Tudo sob controle?

Há mulheres que tentam dominar completamente situações e pessoas, mas não percebem que estão sendo controladas pelas próprias emoções

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Muitas mulheres acreditam que precisam estar no controle de tudo: a par dos últimos acontecimentos do trabalho, da vida dos filhos e do marido e saber exatamente quantas calorias um pedaço de pudim tem – tudo com riqueza de detalhes. Brincadeiras à parte, a mulher controladora quer dominar amplamente a situação porque isso lhe traz conforto – ela acha que, dessa forma, tudo sairá do jeito que ela planejou. Mas, afinal, quem está no controle?

Sem perceber, muitas, pensando que têm em mãos a direção de situações e pessoas, não percebem que estão sendo controladas por medos, ansiedades, paranoias, impulsos, caprichos e inseguranças. Também se esquecem que ninguém é capaz de controlar as reações alheias o tempo todo ou os imprevistos. Por isso, ao primeiro sinal de falta de controle, elas entram em desespero. Sem contar que o esforço para ter o controle de tudo, algo que é impossível, gera desgaste.

Priscila Marcondes de Magalhães, (foto abaixo) de 37 anos, casada com Cleiton Faria de Magalhães há cinco anos (e juntos há 18), percebeu isso. Ela conta que era controladora no relacionamento. “Eu era ciumenta a ponto de querer controlar a vida dele. Teve uma vez que fomos em restaurante com amigos e, quando ele foi ao banheiro, fiquei esperando na porta que saísse. Eu queria estar com ele em tudo”, explica.

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No entanto ela reconhece que sua atitude escondia uma necessidade de defesa. “Vi meu pai trair minha mãe e achava que aconteceria o mesmo em nosso relacionamento. Então, eu tinha medo de ser deixada por ele”, conta. Sua postura também camuflava sua condição interna: “eu era insegura desde o começo da relação. Meu problema era comigo mesma”.

DO JEITO DE QUEM?
Priscila só se deu conta dessa situação alguns anos depois, quando Cleiton chegou à Universal, há sete anos. Inicialmente, ela participava das reuniões apenas para controlá-lo. “Permaneci assim por um ano até que comecei a prestar a atenção às reuniões. Então, entendi que não adiantava querer as coisas do meu jeito e muito menos tentar mudá-lo, pois quem tinha que mudar era eu. Percebi que só Deus, se eu permitisse, poderia me ajudar a mudar meu jeito.”

SER CONTROLADA
A verdadeira mudança ocorre quando quem é controlador admite que isso lhe faz mal e se permite ser inspirada por Quem entende do assunto: o Espírito Santo. Afinal, Ele conhece cada uma de nós profundamente, sonda nossa mente, nosso coração e nossas intenções.

A Bíblia diz que a mulher tem que se preocupar com o controle de si mesma: “Em vez disso, vistam-se com a beleza que vem de dentro e que não desaparece, a beleza de um espírito amável e sereno, tão precioso para Deus.” (1 Pedro 3.4). Isso só é possível quando ela conhece a Deus e à Sua vontade, diz a colunista Núbia Siqueira. “A grandeza de uma pessoa não está na sua força física ou na sua inteligência e arte de persuasão, mas na sua força interior, principalmente para resistir à raiva e ao se recusar a se entregar ao descontrole. Você não precisa ser barulhenta, mandona, autoritária (…). Para agradar ao Altíssimo basta estar no centro da Sua vontade e deixar o Espírito Santo controlar e guiar você”, orienta.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Getty Images e cedida