Pornografia: 1 milhão de pessoas assinam petição contra site

Abaixo-assinado acusa site de tráfico sexual de pessoas, inclusive crianças

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Uma petição online pedindo o fechamento do site pornográfico Porhub já recolheu 1.046.911(*) assinaturas. Os criadores do abaixo-assinado acusam os donos do site de lucrarem com conteúdo ilegal, incluindo vídeos de pedofilia e estupro.

A ação é movida pela organização norte-americana Exodus Cry, criada para combater o tráfico sexual. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a responsável pela petição Laila Mickelwait afirmou:

“Temos provas concretas que foram divulgadas na mídia sobre os casos verdadeiros de estupro e tráfico sexual de mulheres e crianças [publicados] com fins lucrativos no site”.

Ela ainda explica que o site “não exige verificação da idade ou consentimento de milhões de pessoas [expostas]”, mas, esses conteúdos “geram receita com anúncios no site”.

Um exemplo dos crimes citados foi denunciado pela Fox News: uma criança desaparecida por sete meses foi encontrada por sua família após ter vídeos publicados neste site. Foram quase 60 vídeos, publicados nesta e em outras plataformas, de adultos estuprando a vítima”.

Outra investigação, realizada pelo jornal The Sunday Times, recolheu provas de dezenas de conteúdos ilegais, alguns com mais de 350 mil acessos. Há vídeos desses publicados há mais de três anos.

Resposta do site

Em nota publicada no jornal The Guardian, o site afirmou que “tem um firme compromisso de erradicar e combater conteúdo não consensual e material de menores de idade”. Mas não negou que haja conteúdos do tipo publicados.

Já à Rolling Stone Brasil, um representante disse que a “moderação de conteúdo está de acordo com os Princípios Voluntários reconhecidos internacionalmente para Combate da Exploração e Abuso Sexual Infantil Online. Isso inclui empregar uma extensa equipe de moderadores humanos dedicados a revisar cada upload. Isso nos permite tomar ações proativas contra conteúdo ilegal. Além disso, temos um sistema robusto para sinalização, revisão e remoção de todo material ilegal e ferramentas de verificação de idade”.

Ainda assim, a Exodus Cry foi capaz de reunir inúmeros vídeos criminosos publicados no site.

Quem acessa também é responsável

Esse tipo de site lucra com anúncios e venda de informações dos usuários. E o lucro é enorme.

Somente em 2019, o site denunciado teve 115 milhões de visitas por dia, totalizando 40 bilhões de acessos no ano. Ao todo, mais de um milhão de horas de conteúdo novo foi disponibilizado no site. Seria necessário passar 169 anos assistindo ininterruptamente para ver tudo.

Como é fácil enviar vídeos para a plataforma, conteúdos ilegais têm amplo espaço. E o site pornográfico lucra com eles.

Além desse site, a empresa proprietária tem mais quatro grandes sites pornográficos e duas produtoras de filmes adultos.

Tudo isso financiado por internautas, que não se importam com os crimes cometidos. Mais do que isso: não se importam em levar esses crimes para dentro de suas mentes.

“O fato de você estar olhando ali já te faz estar poluindo a sua mente”, explicou o Bispo Domingos Siqueira, em edição especial do programa Obreiros em Foco. “É uma violência, é um estupro, digamos assim, da sua mente, da inteligência. Uma violência à sua mente, à ética, à decência. É uma agressão muito grande, uma agressão a tudo aquilo que é digno, que é honesto, que é verdadeiro”.

Entenda mais sobre o assunto assistindo à íntegra do programa no vídeo abaixo:

(*) Número atualizado às 16h57, de 18 de junho de 2020

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Getty Images