PT tenta censurar Record TV
Em ação contra a emissora, o partido tenta impedir a liberdade de imprensa. Entenda
Parece que a censura já está chegando no Brasil. Isso porque, o Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou uma ação contra a Record TV por divulgar supostas notícias falsas contra a legenda. A ação indenizatória foi registrada na Justiça do Distrito Federal e os advogados pedem uma quantia de R$100 mil de indenização por calúnia e injúria.
Entenda
A ação foi protocolada depois da emissora veicular notícias que revelavam o envolvimento do partido, dos ex-presidentes Lula e Dilma e o Foro de São Paulo com o narcotráfico na América do Sul.
As reportagens tiveram informações de uma das mais respeitadas jornalistas da Espanha, Cristina Segui.
Segundo a jornalista, o PT e outros partidos na América Latina e Europa teriam envolvimento com o narcotráfico. Os partidos seriam financiados pelo tráfico de drogas. Ela voltou a falar sobre o assunto, depois da prisão do ex-chefe da inteligência do governo da Venezuela Hugo Carvajal, na Espanha, acusado de envolvimento com o tráfico de drogas.
Em nota, no site oficial, a legenda afirmou que Cristina Segui se trata de uma “fonte parcial, suspeita e sem credibilidade”.
Contudo, o que a legenda não cita é que as acusações de Cristina Segui são fundamentadas no depoimento de Hugo Armando Carvajal, ex-chefe do Serviço Secreto da Venezuela, mais conhecido como Pollo Carvajal, que revelou detalhes sobre um esquema de financiamento de partidos de esquerda na América Latina e na Europa, pelos governos de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro.
Segundo Carvajal, o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva também teria sido beneficiado com dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
“O governo venezuelano financia ilegalmente movimentos políticos de esquerda no mundo há pelo menos 15 anos, incluindo o financiamento da criação do partido político espanhol Podemos”, disse Carvajal.
O ex-chefe do Serviço Secreto venezuelano ainda destacou que tem meios para provar o esquema ilegal de financiamento de partidos de esquerda. “Tenho informantes que testemunharam diferentes estágios dessa rede. Pedi aos meus advogados que os contatassem enquanto eu estava na prisão para perguntar se eles estariam dispostos a atestar meu testemunho, e alguns responderam sim sobre concordar em testemunhar perante um juiz.”
Censura
O Partido dos Trabalhadores, em nota, diz que a ação “não configura nenhum tipo de censura, mas a garantia constitucional de preservação da imagem e da honra”, o que se torna difícil de acreditar, visto que o partido está tentando que a emissora retire a reportagem do ar, dizendo se tratar de fake news.
Contudo, não é segredo para ninguém que o PT, na pessoa de Lula, já mostrou seu interesse em atentar contra a democracia e a liberdade de imprensa.
Recentemente, ele falou sobre regulação da imprensa no País, em uma coletiva de imprensa, em São Luís, no Maranhão, caso volte ao poder, em 2022.
“Eu via como a imprensa na Venezuela destruía Chávez. Nós vamos ter que ter um compromisso público de que nós vamos ter que fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação e espero que os senadores e deputados entendam que isso é necessário para a democracia”, disse Lula.
Ele ainda afirmou que, caso seja eleito, também deve trabalhar para “discutir com a sociedade uma regulação da internet”.
Além disso, o ex-presidente também já admitiu que deveria ter regulado, quando estava no poder. “Tenho que fazer uma autocrítica. Nós não tratamos a reforma da comunicação, a regulação (da mídia), como deveria ser tratada. Aprovamos (no meu governo) um programa para que a gente pudesse regulamentar os meios de comunicação. (…) Eu não sei por que ‘cargas d’água’ não foi colocado no Congresso esse projeto”, disse.
Para muitos, pensar em um País censurado é algo distante. Contudo, diante destes acontecimentos e declarações, pode não ser utópico pensar que o Brasil pode ter sua liberdade de expressão tolhida.
Hoje, é a Record TV a ser perseguida pelo exercício da democracia e da liberdade de imprensa, amanhã pode ser um civil, um cidadão, a responder na justiça por ajudar a compartilhar informações de interesse público.
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