Você é a marca de sua empresa

Além de logotipo e slogan, um negócio de sucesso também depende das atitudes do dono

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Você sabe como transformar a sua marca em sinônimo de sucesso? Muitos empresários ainda acreditam que uma boa marca é feita apenas da escolha do nome, do logotipo e do slogan. Ledo engano. Com um mercado cada vez mais competitivo, é preciso muito mais para se diferenciar da concorrência e criar uma conexão verdadeira com o consumidor. Hoje, o Brasil tem mais de 7,6 milhões de microempreendedores individuais, segundo o Sebrae. Em meio a tantos negócios, o desafio é criar uma marca que seja lembrada e respeitada. Afinal, a credibilidade estimula a propaganda boca a boca e novos negócios.

Propósito

O primeiro passo para construir uma marca é definir o propósito dela, ou seja, a razão de sua existência. Nessa etapa, o dono da empresa precisa estabelecer quais são as intenções da marca. Quem explica é Davi Bertoncello (foto ao lado), CEO do Grupo Hello, que atua em pesquisa e inteligência de mercado: “na fase de conceituação, o empreendedor deve colocar no papel seu desejo quanto a algumas características que a marca vai ter, o legado que ela vai deixar e qual é seu posicionamento em relação a alguns assuntos da atualidade”, diz. Sergio Dias, economista e consultor do Sebrae, acrescenta que a marca representa a identidade da empresa. “A marca deve fazer referência ao produto ou serviço e transmitir os valores e a visão da empresa”, afirma.

Atitude de dono

Uma boa marca não pode ficar apenas no discurso bonito. Para criar uma relação de confiança com os clientes, os valores precisam ser colocados em prática. “A marca deve ser coerente com seu discurso e estar baseada em verdades. Se praticar algo diferente do que fala, pode perder valor e clientes”, alerta Dias.
O consultor afirma que a construção de uma marca respeitada depende das atitudes do dono do negócio. “O padrão de verdade e os valores positivos valem para tudo. Se o dono da empresa diz que a marca é honesta, mas desrespeita funcionários e fornecedores, ele está violando essa promessa”, avalia.
Cada interação contribui para a imagem da empresa. Nesse sentido, o dono é responsável direto pela disseminação desses valores ao conversar com clientes, fazer entrevistas de emprego e realizar reuniões com colaboradores. O ambiente interno do negócio e a ética em relação aos concorrentes também podem ter influência sobre a marca. “Hoje as informações circulam com bastante rapidez. Se um empregado sai insatisfeito, por exemplo, ele pode fazer uma postagem nas redes sociais e em pouco tempo isso gera prejuízos”, esclarece.

Monitoramento

Dias destaca que a marca é um processo, ou seja, ela está em desenvolvimento constante. Por isso, é preciso fazer monitoramentos periódicos. “A empresa deve fazer pesquisa de satisfação para entender a opinião de clientes, colaboradores e fornecedores, pois é por meio delas que o empreendedor descobre problemas e evita custos altos com reformulação. Às vezes, a empresa tem uma dificuldade pequena que pode ser resolvida com gestão de comunicação”, ensina.
Já Bertoncello esclarece que existem diversos tipos de pesquisa, dependendo do objetivo e da fase do negócio, mas que não adianta só fazer o estudo e é preciso buscar soluções e implantar as mudanças necessárias. “A pesquisa é um direcionador, mas o empreendedor precisa fazer uso desses dados. Com a consultoria e a expertise do dono da marca, é possível chegar a um bom diagnóstico e acertar a tomada de decisão sobre o que precisa ser feito.”

Erros

Bertoncello aponta ainda a falta de estratégia como um dos principais problemas que podem prejudicar as marcas. “Geralmente, a pessoa que criou a marca é alguém que teve uma ideia muito boa e vai fazer de tudo para que ela dê certo. Entretanto, ela vai ter mais chances na medida em que entender as dinâmicas de mercado e se preparar para corrigir erros rapidamente”, finaliza.

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Colaborador

Rê Campbell / Foto: WAVEBREAK3/Fotolia