Hoje eu me aventurei na cozinha e testei uma receita nova. Foi algo meio elaborado, uma massa que repousava uma hora e meia e depois de aberta mais uma hora de espera, e o resultado foi uma super delicada textura esponjosa, e que no preparo final, eu não poderia tirar os olhos da panela.
Entre o barulho ensurdecedor do exaustor, e os meus olhos concentrados no fogão, chega minha filha e se posiciona ao meu lado e começa a falar comigo. E nesses momentos, a maioria das vezes você faz que escuta, e até responde, mas na verdade, nem sabe qual é o assunto…

Nesse caso em especial, não funcionou – ela queria que eu olhasse nos seus olhos, pra mostrar como fez seu delineado que ela estava testando em suas pálpebras. Eu até olhei, e disse que estava lindo, mas minha mente estava na panela ☹.

É assim que muitas vezes trabalha nosso cérebro, respondendo a comandos. Podemos até enviar várias ordens ao mesmo tempo, mas você acaba se desconectando da função humana e colocando no modo “executar”.

Ocupadas demais com o excesso de informação e distração, como dar ouvidos e responder devidamente?
E se já não atendemos bem os que estão ao nosso lado, imagina se vamos conseguir ouvir a Deus?
Para dar ouvidos é preciso isolar-se de todos os demais ao seu redor e concentrar 100% da sua nossa atenção no som que chega até você.

Damos ouvidos a quem queremos, priorizamos a quem valorizamos, e decidimos em que vale a pena gastar nossos gigabytes.

O “sufganyot” afinal fez sucesso, mas durou poucos minutos. A atenção e aprovação que minha filha queria, importante para sua auto estima, é algo que fará parte dela por toda sua vida.

Patricia Barbosa