UFPB cria inseticida para combater epidemia de dengue

Produto é feito à base de plantas cultivadas no Brasil

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Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criaram um inseticida capaz de matar o mosquito Aedes aegypti em todas as suas fases de vida (ovo, larva, pupa e adulto). Tudo isso sem agredir humanos ou outros animais.

O produto é feito à base de extrato de agave, planta cultivada nas regiões semiáridas e conhecida como sisal. A eficácia do inseticida já está comprovada. Agora os pesquisadores buscam indústrias capazes de produzir em larga escala para que a população tenha acesso.

O Brasil vive hoje uma epidemia de doenças causadas pelo Aedes aegypti: dengue, zika e chicungunha. Desde 2018 os casos de infectados e mortos por essas doenças cresce exponencialmente.

De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, somente nos três primeiros meses de 2020 foram registrados mais de 800 mil casos de dengue, 15.051 casos de chicungunha e 2.054 casos de zika. Centenas de pessoas morreram por essas doenças.

Estímulo financeiro à população

A criação do inseticida à base de sisal não apenas facilita a luta contra a epidemia de dengue, como também estimula a produção agrícola local. A pesquisa realizada da UFPB teve apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e gerou o resultado desejado: o produto importante que tem como matéria-prima uma planta cultivada no Brasil.

“Hoje, os produtores que vivem da cultura do sisal têm a sua renda muito diminuída porque a planta vem perdendo importância”, explicou à imprensa Fabíola Cruz, coordenadora da pesquisa e professora do Departamento de Biologia Celular e Molecular da UFPB. “O sisal já teve muita relevância no passado, porque a fibra do sinal era muito utilizada na indústria. Mas, hoje, ela está sendo substituída por fibra sintética. Quando a gente faz uma descoberta como essa, isso volta a tornar o sisal importante”.

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images