Você sabe a diferença entre bom humor e zombaria?

Veja como isso impacta na sua vida social e espiritual

O brasileiro é visto como bem-humorado. Embora nem todos sejam assim de fato, essa é uma das características mais citadas por estrangeiros e até pela população do País. Somos vistos como boas-praças que enfrentam a vida com graça, com o perdão da rima.

Isso fica bem claro no cotidiano. Quem já não fez alguma brincadeira até com um desconhecido quando quer puxar conversa no metrô, no ônibus, na feira ou na fila do supermercado na tentativa de arrancar um sorriso ou até para quebrar o gelo em uma situação de trabalho, quando quer se aproximar daquela pessoa mais difícil de lidar, por exemplo?

É fato: o bom humor tem vários meandros e pode ser usado até para abordar assuntos espinhosos, mas que precisam ser discutidos. Contudo, em algumas situações e dependendo do modo como é usado, o humor pode se tornar extremamente ofensivo. O pior exemplo é quando o “bem-humorado” passa do limite estabelecido pelo bom senso que
ele finge não enxergar ou nem sabe que existe.

Vemos isso acontecer frequentemente quando a piada toca em assuntos que ofendem a raça, o gênero, a condição social, a diversidade funcional, desdenha do trabalho e até do lugar onde a pessoa nasceu, o que denota, no mínimo, falta de respeito.

Infelizmente, o piadista e quem ri da piada não enxergam dessa forma. Eles reforçam uma parceria viciosa na qual insistem em contar, rir e concordar com anedotas que acabam não tendo a mínima graça e que cumprem apenas uma função: zombar de alvos preestabelecidos pelos piadistas de plantão.

Alguns são tão sem noção que repetem, sem pestanejar, a piada para diferentes públicos à sua volta: colegas de trabalho, amigos e até para os filhos, perpetuando preconceitos e acreditando erroneamente que estão apenas fazendo graça.

A Bíblia adverte sobre isso: “Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal” (Tiago 3.7-8).

É preciso mudar essa mentalidade e agir corretamente. Não se trata só de se render ao chamado “politicamente correto”. Nada disso! O Livro Sagrado nos dá o direcionamento que o homem deve agir de forma inteligente e saber medir suas palavras sem se divertir com o sofrimento alheio: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Salmos 1.1).

Quem avalia minimamente o que vai falar antes de abrir a boca para desdenhar de alguém, com certeza, não confunde bom humor com zombaria. Além disso, aquele que busca sua Salvação ou quer mantê-La deve saber que a Deus não agradam os escarnecedores. Urge mudar a forma de agir de quem faz piadas zombeteiras ou ri delas. Bom humor não é zombaria e o escárnio não satisfaz a Deus.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Eder Santos