Muito se fala sobre controle financeiro e como isso pode impactar de forma positiva a vida das pessoas. É algo que não serve somente para quem é desorganizado com as contas, mas para os que querem alcançar objetivos ou projetos específicos, como realizar investimentos, viagens ou até comprar um bem sem que tenham que recorrer a bancos ou instituições de crédito.

O problema é que muitas pessoas ainda não acreditam nos benefícios que algumas atitudes podem gerar (confira na arte ao lado).

Facilidade de crédito
Para a jornalista, escritora e especialista em finanças Patricia Lages, as pessoas só buscam algum tipo de organização financeira quando perdem algum bem ou estão com dívidas por inadimplência. “Aqui no Brasil temos uma cultura de remediar e não de prevenção em relação às finanças. As pessoas recebem seu dinheiro e já saem gastando, sem se preocupar em fazer boas escolhas ou ter qualquer tipo de controle. O problema se agrava hoje, pois temos uma facilidade de crédito muito grande em comparação com a época de nossos pais.”

Informação é tudo
Na opinião da especialista, muita gente não consegue separar o dinheiro dos limites do cartão de crédito e do cheque especial. “Se ganha R$ 3 mil e o limite oferecido disponibiliza mais R$ 5 mil, ela acha que ganha R$ 8 mil e que aquele dinheiro lhe pertence. Está enganada.

Se uma pessoa tem dívidas, por exemplo, precisa saber que há outras linhas de crédito com juros mais baixos que são oferecidas pelos bancos, embora não sejam divulgadas. Informação é tudo”, dispara.

Para Patrícia, o controle financeiro é muito mais uma questão comportamental do que um problema de matemática. “Quem está devendo se acha a pior pessoa do mundo e não vê que aquela situação pode acontecer a qualquer um. Sente vergonha pelo que está passando e não procura nem negociar com o banco. Isso é cultural e está muito mais ligado ao comportamento do que à conta bancária. Não é à toa que as pessoas não fazem cálculos antes de pensar em adquirir algo e compram pela emoção. Por isso, para ter controle financeiro é preciso primeiro conscientização”, sentencia.