Seu smartphone lhe provoca dor?
Saiba como evitar esse tipo de problema
Não dá para negar que smartphones e tablets são cada vez mais indispensáveis. Tais meios de comunicação são, para muitas pessoas, as principais ferramentas de trabalho e servem para enviar e receber diversas mensagens ao longo do dia.
Estima-se que uma pessoa passe de três a quatro horas diárias olhando o celular. Entretanto, uma rotina exacerbada do uso de aparelhos eletrônicos pode acarretar dores e sérios problemas de saúde.
Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (Sbed) apontou o uso exagerado de celulares e tablets como potencializadores de dores crônicas e que 37% dos brasileiros apresentam esse quadro. As mais frequentes são dor de cabeça, lombar, cervical (pescoço) e por patologias.
Para Alexandre Fogaça, ortopedista, traumatologista e chefe do grupo de coluna do Hospital das Clínicas de São Paulo, ao longo da vida todos apresentarão quadros de dor na coluna cervical e lombar, nesta última principalmente, que podem ser causadas por vários fatores, como problemas musculares, idade e peso. Porém, ele pontua que, quando se fica longos períodos usando celulares, tablets ou computadores, o indivíduo cria vícios posturais que sobrecarregam a coluna. A partir desses vícios as dores se manifestam, inicialmente nos músculos. E a frequência da postura inadequada pode resultar em sérios problemas. “Manter a cabeça muito tempo inclinada para frente pode causar hérnia de disco e a má postura por passar muitas horas no celular favorece desvios na coluna, como escoliose, lordose e cifose.”
Por causa de tantas mensagens digitadas e movimentos repetitivos, os polegares também podem ser afetados com tendinites de punho ou mão, além do risco de artrose (desgaste da cartilagem). A exposição prolongada à luz de smartphones e tablets também afeta o organismo, podendo causar dores de cabeça e problemas oculares, como degeneração na retina.
O ortopedista sinaliza que o melhor momento para procurar ajuda médica é quando houver frequência de duas ou três semanas de dor, alteração de sensibilidade ou se depois de algum trauma a dor permanecer. Idosos e crianças precisam de uma atenção especial nesses casos.
Tratamento
Ele feito à base de anti-inflamatórios e analgésicos, mudança de hábitos e correção da postura. Casos mais graves, como hérnias de disco, requerem tratamento específico, com indicação de cirurgia em algumas situações.
Exercícios amenizam a fadiga muscular
O ortopedista indica atividades sem ou de pouco impacto para compensar o cansaço muscular e aliviar as dores, como natação, ginástica holística e musculação.
Prevenir é sempre a melhor alternativa, por isso, o especialista recomenda alguns cuidados para fazer bom uso da tecnologia e evitar dores: posicione o celular próximo da altura dos olhos, não fique curvado; reduza o brilho de telas e monitores para evitar problemas de visão; faça pequenos intervalos após cada duas horas de uso de eletrônicos. Alongamentos também são importantes. Exercite-se e não deixe que as atividades físicas sejam substituídas pela vida digital.