Você se previne contra o câncer de pele?

Mais de 32 mil brasileiros já morreram em virtude da doença entre 2013 e 2021

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O câncer de pele é um assunto sério. O problema é que muitas pessoas negligenciam a prevenção da doença. Estar exposto ao sol sem proteção, principalmente no verão, pode ser uma das causas dela. Anualmente esse tipo de câncer atinge 180 mil brasileiros, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre 2013 e 2021 mais de 32 mil brasileiros já morreram em virtude dele, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

É por isso que quando tem início a estação mais quente do ano em nosso país acontece também o Dezembro Laranja, campanha nacional de prevenção ao câncer de pele que visa incentivar a população a adotar maiores cuidados com a pele.

O médico dermatologista Renato Marchiori Bakos, coordenador do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, explica que o câncer de pele resulta de um acúmulo de mutações que ocorrem em células da pele: “elas originam clones malignos com alta capacidade de replicação. Essas mutações se acumulam por fatores genéticos e são induzidas por fatores externos, como a radiação ultravioleta e, sem dúvida, a história familiar de câncer de pele é um importante fator de risco para desenvolvê-lo”.

Bakos diz quem pode estar sujeito à doença: “a incidência é mais elevada em populações de pele clara. Casos de lesões mais agressivas ou detectadas mais tardiamente podem ter um desfecho desfavorável. O câncer de pele é mais prevalente em pessoas com mais de 40 anos, mas tem se observado um aumento da incidência em adultos de todas as faixas etárias”.

Um dos motivos para a prevenção é que a doença pode ser silenciosa. “O câncer de pele pode não apresentar sintomas. Deve-se ter atenção com pintas com mudança de tamanho, cor ou diâmetro e também com lesões que não cicatrizam e/ou tenham histórico de sangramentos. Esses cuidados não devem ser tomados somente no verão. Os efeitos da radiação ultravioleta são cumulativos e mesmo durante o resto do ano recebemos cargas importantes dela”.

Ele alerta também para o mito de que afrodescendentes não precisam se preocupar com a prevenção. “Mesmo que a doença seja mais frequente na população de pele clara, esse tipo de câncer pode ocorrer de fato em qualquer indivíduo. A melanina atua protegendo a pele contra os efeitos da radiação ultravioleta, porém outros fatores podem contribuir para o surgimento do câncer de pele em diferentes etnias”, esclarece.

Para quem quer cuidar melhor da pele, ele recomenda marcar uma consulta com o dermatologista. “Ela é importante para avaliação das necessidades individuais. De forma geral, ter hábitos de fotoproteção e hidratação da pele são ótimos pontos de partida. Deixo um alerta quanto à importância de conversar sobre câncer de pele, de como preveni-lo e também em relação à detecção precoce por meio de revisões periódicas para minimizar os efeitos da doença”, conclui o médico.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson