Saiba por que ser multitarefa pode ser “uma furada”

Querer desempenhar funções distintas – ao mesmo tempo – pode afetar a produtividade de gerentes e funcionários

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Responder e-mails, montar um projeto, organizar a planilha diária, preparar café para a equipe, planejar uma reunião para o final do dia, analisar a concorrência… Ufa! Para quem é multitarefa o tempo se torna um inimigo. E muitas pessoas estão sendo assim no ambiente corporativo. Quantas vezes você já viu a palavra multitarefa entre as capacidades desejadas em um anúncio de emprego? Provavelmente muitas. Mas as pesquisas já têm mostrado que essa pode não ser uma característica positiva. Pelo contrário, quanto mais coisas uma pessoa tenta fazer ao mesmo tempo menor pode ser sua produtividade. Foi o que concluiu um estudo conduzido pela Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

Outro estudo, feito pela Universidade de Londres, revelou que pessoas multitarefas enfrentam quedas significativas no quociente de inteligência (QI) ao tentar realizar diversas atividades simultaneamente. Essa redução foi semelhante à de indivíduos que usam drogas, como a maconha, ou que não dormem.

“O profissional multitarefa estará mais propenso a doenças ligadas ao estresse, à ansiedade e a ataques de pânico. Além disso, ele pode acabar se perdendo em sua identidade profissional, deixando assim de ser um especialista em sua área”, explica Alessandra Souza de Amorim, especialista em gestão de pessoas.

Além de efeitos negativos para a saúde, desempenhar diversas funções pode ser prejudicial no empenho profissional. Isso porque o indivíduo acaba recebendo mais informações do que é capaz de administrar, o que ocasiona uma sobrecarga mental e diversas consequências em suas atitudes diárias.

Irritabilidade e ansiedade

O imediatismo de ter que responder na mesma hora todas as mensagens que chegam via WhatsApp ou o fato de ter de ler e responder todos os e-

mails que estão na caixa de entrada também podem trazer problemas. “Hoje em dia, as pessoas se cobram muito para conseguir fazer tudo ao mesmo tempo e essa sobrecarga uma hora será externada em forma de ansiedade, ira ou irritação. Muitas vezes, o problema é levado para dentro de casa e sobra até para os familiares aguentarem a pessoa que está sobrecarregada”, revela a especialista.

A ansiedade nesse caso surge quando o profissional acredita que será recompensado de alguma forma pelo seu empenho e ocorre o contrário ou quando ele não consegue executar todas as tarefas. “Em geral, são expectativas não supridas: seja quando a pessoa espera uma compensação pelo esforço e não a recebe ou quando não consegue executar com maestria tudo que se propõe a fazer. O pior é que esse sentimento pode se transformar em depressão”, acrescenta Alessandra.

Problemas na saúde

Quando há uma sobrecarga mental há perda de memória e redução da capacidade de tomar decisões, o que prejudica tanto a própria pessoa quanto quem está ao redor. “Em algum momento, as relações sofrerão danos em razão do comportamento da pessoa que tende a abraçar tudo para si e consequentemente os problemas aumentarão como uma bola de neve. A saúde pode ser afetada por transtornos psiquiátricos e diversas doenças”, esclarece.

E o mercado de trabalho?

Mas, afinal, as empresas não querem pessoas que saibam fazer “de tudo um pouco”? Na verdade, tem acontecido uma confusão entre multitarefa e proatividade. “O mercado de trabalho valoriza as pessoas que não são engessadas, que colaboram com ideias, que estão à disposição da empresa e que vestem a camisa. Porém, a característica mais valorizada é a capacidade de gerir as emoções. É preciso ter inteligência emocional até para saber negar o que pode, no futuro, gerar um prejuízo não só no aspecto pessoal, mas também para o profissional e até para a empresa”, afirma.

Então, como ser um bom profissional sem precisar se desgastar excessivamente ou até mesmo se prejudicar? O palestrante Renato Cardoso esclarece essa questão. Ele orienta que façamos “primeiro as primeiras coisas”. Ou seja, é preciso ter disciplina para saber organizar as atividades por ordem de importância.

“Nós só podemos fazer uma coisa por vez. Pesquisas recentes já descobriram que multitasking – a habilidade de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo – é um mito. O resultado é a perda de concentração, de tempo, por causa do “para e começa” toda hora, e de qualidade do trabalho. Nosso desempenho é melhor quando estamos focados em uma única coisa”, explica.

Isso significa aprender a otimizar o tempo. Então, é importante analisar sempre quais são as tarefas primordiais a serem executadas e seguir essa ordem de prioridades. Quem planeja, sempre sai na frente. O segredo da produtividade está em ter clareza quanto aos objetivos e resultados esperados em cada tarefa.

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Colaborador

Por Ana Carolina Cury/ Fotos: Fotolia