Uma vida marcada por abandono e abusos

Jéssica de Almeida carregou por muitos anos o sofrimento e buscou alívio de várias formas. No auge da dor, ela encontrou a solução de que precisava em Deus

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A s aflições da dona de casa Jéssica de Almeida, de 22 anos, começaram logo na infância, quando ela passou a presenciar uma crise no casamento dos seus pais. “Ainda muito nova, eu vivenciei a ausência do meu pai e o abandono dele para estar com outra família”, diz. Ela conta que o sofrimento da mãe por causa das traições do pai a levou a desenvolver sentimentos de rejeição e carência. “Desde pequena, eu sofria com insônia e crises de ansiedade e nervosismo, mas tudo piorou na adolescência, quando a separação definitiva dos meus pais aconteceu. Aos 11 anos, fui molestada por um homem próximo de mim”, revela.

Além do abuso sexual, ela passou a sofrer maus-tratos praticados pelo parceiro de sua mãe, como a proibição de momentos de entretenimento. “Eu achava que a culpa de tudo que aconteceu era minha e a carência e o complexo de inferioridade se intensificaram. Então, meu estilo passou a ser para chamar a atenção de rapazes, principalmente na escola”, diz.

Aos 14 anos, ela sofreu o segundo abuso sexual praticado pelo mesmo homem, que estava sob o efeito de drogas. “Por causa do sofrimento e da carência, me entreguei totalmente a uma pessoa. Ao descobrirem, minha mãe e seu parceiro me expulsaram de casa e eu fui morar com meu pai, mas meus problemas continuaram”, recorda.

Jéssica explica que a mágoa que nutria contra o pai complicava a convivência entre eles e gerava vários conflitos. Todas essas dificuldades a levaram à depressão: “passei a ter diversas crises de choro e ansiedade. Eu não tinha mais perspectiva de vida, meu desejo era apenas ficar trancada e sozinha no quarto”.

Depois de algum tempo, Jéssica encarou a rejeição mais uma vez ao ouvir que não poderia continuar morando com seu pai. Foi quando ela decidiu ir morar com o então namorado, que hoje é seu esposo. A princípio, ela se sentiu aliviada, mas, depois, o vazio interno e a tristeza aumentaram.

À procura de algo que aliviasse as dores de sua alma, Jéssica propôs ao seu parceiro que eles tivessem um filho. Assim, aos 17 anos, ela engravidou. Contudo essa nova tentativa de preencher o vazio não deu certo, como ela cita: “com o passar do tempo, eu fui me acostumando com os problemas e normalizando certos comportamentos, como me agredir e maltratar meu esposo”.

Decisão diferente

Aos 20 anos, cansada de buscar soluções usando apenas as próprias forças, Jéssica foi a uma reunião na Universal decidida a mudar de vida. “Compreendi que era hora de parar de me vitimizar e entreguei a minha vida a Deus. Não foi fácil, mas decidi que a minha história seria outra a partir disso”, afirma.

Desde então, a história dela tomou um rumo diferente, principalmente em seu interior. Ela afirma que a fé lhe trouxe a confiança de que Deus está junto dela e, por meio da Palavra dEle, a carência e a tristeza foram substituídas pelo consolo e pela alegria. “Hoje tenho paz no meu interior e no meu lar. Agora consigo ser uma boa esposa e mãe. Sou feliz independentemente das circunstâncias e situações, tudo isso graças ao Espírito Santo”, conclui.

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Colaborador

Camila Dantas / Foto: Cedida