Socioeducativo realiza oficina de grafite para menores infratores

A iniciativa tem o objetivo de criar uma galeria de arte na própria Fundação Casa. Confira

Recentemente, o projeto Universal Socioeducativo da Catedral de Bauru (SP) realizou uma oficina de grafite para menores infratores da Fundação Casa de Marília (SP), com o intuito de despertar o interesse e as habilidades dos jovens de desenvolverem essa arte.

A ação especial teve o propósito de despertar o potencial dos que demonstram aptidão e têm necessidade de expressar seus sentimentos por meio da arte. Dez adolescentes participaram da confecção de um painel. O objetivo do Universal Socioeducativo é elaborar uma galeria dentro da própria Fundação Casa com as obras realizadas exclusivamente pelos jovens que estão em processo de ressocialização. O projeto visa mostrar para a comunidade que talentos não podem ser desperdiçados e que podem ser usados no processo de transformação de vida. Na pintura inicial foi reproduzida a figura de uma mãe oferecendo amor ao filho, como referência de cuidado, ternura e amor (foto acima).

O responsável pela ação, Pastor Eduardo Bahia, detalha qual foi o objetivo da ação: “muitos desses meninos foram pichadores, são artistas, só que a ideia não é fazer com que eles se tornem artistas apenas”. O Pastor explica que a arte pode ser um caminho para “quebrar o gelo” com os jovens e ajudá-los a enxergarem que é possível trabalhar em uma reconstrução de vida, especialmente se utilizarem a poderosa ferramenta que é a fé. O próprio Pastor Eduardo já foi grafiteiro e hoje usa sua habilidade artística para estabelecer essa conexão com os jovens. “O resultado é glorioso! Nós falamos para os adolescentes como Deus já concedeu a eles um dom, mas sobretudo Deus quer batizá-los com o Espírito Santo, que é o Espírito da Criação”, afirma.

A importância da ação
Muitos fatores levam crianças e adolescentes a se envolverem com a criminalidade, como crises de identidade, lares desestruturados, falta de condições financeiras para terem o que julgam que precisam, falta de diálogo, rancor e influência de pessoas que, por algum motivo, admiram, como amigos ou pessoas mais velhas que fazem parte de sua comunidade.

Em muitos casos, esses jovens encontram apenas na arte o ambiente propício para expressarem seus anseios e pensamentos. O grafite se torna, dessa maneira, uma ferramenta de comunicação com a sociedade. Quando realizada em locais adequados, essa forma de arte pode fazer muito bem aos adeptos.

Hoje, com a iniciativa do Socioeducativo, o menor infrator que cumpre medida socioeducativa em uma Fundação Casa atendida pelo projeto tem a chance de usar esse dom como um modo de contribuir com a sua reinserção à sociedade e com a reconstrução de sua vida.

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Colaborador

Yasmin Lindo / Fotos: Cedidas