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Castigada

Eu sempre dava um jeito de evitar o castigo. Por ser a mais caladinha e com carinha de “meiguinha”, eu aprontava e a culpa acabava caindo nos meus irmãos.
Maquinava meus planos maquiavélicos em silêncio… Calculava exatamente o momento de irritar, tomar o lugar, beliscar em total silêncio. Eu era bem mauzinha ☹
Quando minha mãe descobria que eu estava envolvida na bagunça, a raiva e o stress já tinham passado, eu acabava levando uma pena leve. Quando eu chegava a apanhar, existia algo tão resistente dentro de mim, que bloqueava a dor. Eu convencia a mim mesma de que não tinha doído.

Isso não me ajudou em nada – eu desenvolvi a arte de aparentar a perfeição, e isso implica em esconder os erros. As táticas que pareciam me dar vantagens na minha infância acabaram gerando um monstro que ocultava uma enorme inseguridade por detrás de uma aparência de impecável. Pura falsidade.

Não é inteligente desviar-se o castigo, nem tão pouco poupar o seus filhos dele. Sei que aqui entramos em uma área polêmica, mas não compete a mim te dizer como aplica-lo ou não, mas não deixe de faze-lo. Até porque é algo muito pessoal – para mim, deixar de ver televisão ou de ouvir música nunca foi castigo – então é você a responsável por saber o que trará a sensação de perda, e com ela a consciência de que é preciso uma mudança de atitude para voltar a ser merecedor do que mais se valora.

Essa lição se leva por toda a vida – o que planta, colhe.

Educação é bom, e cabe em qualquer lugar – nunca sobra. Eu nunca vi ninguém se queixar de fulano porque é excessivamente educado, você já?

Então fique atenta, porque para cada ação, corresponde uma reação da sua parte:

Exortar – é advertir, aconselhar. A famosa conversa ao pé de orelha. Deixar ciente da consequência das decisões que eles tomam. Os resultados vão depender dos seus argumentos, o que implica em pensar na melhor maneira para que eles te escutem. Isso definitivamente exclui lágrimas e gritos.

Corrigir – ajustar, adequar, refinar, concertar. Claro que já requer mais trabalho. Lixar dói, mas deixa mais brilhante e agradável a convivência. Seja sincera e não tenha receio em fazê-lo.

Castigar – punir, tachar. É colocar limites bem claros. É hora de usar seu “cartão vermelho” para que aprenda a viver respeitando as regras e as pessoas.

Quando corrijo eu de-monstro (adeus monstro!!!) o meu amor. Doí menos do que depois ver os filhos apanhando da vida.

Patricia Barboza