Programa social alfabetiza 6,2 mil pessoas por todo o Brasil

Criada em 1994, iniciativa já beneficiou mais de 33,5 mil em quatro países entre 2018 e 2022; só em 2023, mais 8,2 mil aprenderam a ler e escrever

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Entre os dias 11 e 16 de dezembro, serão realizados eventos em todos os estados e no Distrito Federal para celebrar a formatura de aproximadamente 6,2 mil brasileiros: espalhados por todo o país, eles conseguiram concluir um curso de alfabetização e estão capacitados para leitura e escrita — e se integrar mais amplamente à sociedade. A oportunidade foi proporcionada pelo programa social Ler e Escrever, ligado ao grupo Calebe e mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus, como um ponto de partida para uma vida melhor.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que a taxa de analfabetismo para pessoas com 15 ou mais anos recuou de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022. Isso significa que pouco mais de um em cada 20 brasileiros ainda é analfabeto. A região que mais sofre com o problema é a Nordeste: 11,7% dos cidadãos não sabem ler e escrever — quatro vezes o número da Sudeste, com 2,9%.

No entanto, não é apenas o analfabetismo que importa, mas a qualidade do aprendizado em leitura e escrita. Segundo a Agência Brasil, com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), entre 2019 e 2021 houve uma queda no desempenho da alfabetização das crianças no país. Em 2019, 54,8% das crianças avaliadas foram consideradas alfabetizadas. Entretanto, em 2021, o percentual caiu para 49,4%. O critério envolve a capacidade da criança em compreender leituras simples e produzir textos básicos, por exemplo.

Um mundo que se abre 

Para melhorar este cenário nacional que continua até hoje, o programa Ler e Escrever foi criado pela Universal em 1994, no Rio de Janeiro — e logo se espalhou pelo Brasil. Hoje, está presente em mais três países: Cabo Verde, Colômbia e Timor-Leste. O objetivo da iniciativa é alfabetizar todos entre 14 e 90 anos. Mas, a iniciativa vai muito além: também oferece cursos profissionalizantes para ajudar na capacitação e inserção dos alunos no mercado de trabalho.

O responsável pela ação social, Luis Antonio Dobroca, festeja a formatura dos 6,2 mil alunos por todo o Brasil e fala como será o momento: “Haverá a entrega simbólica de um certificado a todos os alunos que procuraram estar em sala de aula e obtiveram sucesso ao aprender a ler e escrever”. Ele também destaca a importância desta conquista, que acontece desde as formas mais simples. “Agora, nossos alunos podem tirar documentações, ler um letreiro de ônibus, folhetos e livros”, explica Luis, que reforça os inúmeros benefícios para a vida dos alfabetizados.

Vânia Lúcia de Lima, 51 anos, foi uma das mais de 1,8 mil voluntárias nesta ação social por todo o país. Ela ofereceu seu trabalho como educadora e coordenadora no Rio Grande do Norte: “Ver os alunos aprenderem a escrita de seus nomes, acompanhar sua evolução e ânimo para estudar nos dá a sensação de dever cumprido”, reflete.

Do outro lado, uma das mais novas leitoras do Brasil é Maria Zélia Alfredo dos Santos, de 62 anos. A senhora deixa evidente sua satisfação com as habilidades que aprendeu — e as amigas que fez este ano: “Encontrar as educadoras voluntárias em 2023 foi uma grande alegria. Elas ajudaram a abrir minha mente e aprendi muito”, celebra. Dona Maria compartilha como será sua vida daqui em diante: “Será de independência, pois vou colocar em prática todos os ensinamentos que tive no meu dia a dia”.

Somente entre 2018 e 2022, o Ler e Escrever contou com mais de 1,7 mil voluntários nos quatro países em que opera, beneficiando mais de 33,5 mil pessoas. Entre janeiro e novembro de 2023, mais de 8,2 mil pessoas foram beneficiadas pelo programa social mundo afora.

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Colaborador

Unicom / Foto: Cedida