“Todos os pacientes que ficaram no mesmo quarto que eu morreram”

Maurício Sales de Jesus lutou contra um câncer superagressivo e sobreviveu para contar como o enfrentou

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Maurício Sales de Jesus, de 35 anos, é instrutor de kitesurf há mais de 22 anos, em Salvador, na Bahia. “Já competi e hoje ensino esportes náuticos. Eu conheço o trabalho da Universal desde que me casei, há mais de 15 anos. Minha mãe foi à igreja primeiro, eu fui e gostei. Fui batizado e me tornei obreiro. Depois acabei me afastando. Minha fé foi esfriando, deixei de frequentar por cinco anos e decidi voltar”, conta.

Ele diz que foi muito bom retornar à Universal, mas que pouco tempo depois sua fé foi posta à prova: “há um ano e meio, meu rosto começou a inchar, minha esposa pedia que eu procurasse tratamento médico, mas eu não ia, continuava a dar aulas na praia, fazia tudo que não podia, como tomar sol, até que tive uma ferida na garganta. Fui a um centro oncológico e fiquei indo e voltando para casa durante um mês. Foi feita uma biópsia no meu pescoço, mas não descobriram o que eu tinha”.

Só quando ele foi para outra unidade hospitalar de referência em câncer na Bahia, indicada por um aluno de kitesurf, soube qual era seu diagnóstico. “O médico fez um exame que introduz uma agulha no nariz e fui diagnosticado com linfoma de Hodgkin. Ele falou: ‘ou você se interna ou vai morrer. Se a traqueia fechar, não vai ter jeito’. Por pouco não tive que fazer uma traqueostomia. Doía até quando eu falava e bebia água, mas não me assustei. Eu pensei: ‘que seja feita a Vontade de Deus’ e entreguei o problema nas mãos dEle”, relata.

Maurício diz como foram as sessões de quimioterapia: “a primeira foi para baixar o volume do meu rosto. Depois disso, realizei mais seis. Tomei uma injeção com uma agulha gigante para rasparem a medula. Foram seis anestesias, mas, mesmo assim, a dor era terrível. Todos os dias eram feitos vários exames de sangue. Eu tomei morfina para dormir, pois eu passava a noite em claro e só dormia às 8 horas da manhã e apenas por meia hora. Teve um dia que eu pensei que morreria, pois meu rosto começou a inchar, eu sentia muita pressão na cabeça e meu estado de saúde foi se agravando”, recorda.

Mesmo com as dores, Maurício mantinha a fé e era amparado por pessoas que lutavam por ele. “O pastor me visitava sempre e fazia orações. Minha esposa levava a água consagrada e passava no meu rosto enquanto eu dormia. Às vezes, eu também bebia a água. Não sei dizer qual era o grau do câncer. Geralmente, no linfoma de Hodgkin, a chance é de 80% de cura, mas o médico já tinha me desenganado porque o câncer era muito agressivo. Eu fiquei um mês internado. Todos os pacientes que ficaram no mesmo quarto que eu morreram. Eram 13 e só eu sobrevivi”, relata.

Maurício acredita que a volta dele à Universal e a busca por Deus antes mesmo da descoberta da
doença não foram por acaso. “Fui curado graças a Deus. Os médicos estão acostumados a ver doenças todos os dias e, geralmente, não têm muita fé em Deus. Mas eu falei para o meu médico que sou uma pessoa que se apega a Deus e ele me respondeu: ‘foi a sua fé que o salvou, pois o seu caso era muito grave’. A minha evolução foi muito rápida, se comparada a outros casos de câncer”, afirma.

Contudo ele deixa claro que o processo de cura pelo qual passou não foi imediato. “Muitas pessoas que me viram doente choraram ao saber da minha cura. Eu estou totalmente diferente. Também há quem não acredite e pergunte quanto estão me pagando para que eu dê meu testemunho. O que as pessoas falam é surreal. Como eu vou pagar por uma cura? Eu falo para essas pessoas que eu não estou ganhando nada e que a cura não tem preço. Eu estava praticamente no vale da sombra da morte e voltei porque Deus me resgatou”, conclui.

Linfoma ou doença de Hodgkin

É um tipo de câncer que se origina no sistema linfático e atinge com maior
frequência as regiões do pescoço e do tórax. Ele surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo) se transforma em uma célula maligna capaz de se multiplicar e de se disseminar descontroladamente e se não for tratado pode se espalhar para tecidos próximos e outras partes do corpo. A doença pode ocorrer em qualquer faixa etária e é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (de 15 a 29 anos), adultos (de 30 a 39 anos) e idosos (com 75 anos ou mais). Os homens são mais propensos a desenvolvê-la.

Fontes: Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Ministério da Saúde

Cura total pela fé

Você também pode usar a fé e obter a cura para si mesmo, ou para um familiar. Participe da Corrente dos 70, que ocorre todas as terças-feiras na Universal.

No Templo de Salomão, em São Paulo, os horários são às 10h, 15h e 20h. Você ainda pode participar em uma Universal mais próxima.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: cedidas