Você pesquisa muito sobre doenças na internet?

Saiba se você não está sofrendo de cibercondria

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Um fenômeno vem se tornando cada vez mais comum no Brasil: o número crescente de pessoas que procuram informações na internet quando sentem sintomas de qualquer mal-estar. Gripes, resfriados, contusões musculares, dores no corpo, doenças comportamentais, entre outros problemas de saúde, são temas bastante pesquisados na web.

Contudo a busca por diagnósticos resulta em problemas graves e complexos, aponta um levantamento recente do Google sobre como os brasileiros consomem e pesquisam temas ligados à saúde nessa plataforma de busca e no YouTube, site pertencente ao mesmo grupo.

O estudo mostra que o Brasil lidera o ranking de países em que as buscas referentes à saúde mais cresceram no mundo em 2018 e que aqui o aumento também foi maior do que a média de buscas em outras categorias. Enquanto as pesquisas por informações de saúde cresceram 17,3%, as relativas a cuidados com cabelos subiram apenas 3% e as ligadas a maquiagem caíram 4%, por exemplo. O índice de brasileiros que utiliza sites como primeira fonte de informação em casos de problemas de saúde já chega aos 26% e está próximo ao dos que buscam imediatamente um médico, cujo percentual é de 35%.

Riscos
Para a neuropsicóloga Joselene Alvim, consultar a internet em busca de diagnósticos é um comportamento comum atualmente. “É até um direito nosso à informação quanto a nossa saúde, mas o que está por trás deste simples procedimento, quando se torna frequente, pode ser, na verdade, a cibercondria.” Ela esclarece que o termo é uma alusão à hipocondria, um estado psíquico em que a pessoa se preocupa com o próprio estado de saúde e tem medo exagerado de estar com alguma enfermidade grave.

Segundo a neuropsicóloga, é comum o cibercondríaco visitar desde websites médicos a fóruns de relatos de experiências de terceiros em busca de informações. “Muitas vezes, por constatar similaridades entre os seus sintomas e os que encontra no mundo virtual, a pessoa comete equívocos ao concluir, por si só, determinados diagnósticos. O perigo desse comportamento de substituir a orientação médica o leva a acreditar em tudo que lê sem checar a credibilidade da fonte, tornando-o mais confuso, amedrontado ou ansioso”, alerta.

De acordo com a especialista, essa conduta pode ser bastante arriscada. “A ansiedade provocada pela busca incessante de tais informações gera mais incertezas no paciente, levando-o a piorar o quadro de cibercondria, num círculo vicioso. Quanto mais temeroso, mais ele busca informações, já que seu olhar é sempre para o pior cenário. Esta preocupação recorrente domina a vida do paciente e interfere em sua qualidade de vida. Sem falar da automedicação que é outra consequência que pode trazer sérios malefícios”, analisa.

No entanto a neuropsicóloga diz que atribuir apenas à internet o papel de vilã não é justo. “Sabemos o quanto a rede nos auxilia, inclusive nos cuidados com a saúde, mas é preciso estar alerta em relação ao modo que ela é utilizada, uma vez que, para o diagnóstico e o tratamento serem adequados, é preciso personalizar as informações. O mundo é globalizado, mas somos singulares. Por isso, mesmo buscando informações, não deixe de tirar suas dúvidas pessoalmente com um profissional”, aconselha.

Reflexo do interior

Cuidar da saúde é um direito do ser humano. Em relação aos servos de Deus, esse compromisso aumenta ainda mais. Afinal, esse cuidado é também reflexo de uma vida espiritual plena e fortalecida. Obter informações sobre determinados problemas usando como fonte a internet ou qualquer outra mídia pode ser positivo quando realizado de forma equilibrada, sem a presunção de um conhecimento que não se tem de verdade.

Para chegar a uma avaliação objetiva do problema de saúde é preciso ir ao médico e seguir as recomendações que o especialista fizer. Caso esteja passando por algum problema de saúde, alie o tratamento médico ao exercício da Fé. A Universal tem reuniões específicas para a cura de doenças do corpo e da alma. Saiba os horários e encontre o endereço mais próximo em universal.org/localizar.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Getty Images