Quais vagas de trabalho o varejo está oferecendo?

Veja o que fazer para ocupá-las e como progredir em carreiras que podem ser promissoras

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O perfil do emprego no varejo brasileiro está sendo alterado pelas transformações digitais. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e divulgada recentemente, entre 2019 e 2023, as dez profissões que mais registraram crescimento no número de contratações foram auxiliar de logística, expedidor de mercadorias, estoquista, embalador, atendente, auxiliar de serviços de alimentação, armazenista, operador de telemarketing, promotor de vendas especializado e motociclista no transporte de documentos e pequenos volumes.

Enquanto o número de contratações para as vagas de auxiliar de logística, expedidor de mercadorias e estoquista mais do que dobrou, o tradicional cargo de vendedor – que em dezembro do ano passado respondia por quase 20% dos 8,5 milhões de trabalhadores empregados formalmente no comércio – nem aparece entre as ocupações que mais ampliaram o número de vagas nos últimos quatro anos.

Para Bia Nóbrega, executiva de recursos humanos, conselheira de empresas, mentora de mulheres, professora de desenvolvimento humano e organizacional, essas mudanças não ocorreram de uma hora para outra. “É um processo que já vinha ocorrendo, mas que se acelerou com a pandemia. Ela foi um grande acelerador das plataformas digitais, de toda a tecnologia, um marco que faz com que as empresas de fato tenham que saber vender, criar necessidade e sem o contato físico”, observa.

Em relação ao que mostra a pesquisa, Bia avalia que não se trata de um fenômeno apenas em nosso país. “Tanto no Brasil quanto no exterior, existem várias outras pesquisas que retratam a migração de pessoas no front, de trabalhos que necessitam ensino médio, se qualificando com cursos de curta duração para trabalhar nas plataformas digitais. No Brasil também há um movimento muito grande de necessidade de pessoas mais voltadas para a tecnologia e essas vagas mais voltadas para logística, sem dúvida, estão crescendo muito.”

Boa parte das vagas não requer cursos específicos. “O cargo de auxiliar de logística é muito mais relacionado a habilidades humanas do que a habilidades técnicas ou ao conhecimento técnico. Então, de fato, o que a gente sempre precisa é de pessoas observadoras e dinâmicas, porque você ganha no planejamento, na organização e na velocidade de execução e comunicação também, porque você precisa se comunicar com os outros para não perder tempo. Conforme a pessoa for crescendo na carreira, aí sim, existem conhecimentos técnicos que fazem parte da formação específica na área”, esclarece.

As vagas que estão mais disponíveis servem tanto para jovens que estão iniciando a carreira quanto para pessoas mais experientes que buscam recolocação. “As pessoas 50 mais eventualmente ainda são cotadas para funções operacionais. Na logística para segmentos mais específicos, como um e-commerce diferenciado, em que se busca dar uma experiência na entrega, e para atividades que demandam encantar o cliente, com um bilhete escrito à mão especial numa caixa, um embrulho diferenciado, produtos de valor agregado alto, de preços inclusive altos, esse profissional terá espaço”, exemplifica.

A maior oferta de vagas de trabalho em outras áreas diferentes da de vendedor físico também tem outras justificativas. “O mercado está buscando pessoas que entendam a necessidade do cliente e que trabalhem muito mais com o olhar da experiência. Então, o trabalho não é mais apresentar um produto, mas apresentar todos os atributos que aquele produto pode trazer para a experiência desse cliente. Por vezes, o cliente já sabe o que comprar e vai fazê-lo no e-commerce”, diz.

Mesmo com a nova realidade, Bia não acredita na extinção da função de vendedor. “Eles terão que se adaptar. No ambiente físico, em vez de apresentar produtos, eles vão trabalhar muito mais em apresentação de experiências com os produtos para o novo consumidor que busca, cada vez mais, ‘experienciar’. Ao comprar uma camiseta, por exemplo, o consumidor quer saber onde pode usá-la, com o que ela combina, que valor agregado ela tem, seja de marca, seja da mensagem que passa, e o vendedor precisa saber isso”, explica.

Quem quiser ocupar as vagas que estão sendo disponibilizadas não poderá ficar acomodado. “Nós, seres humanos, também estamos nos depreciando. Perdemos a cada ano 20% das nossas habilidades. No meu contato de RH no dia a dia com pessoas que trabalham na área de telefonia, por exemplo, elas têm à disposição plataformas de treinamento maravilhosas, com um monte de conteúdo, e não aproveitam. Acho que a primeira coisa é aproveitar todas as oportunidades que a empresa em que você trabalha oferece. Também há muito conteúdo gratuito no YouTube, no Spotify e na internet. Não perca a oportunidade de estudar”, conclui.

Prepare-se com Deus
Se você quer se preparar para as mudanças que afetam o mercado de trabalho, faça como milhões de pessoas e participe da reunião Prosperidade com Deus. O encontro acontece às segundas-feiras, em todos os templos da Universal.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Hispanolistic/gettyimages / Arte: Edi Edson