Você pode ser um sabotador e não sabe

Perda de talentos e danos na imagem da empresa são efeitos da síndrome de Procusto

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O cenário de crise e a luta das empresas para alcançar objetivos de curto prazo são hoje uma projeção da história de Procusto, um pousadeiro que, segundo a mitologia grega, torturava os turistas atando-os ao seu leito (que era exatamente do seu tamanho) e amputando ou alargando seus membros caso não se encaixassem na cama. Procusto representa a intolerância com as diferenças, explícita nas pessoas que são inseguras quanto a suas habilidades e que tentam atacar os outros para ofuscá-los.

No cenário atual de crise, a proliferação de “Procustos” nas empresas é constante. Com metas a curto prazo e foco em ganhar bônus, gratificações e promoções, a luta por resultados alça a bandeira de que os “fins justificam os meios”. Na chamada síndrome de Procusto, funcionários sabotam os colegas para impressionar os chefes ou pelo medo de que alguém atrapalhe sua carreira. O boicote pode ocorrer inconscientemente, por autoproteção, ou de forma proposital e consciente.

Para Luiz Eduardo Neves Loureiro, coach e diretor de desenvolvimento humano organizacional da consultoria 4winners, a principal causa dessa síndrome é a falta de lideranças nas empresas que garantam um ambiente competitivo saudável e de respeito. “Os objetivos de curto prazo dão lugar à fraqueza de caráter. O principal empecilho dos funcionários é saber lidar com o poder, a insegurança dos gestores, as promoções mal avaliadas e as disputas pessoais.”

O especialista atribui os casos de assédio moral nas empresas à síndrome e afirma que a inveja gera mais ocorrências de assédio do que as diferenças de gênero ou religiosas. Segundo a Organização Mundial do Trabalho, ao menos 42% dos brasileiros já sofreram assédio moral nas organizações. “Minha percepção hoje é de que os alvos principais são as pessoas que se destacam na empresa, uma disputa direta em função do cargo”, destaca Loureiro.

Aguns sinais

O sabotador é um individualista, que não acredita na troca de experiências. Em cargos de chefia pode ser um gerente não capacitado, sem habilidade de lidar com a equipe, ou alguém plenamente consciente do poder que tem para prejudicar. Loureiro adverte que não existe um “protótipo de Procusto” definido, nem sempre ele é o chefe ou o funcionário mandão. Ele pode estar travestido de gente boa, mas o boicote ocorre quando os projetos não avançam;ele monopoliza.

Veja abaixo alguns sinais importantes para saber se um funcionário da sua empresa padece da síndrome de Procusto – ou se você mesmo é um sabotador:

Perda de entusiasmo no trabalho: se você contratou um talento na sua empresa e ele murchou, preste atenção.

Perda de produtividade: se os serviços estão fora do prazo, algo pode estar atrapalhando o desempenho das pessoas.

Absenteísmo: quando as pessoas faltam e não existe vontade de frequentar o ambiente.

Turnover: é o sintoma principal, quando a empresa quer manter uma equipe, mas não consegue segurar seus funcionários.

As consequências impactam duramente o ambiente de trabalho, com perda de bons funcionários, de contratos com outras empresas, de efetividade e prazos por fatores emocionais, queda de produtividade e sobrecarga de outros profissionais, além do risco de manchar a imagem da empresa por causa de ações trabalhistas, de agressões entre funcionários e da perda econômica pelo turnover.

Loureiro conclui que a responsabilidade das empresas é filtrar a contratação de profissionais com habilidades comportamentais, que sejam estabilizadores das equipes e dos relacionamentos. Devemos sempre enfrentar o assédio moral com ótica nos valores humanos, corporativos e ética.

Como lidar?

O pseudolíder

O coach Luiz Eduardo Neves Loureiro recomenda a procura de coaching para entender como esse mal afeta a carreira de líderes. Uma alternativa popular entre as empresas é o mentoring, consultoria realizada por algum superior que seja parte da instituição e monitore o comportamento do líder

Funcionário

As metodologias são as mesmas aplicadas ao líder, mas dependem da expectativa da empresa em manter o funcionário. Porém, mesmo nos casos de demissão, o RH deve tratar a conduta do empregado

Vítima

Se você é vítima de assédio moral, posicione-se perante seu agressor e estabeleça limites. Comunique ao RH da empresa ou nos canais de reclamação. Se não for atendido, reclame no sindicato da sua categoria, que conversará com o agressor. A última instância é fazer uma denúncia judicial, que pode implicar em perda do emprego

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Por Redação / Foto: Fotolia / Ilustração: Eder Santos