Votos brancos e nulos podem cancelar eleições?

Cientistas políticos explicam a verdade sobre esses votos

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No dia 7 de outubro, os brasileiros terão um grande desafio: escolher o futuro do país. Depois de escândalos de corrupção, chegou a hora de o eleitor decidir os novos rumos do Brasil por meio do voto. Este ano, os eleitores votarão para eleger presidente da República, governador do estado e do distrito federal, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais.
Se os votos brancos e nulos fossem candidatos, eles seriam competitivos nessa disputa. De acordo com a pesquisa ibope em parceria com a Confederação Nacional da Indústria, juntos – os brancos e nulos – somam 33% das intenções de voto.
Mas isso acontece porque muitas pessoas ainda acreditam no mito de que os votos brancos e nulos podem cancelar uma eleição. Em entrevista ao Brasil Notícias, programa da Rede Aleluia – apresentado pelos jornalistas Ana Carolina Cury e Décio Caramigo – o cientista político Eduardo Seino esclarece que isso não é verdade:
“Essa ideia de que mais de 50% de votos nulos e brancos teriam a capacidade de anular uma eleição não é verdade. É importante frisar que dentro do cálculo que elege os candidatos, os votos considerados são aqueles chamados votos válidos, que nada mais são do que os votos que o eleitor dá ou na legenda, no partido, ou diretamente no número do candidato, menos os brancos e nulos. ”
Assim, votos nulos e brancos não são contabilizados como votos válidos. Por exemplo: se 90% dos votos forem nulos e brancos, os 10% de votos válidos serão contabilizados e determinarão o vencedor do pleito, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.
Então, a única diferença entre branco e nulo está no modo como o eleitor registra esse tipo de voto.
O sociólogo doutor em Ciências Políticas, Edson Rildo, afirma que a desinformação a respeito desse assunto faz com que muitas pessoas joguem seus votos fora:
“Por mais que o eleitor se sinta indignado com o momento em que estamos vivendo é bom ele entender que a sua ausência ou anular o voto, ou mesmo votar em branco, não altera a relação do jogo na escolha dos nossos representantes. Portanto, o ideal, realmente, é que cada eleitor tenha clareza com relação à escolha do seu candidato, pesquise em quem votar, sabendo quem é esse candidato que o irá representar. Qual a importância de a pessoa não anular o voto? É saber que ao fazer exatamente isso ela não está ajudando em nada o processo da escolha de nossos representantes.”
Rildo faz questão de ressaltar a importância de participar do processo eleitoral em outubro:
“Portanto, a melhor forma de resolver isso é realmente conhecendo os seus candidatos, porque, afinal de contas, essa é a democracia e, dentro de um processo democrático, nós estamos exatamente nesse momento: o de escolher os nossos representantes para os próximos quatro anos que vão mexer com as nossas vidas”.
(*) Com informações e entrevistas do programa Brasil Notícias

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Colaborador

Redação (*) / Foto: iStock