Que muitos homens têm o rei na barriga é fato. Eles acham que podem tudo. Isso, é claro, tem relação com o que foi criado e seguido por eles ao longo da história humana, afinal, nos primórdios, eles tinham que lutar pela sua sobrevivência e a de sua família. Essa dinâmica se estendia aos conflitos por disputa de territórios e por comida. Obviamente, a atitude de conquistar Eduatornou-se algo quase inseparável do perfil masculino. É como se todo homem tivesse sido criado ouvindo repetidamente o mantra “lutar, sobreviver, vencer e conquistar”.

Com o passar do tempo e com a diminuição de conflitos bélicos, a atitude de lutar para conquistar se incorporou ao perfil masculino em um processo social passado de pai para filho e chegou a outras áreas, como a carreira e os relacionamentos. Vale ressaltar que diversos aspectos desse perfil são importantes se usados na medida certa e obedecendo aos preceitos cristãos, morais e éticos.

Por outro lado, quem não tem tenacidade para lutar por aquilo que quer não conquista nada, embora somente isso não conte para angariar vitórias. Entretanto, em muitos casos, quando o homem extrapola suas conquistas ou nem chega a esse ponto, mas quer tudo sem medida, ele passa a desejar o que o outro tem, mesmo que já tenha vitórias pessoais plenamente satisfatórias.

A história bíblica de Davi, por exemplo, retrata bem isso (veja mais na série Reis, na Record TV, disponível também na plataforma Univer Vídeo). Ele já era rei, tinha conquistado territórios inimigos e fortalecia o império hebreu com suas vitórias. Apoiado nelas também passou a acreditar que podia tudo, sob o pretexto de que esse era “o costume dos reis”. Davi mantinha várias concubinas e esposas, mas seu ego o fez desejar Bate-Seba, que era casada com outro homem.

Hoje em dia, existem poucos reis e, apesar dos costumes serem outros, muitos homens ainda agem como se pudessem tudo, pois a sociedade lhes diz incessantemente que eles devem ser conquistadores. Existem até os que competem com outros homens para ver quem “pega” mais mulheres nas baladas. Há quem as encare na rua sempre em busca de uma nova conquista, mesmo tendo namorada ou sendo casado. Outros ultrapassam esse comportamento, trocam mensagens nas redes sociais ou consomem pornografia, o que perpetua uma cultura medíocre e deprimente.

Não são poucos os que justificam essas atitudes dizendo “homem é assim mesmo ou tem que agir feito homem”. Eles precisam compreender que, embora possam praticar determinadas ações, muitas vezes, elas não devem ser adotadas. A história de Davi já é um alerta sobre isso, mas a Bíblia também nos adverte em 1 Coríntios 10.23: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”.

Todo homem que acredita que tem o rei na barriga está equivocado. Seu rei é seu ego. Ele o levará ao topo e o deixará sozinho e desvalorizado na vida e em situações nas quais perderá relacionamentos, família, trabalho e amigos. Antes de mais nada, ele deve deixar seu ego de lado e conhecer o verdadeiro rei, que é o Senhor Jesus, ou pode ser tarde demais para mudar quando perceber que o rei que carrega na barriga é uma falácia. Isso vale também para quem se diz cristão, mas não pratica o que a Bíblia ensina.