Quase 40% da população brasileira deve ser de pessoas com 60 anos ou mais até 2070
Saiba como se preparar para envelhecer com dignidade e sem preconceito
Em 1º de outubro foi celebrado o Dia Internacional das Pessoas Idosas e o Dia Nacional do Idoso. Um dos motivos para a criação das datas é quebrar o preconceito em relação a envelhecer e tentar estabelecer condições para que as pessoas possam viver da melhor forma possível essa fase da vida, em iniciativas que envolvem toda a sociedade, com políticas públicas e também com ações individuais. Muitos não fazem ideia de que em 2050, por exemplo, o número de pessoas no mundo com 65 anos ou mais deve dobrar, segundo previsões da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mais pessoas idosas que jovens
No Brasil, já vemos como essa situação se desenha para o futuro: pela primeira vez na história, há mais pessoas idosas que jovens. Essa mudança foi registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023, quando o percentual da população idosa, de 15,6%, ultrapassou os 14,8% dos que têm entre 15 e 24 anos. O número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% entre 2010 e 2022. Quem tem 60 anos ou mais já soma mais de 32,1 milhões, representando mais de 15,8% dos brasileiros. E não para por aí: pessoas nessa última faixa etária devem ser 37,8% da população em 2070, segundo as projeções do IBGE.
Falta preparação para o envelhecimento
Renata Mafra, psicóloga e coordenadora do projeto Arnaldo 50+ (programa voltado para promover a saúde integral da pessoa idosa) do Centro Universitário UniArnaldo, afirma que a sociedade ainda discute pouco a preparação para o envelhecimento. “É possível começar desde a infância com hábitos saudáveis, mas nunca é tarde para adotá-los. Programas de preparação para a aposentadoria, por exemplo, mostram como o ambiente de trabalho pode ajudar, prevenindo problemas como depressão e perda de propósito após a aposentadoria”, cita.
Capital para a velhice
Renata afirma que na velhice, quedas, depressão e perda cognitiva são preocupações comuns, mas podem ser prevenidas com alimentação equilibrada, exercícios físicos e estímulos mentais, como aprender um novo hobby. “É essencial também construir três tipos de capital: físico, mantendo o corpo ativo; cognitivo, com leitura e aprendizado contínuo; e o planejamento e reserva de recursos para garantir bem-estar e acesso a serviços na terceira idade, além de permitir desfrutar da vida”, analisa.
Propósito de vida
A psicóloga também considera importante a manutenção dos laços sociais: “Eles são essenciais em todas as fases da vida, oferecendo proteção e suporte, especialmente em momentos de vulnerabilidade. A família é um elo importante, mas, na sua ausência, é fundamental criar redes de apoio na comunidade com vizinhos, por exemplo. Esse é um desafio comum nas grandes cidades, onde o isolamento social é frequente. Já o propósito de vida é vital em qualquer idade e não deve se limitar ao trabalho ou aos vínculos afetivos, mas, sim, à própria experiência de viver e aprender. A sua ausência pode levar à depressão e até ao suicídio”, aponta.
Promoção da mudança
A especialista avalia que é essencial permitir-se refletir sobre o envelhecimento, superando a ideia negativa que muitos ainda associam a essa fase. “A honestidade também é importante: não se deve atribuir à idade problemas que são resultado de estilo de vida, como o sedentarismo. O preconceito contra a velhice é alimentado pelo medo da morte, da doença e da perda de autonomia. Para enfrentá-lo, é preciso promover uma mudança cultural e linguística que valorize o envelhecer como um processo de amadurecimento. A adoção do termo ‘pessoa idosa’ é um exemplo dessa busca por inclusão e respeito”, analisa Renata.
Alicerce essencial
O Bispo Valter Pereira, coordenador-geral do grupo Calebe Universal, afirma que envelhecer é um processo natural da vida e deve ser encarado com serenidade e sabedoria. “Embora muitas pessoas associem a velhice à perda de utilidade, o envelhecimento é uma fase que pode ser vivida com dignidade e alegria. É a oportunidade de colher os frutos do que foi plantado ao longo da caminhada. É amadurecer, acumular experiências e continuar escrevendo novas histórias”, diz.
Ele também destaca a importância da fé nesse momento da vida. “Em Deus a pessoa idosa encontra força, consolo e esperança para enfrentar os desafios da idade. A fé se torna um alicerce essencial, especialmente na maturidade, quando há uma reflexão mais profunda sobre o passado e o futuro eterno. Viver com Deus é reencontrar a verdadeira essência: confiar, descansar e seguir com propósito até o último dia”, avalia.
Atividades gratuitas
O Bispo explica que o Calebe celebra e apoia as pessoas idosas diariamente, com atividades sociais e espirituais que promovem qualidade de vida, com foco no cuidado, no acolhimento e no incentivo à fé. “O projeto está presente em 119 países. No Brasil, 65.450 idosos participam dele, enquanto no exterior mais de 115 mil. Ele é voltado para pessoas a partir dos 60 anos, mas também recebe outras faixas etárias, incentivando a convivência entre gerações.”
Para participar do Calebe Universal, acompanhe as páginas oficiais do grupo nas redes sociais, procure a sede do grupo na Universal mais próxima da sua casa ou ligue para (11) 2178-1191.
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