A Força Jovem Universal (FJU) da Itália — por meio do projeto Universitários — está oferecendo, gratuitamente, um curso básico de italiano para estrangeiros. O objetivo é auxiliar os beneficiados a terem acessibilidade e oportunidade de desenvolvimento pessoal, social e profissional.

Segundo o responsável pelo FJU no país, Andrade Marcelino, muitos que chegam de fora têm “enfrentado diversos problemas por não saberem se comunicar, além de o fato de que viver no exterior é um desafio para a maioria”. Ele ainda conta que, recentemente, cerca de 40 pessoas compareceram ao polo da FJU em Milão e mais cem em diferentes localidades, a fim de se inscrever e ingressar nas aulas nesse primeiro semestre.

O curso de idioma — que teve início em 2021 —, atualmente disponível em 15 cidades, já está em andamento em Roma, Milão, Genova, Bergamo e Udine. Sendo que, em alguns locais, a FJU também oferece ensino de inglês e espanhol.

O aluno Jesus Alberto Ureta relata que decidiu participar porque, além de gostar da língua, via a necessidade de falar bem italiano e acreditava que isso o ajudaria a encontrar um bom emprego. “As lições são bem dinâmicas e recebemos exemplos reais de como sair na rua e conversar com os outros”.

Já a aluna Lorenza Valentina Carrera disse que acha o curso ótimo, satisfatório e ainda comemora: “Aprendi muito regularmente, melhorei minha pronúncia, comunicação e conhecimento da língua italiana”.

As aulas são oferecidas duas vezes por semana, em formato presencial. Em todas as unidades, o material didático é fornecido aos estudantes gratuitamente, de acordo com a evolução e percurso de aprendizagem natural.

Além disso, os voluntários do projeto Universitários, em alguns casos, se prontificam até mesmo a ajudar os jovens na criação de currículos, a realizar anúncios de busca de emprego e publicá-los em sites gratuitos, e também, oferecem orientação a respeito da emissão de documentos.

O voluntariado como uma forma de descobrir talentos

O Índice de bem-estar da juventude na Itália é o mais baixo da Europa, segundo o levantamento divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística italiano (Istat). Os dados apontam ainda que 1,7 milhão de jovens — quase um quinto da população na faixa etária de 15 a 29 anos — não estuda, não trabalha e não recebe treinamento vocacional.

A voluntária Anna Barbagelata, de 29 anos, foi convidada a fazer parte do Universitários logo após voltar a morar na Itália, sua nação de origem. E não muito tempo depois, foi chamada para atuar como professora. Ela conta que esse convite veio num momento bem difícil de sua vida. “Eu me sentia inútil, não acreditava em mim, não tinha emprego nem perspectiva, eu pensei que eu não valia a pena”.

No entanto, ao se colocar à disposição a fim de ajudar os outros, algo inesperado a impactou positivamente. “Comecei a dar aulas de italiano aos estrangeiros e, mesmo não recebendo nada material em troca, o que recebi por meio deste curso valeu muito mais do que dinheiro: descobri meu talento! Graças ao grande privilégio de lecionar que este projeto me proporcionou, hoje estou matriculada na universidade e estudando para ser intérprete!”

Somente em 2023, com o apoio de 91 mil voluntários, o programa beneficiou 3,2 milhões de pessoas nos 104 países onde está presente.