Você se importa com a saúde do seu filho?

Doces, salgadinhos e sedentarismo estão levando crianças à obesidade, mas os pais podem ajudá-las a adotar novos hábitos. Saiba como

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As crianças brasileiras estão enfrentando uma epidemia perigosa: a obesidade infantil. Hoje, 12,9% das crianças de 5 a 9 anos estão obesas, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, uma em cada três tem peso acima do considerado saudável. O Brasil já está entre as dez nações que mais sofrem com a obesidade infantil no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Por quê?
O ganho de peso está ligado à mudança de hábitos alimentares da população. Hoje boa parte das refeições ocorre fora de casa, com a ingestão de produtos industrializados. “O que mais chama a atenção é o número de calorias vazias que as crianças estão comendo. Elas estão ingerindo muito carboidrato, salgadinhos, biscoitos, batata frita, doces e refrigerantes. Os pais hoje oferecem comida processada, que tem gorduras e é mais fácil de comer”, alerta o médico pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, que é membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Americana de Pediatria. A falta de atividades físicas também contribui para o avanço da obesidade.

Quais são os riscos?
A obesidade infantil pode levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas, colesterol alto, hipertensão, diabetes tipo 2, puberdade precoce, dificuldade de marcha, problemas ósseos, depressão, desnutrição, esteatose hepática não alcoólica (gordura no fígado) e asma. Além disso, crianças obesas podem ainda apresentar diminuição da autoestima e queda no rendimento escolar.

Apesar da rotina agitada, é preciso separar um momento do dia para cuidar da alimentação dos pequenos. “A alimentação adequada garante o bem-estar físico e emocional da criança”, diz a endocrinologista Gláucia Carneiro, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

É importante lembrar que, para os cristãos, ter disciplina na fé também significa dar o exemplo em todas as áreas da vida, inclusive com relação à alimentação. Afinal, os pequenos estão de olho nos adultos e precisam muito da ajuda deles.

Passo a passo da mudança alimentar

Envolva toda a família e divida tarefas. Pais e filhos podem estar presentes em todas as etapas, desde as compras até a higienização e o preparo dos alimentos.

Faça um planejamento semanal da alimentação. Isso pode ser feito no fim de semana. Pense em receitas que podem ser congeladas.

Verifique quais são as frutas e os vegetais da estação. Isso ajuda a escolher produtos mais baratos e frescos.

Crie uma lista de compras antes de ir à feira ou ao supermercado. Assim você comprará só o necessário.

Exclua calorias vazias da dieta. Evite bolos, refrigerantes, chocolates, biscoitos, salgadinhos, suco de caixinha e comidas congeladas.

Troque-os por alimentos naturais.

Prefira alimentos integrais e diversifique o cardápio. Inclua arroz integral, castanhas e leguminosas, como feijões, lentilha, ervilha e grão-de-bico. Gergelim, aveia, linhaça e chia podem ser acrescentados às frutas e às refeições.

O que fazer se a criança se recusa a comer?

Nunca troque a alimentação saudável por doces, leite ou fast-food. “Se a criança não quer a comida naquele momento, guarde-a e espere. Quando ela estiver com fome, ofereça a mesma refeição novamente. Os pais precisam ser firmes e manter o coração no lugar certo”, ensina Nelson Douglas Ejzenbaum.

Como evitar uma dieta baseada em pães, doces e salgadinhos?

Os pais são os responsáveis pela alimentação dos filhos. Afinal, são eles que compram os produtos e decidem o que entra na despensa. “As crianças comem o que têm em casa e o que os pais compram, elas não têm muito poder de escolha ainda”, esclarece a endocrinologista
Gláucia Carneiro.

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Colaborador

Rê Campbell / Foto: Getty Images