando este lado ficou limpo, pude ver que o lado de dentro também precisava
ser limpo. Foi aí que “caiu a ficha”.

Só quando percebi a sujeira que estava dentro de mim, e tratei de limpar o meu lado, foi que pude ver com claridade em que poderia ajudar a minha filha a ser limpa, livre.

Como Jesus disse: Tire primeiro a trave do teu olho (Mateus 7:4)

Só então nosso relacionamento mãe e filha saiu do sistema prisional. Foi uma consequência da minha mudança de atitude. Ela percebeu em mim uma busca constantemente em não me acomodar com quem sou.
A nossa relação se tornou transparente, e agora sim, vemos com claridade uma a outra. Sem condenação.
Quanto às minhas manias de lei e ordem… tive que dar uma advertência a policial que havia dentro de mim. Funcionou 🙂

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Colaborador

Colaboração - Conselheiras do Projeto Escola de Mães