Faltando menos de dois meses para o fim de 2018, será que é possível atingir algumas metas traçadas em janeiro? No início do ano, muitas pessoas costumam fazer planos como aprender um novo idioma, melhorar a alimentação, estudar mais, praticar esportes ou trocar de emprego. Entretanto a lista de desejos é deixada de lado à medida que os meses passam: algumas pessoas ficam desanimadas; outras simplesmente desistem de seus sonhos.
Afinal, dá tempo de concretizar alguns objetivos antes do ano acabar? Ao contrário do que muitos imaginam, a resposta é sim. Quem garante é André Luiz Dametto, CEO da ALD Consultoria e professor de pós-graduação em gestão estratégica de pessoas na Escola de Engenharia da UFRJ. “Nos projetos de coaching e treinamento dos quais participo, tenho investido cada vez mais em planos práticos que permitam ações rápidas. Isso permite que até mesmo em dois meses consigamos obter novos resultados. Teste rápido, erre rápido e corrija rápido”, diz. A sugestão é evitar listas muito longas e difíceis de serem realizadas. “Uma dica que costumo ensinar é quebrar uma grande meta difícil em pequenas metas mais fáceis, um verdadeiro plano de voo em que avançamos a cada dia e isso nos incentiva a perseverar”, afirma.
O que fazer?
Mas o que dá para fazer em apenas dois meses? Depende. Antes de começar uma corrida contra o tempo, o primeiro passo é parar e avaliar o que foi feito até agora. “É importante revisar o que você já fez e encarar suas ações. Observe se você está repetindo os mesmos erros e procure entender o motivo e seu padrão de comportamento”, argumenta Solange Santos, consultora de desenvolvimento humano. O segundo passo, diz, é tomar uma decisão. “A vontade é emocional, a decisão é racional. Decida o que você quer e não espere ter vontade para começar”, acrescenta.
Além disso, é preciso reconhecer as próprias conquistas e não se pressionar tanto. “Nós nos cobramos muito, exigimos muito de nós mesmos. Às vezes, traçamos metas inatingíveis e ficamos frustrados. A cobrança excessiva não faz bem. O ótimo é inimigo do bom; o possível está longe do ideal. Ou seja, nossa expectativa precisa ser viável, alinhada com a nossa realidade, não precisa buscar a perfeição”, argumenta Silvia Donati, personal & professional coach e leader coach pela Sociedade Brasileira de Coaching.
Por partes
Depois de fazer o primeiro diagnóstico, é importante traçar os planos que ainda podem ser iniciados em 2018. Silvia Donati lembra que objetivos maiores dependem de um planejamento que envolve várias etapas. “Os planos de médio e longo prazos devem ser divididos em metas menores. Por exemplo: se você quer trabalhar em uma multinacional ou estudar fora e não tem um segundo idioma, pode começar matriculando-se em um curso e buscando materiais na internet. É preciso identificar os degraus que você terá que subir para conquistar o que deseja”, ensina.
Solange Santos sugere fazer um mural na parede com imagens que traduzam os objetivos que você quer atingir. “Eu tenho quadros com metas do ano e imagens. Para cada imagem, coloco três ou quatro tarefas que preciso cumprir”, revela. Ela ainda destaca que o uso de smartphone e redes sociais deve ser controlado para não atrapalhar o rendimento. “Decida o que você vai fazer e procure manter o foco por 20, 30 minutos seguidos. Tire o som do celular e procure não se distrair.”
Para fazer o dia render mais, ela lembra que é importante planejar o próprio tempo. “A cada tarefa que você for realizar, determine um tempo e cumpra esse prazo. Para quem tem dificuldade em se organizar, sugiro medir o tempo gasto em cada tarefa. Cerca de 70% do que fazemos em um dia não tem impacto no que realmente desejamos”, destaca.
André Luiz Dametto pondera, entretanto, que os planos precisam estar alinhados aos valores e prioridades da pessoa. Caso contrário, o esforço pode ser em vão. “Aqui é importante falarmos sobre as crenças sabotadoras. Muitas vezes quando dizemos ‘eu não consigo’ na verdade há por trás desta frase um ‘eu não quero’. Fazer planos que realmente dialoguem com nossos valores e objetivos ajuda a termos a motivação para implementá-los. Vai dar certo, confie e aja!”, finaliza.

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