Voltar ao vômito?
O povo brasileiro, que sustenta os poderes da República, é carente de um líder que leve o País ao caminho do desenvolvimento tecnológico, científico, econômico, e principalmente, social. O último que prometeu tirar o País da miséria e combater a desigualdade social foi o presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva. Com o discurso de homem do povo, prometeu fazer justiça social e recebeu um voto de confiança nas urnas.
Mas, ao chegar ao poder, ele foi seduzido pelos encantos da vida palaciana e caiu na tentação de se manter no trono com dinheiro obtido de desvio de verbas públicas. Foi observada uma série de escândalos durante anos de trevas da administração petista. O primeiro e mais emblemático foi o mensalão – a erupção do vulcão de desordens começou em 2005 no governo Lula. Foi denunciada a compra de votos de deputados, com o dinheiro do povo que o elegeu, desviado pelas mãos finas do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do operador financeiro da organização criminosa, Marcos Valério. O testa de ferro da orquestra delituosa era o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
A segunda rodada de ultrajes culminou com a renúncia do então ministro Palocci. Em março de 2006, ainda no governo do pseudosalvador da pátria, seu ministro da Fazenda caiu após a acusação de ter chefiado um esquema de corrupção na época em que era prefeito de Ribeirão Preto (SP). Ele teria cobrado mesadas de até R$ 50 mil de empresas que prestavam serviços à prefeitura para irrigar os cofres do PT. Como se não bastasse, a cúpula do PT foi parar atrás das grades. José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, os três mosqueteiros do crime, foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Mas o iceberg que atingiu o Titanic da corrupção foi a Operação Lava Jato. O ex-juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal conduziram as investigações do maior escândalo de corrupção do País. Apesar de o foco inicial ser o desvio de recursos da Petrobras, as investigações desvendaram uma podridão de vísceras escondidas nos porões do governo petista. A operação recuperou cerca de R$ 11,9 bilhões desviados durante o governo do PT. No entanto o montante calculado pela força-tarefa a ser ressarcido aos cofres públicos é de R$ 44,4 bilhões. A soma é pleiteada nas diversas ações judiciais propostas por procuradores federais em Curitiba (PR) e no Rio de Janeiro.
O epicentro da turbulência ocorreu quando o Tribunal de Contas da União acusou a ex-presidente Dilma Rousseff de prática de pedaladas fiscais, ou seja, manobras contábeis, que configurou crime de responsabilidade fiscal. Foi inevitável o impeachment na Câmara, acatado em dezembro de 2015, o que culminou com o afastamento da última presidente petista, carimbado no Senado em 31 de agosto de 2016.
Para fechar com chave de ouro, Lula foi preso, condenado por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP), no contexto da Operação Lava Jato. Isso ficou na percepção das pessoas e nenhuma decisão judicial contrária vai reverter os fatos.
Após tantos malefícios que os integrantes do PT causaram ao País, algumas pesquisas, misteriosamente, apontam Lula como favorito para as próximas eleições. Apesar de tais pesquisas serem no mínimo muito estranhas, pensar em voltar o comando da nação ao governo do PT é o mesmo que retornar a algo que já foi vomitado.
Isso nos faz lembrar o alerta descrito em 2 Pedro 20-22, que diz “…depois de terem escapado da corrupção (…), forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro”. O apóstolo conclui: “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito”.
Não acreditamos que o povo brasileiro estaria disposto a voltar aos anos de trevas que viveu. Depois de ter visto ser possível um país melhor, não é crível que queira retornar ao mar de lama da corrupção sistêmica, que trouxe tanto sofrimento.
Denis Farias é advogado, professor e consultor jurídico.
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