Por que sua fé não traz o resultado que você espera?
A fé eficaz é aquela que não se limita à aparência, mas beneficia todas as áreas da vida
Por que há tantos que falam de fé, mas colhem tão pouco dela? Essa pergunta revela uma situação comum: muitos dizem que creem em Deus, mas vivem exaustos, inseguros e vazios. Eles enfrentam preocupações constantes, vivem relações desgastadas e problemas que parecem maiores do que eles.
A fé, hoje, se resume a hábitos religiosos, emoções e atitudes superficiais. São pessoas perfeitas na performance, mas rasas espiritualmente. São frequentadoras assíduas de instituições e conhecedoras da letra, mas estão distantes do Autor da Palavra. Elas dominam a linguagem da fé, mas não vivem seu poder; acreditam em Deus, mas não O conhecem; parecem sinceras em suas intenções, porém estão presas a uma fé de conveniência, que se expressa por fora, mas que não se entrega por dentro. E uma fé que não alcança todas as áreas da vida é incompleta: ela pode até gerar pequenos avanços, mas não rompe os padrões internos nem transforma de verdade.
Foi exatamente essa postura que o Senhor Jesus criticou nos fariseus: zelosos nas tradições, a ponto de darem até as mínimas ervas como dízimo, mas negligentes quanto ao que realmente importa, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mateus 23:23). A aparência da fé estava presente, mas o Espírito, não.
Um espelho
Nem todo aquele que fala de fé pertence ao Deus da fé. Por isso, mesmo que demonstrem entusiasmo espiritual, muitos permanecem parados, porque não receberam ainda o Transformador dentro de si.
Só quando o Próprio Deus passa a habitar no íntimo do indivíduo, revelando quem é o Senhor Jesus, é que a fé se torna viva. Portanto não basta conhecer as promessas, é preciso conhecer Quem as fez. A frustração, neste caso, não vem de um Deus que não concede os resultados que eram esperados, mas de uma entrega que nunca aconteceu.
O retrato da fé que funciona
A fé não se baseia em sentimentos, circunstâncias e desejos pessoais, tampouco funciona como barganha.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11:1).
Ao falar dessa fé genuína, é impossível não lembrar de Abraão. Nascido em uma terra marcada por ídolos e cercado por crenças, ele parecia destinado a repetir os padrões de sua época, até que ouviu uma Voz diferente, como descrito em Gênesis 12:1: “… Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei”.
Sem garantias visíveis, ele confiou, obedeceu e se moveu. É nesse gesto que mora o segredo da fé que dá resultado: confiar mesmo sem sentir, agir mesmo sem ver e perseverar mesmo quando tudo parece estar parado.
A fé que revela Deus
Deus fez promessas extraordinárias a Abraão:
“E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:2-3).
Mas, em um mundo marcado por sofrimento, como entender essa promessa? Como tantas famílias podem se considerar benditas em meio ao caos? O sentido espiritual responde a essas questões: “Essa nação era o Reino de Deus”, esclareceu o Bispo Edir Macedo em suas redes sociais e acrescentou: “Abraão foi a própria bênção. E de Abraão veio Jesus, nosso Senhor. É por meio dEle que todas as famílias da Terra podem ser alcançadas. Essa é a herança da fé de Abraão: uma fé que gera vida onde não havia esperança”.
Segundo o Bispo, quem recebe o Espírito Santo vive essa mesma revelação: torna-se morada do Próprio Deus e capaz de ser bênção onde antes havia desordem e dor. “Com a revelação, vêm as promessas e, com a obediência, o cumprimento delas. Deus vem na Pessoa do Espírito Santo e faz de você um Abraão.”
Inabalável
Abraão possuía materialmente tudo que se poderia desejar. No entanto carregava um vazio que nenhuma riqueza preenchia: a falta de um filho. Foi por meio dessa condição que Deus se revelou, porque sua fé não estava nas bênçãos, mas em Quem as prometeu. Essa fé não apenas o tornou filho do Altíssimo, mas também pai de todos os que viriam a crer. Por isso, ele foi considerado justo (Romanos 4:1-3).
Quando essa fé nasce dentro da pessoa, ela não precisa mais provar nada, pois os frutos falam por si mesmos. O semblante muda, as escolhas se renovam e o coração finalmente descansa.
Quem quer o Autor da fé?
A angústia por conta das promessas não cumpridas nasce quando tentamos resolver à força o que Deus quer realizar por meio da fé. Por isso, se sua fé não trouxe o resultado esperado, talvez o problema não seja a falta de esforço, mas quem ocupa o trono do seu interior. Portanto a pergunta certa não é “por que Deus não me respondeu?”, mas “quem está dentro de mim?”.
A fé que funciona não é só a que move montanhas, mas a que remove medos, dúvidas e complexos. É a fé que não muda apenas circunstâncias, mas que transforma quem crê e deseja em uma
nova criatura.
A promessa, a entrega e a herança da fé
Quando Deus chamou Abrão para fora da tenda, não foi só para lhe mostrar o céu estrelado, mas para expandir o horizonte da sua fé. Naquela noite, o Senhor o fez enxergar uma promessa que transcendia o ventre de Sara e os limites do tempo, como lemos em Gênesis 15:5: “Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar (…) Assim será a tua descendência”.
Diante do infinito, Abrão creu e isso lhe foi imputado como justiça (Gênesis 15:6). Ali, ele deixou de apenas esperar algo de Deus e passou a viver por Deus.
A Bíblia Sagrada com as Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo explica: “Quando o patriarca foi escolhido, ele era apenas um (Ezequiel 33:24). Além disso, era impossível que ele gerasse um povo, porque Sara, sua esposa, era estéril”. Mesmo assim, Abraão e Sara creram e a fé deles se tornou o alicerce de todas as gerações.
Mas a fé de Abraão não se limitou à conquista de um filho. Seu verdadeiro triunfo foi a comunhão com Deus. Tanto que, quando o Senhor pediu Isaque em sacrifício, ele não hesitou (Gênesis 22:2). Subiu o monte com a lenha, o filho e a certeza de que, se Deus deu a vida, também poderia restaurá-la (Hebreus 11:19). E foi essa entrega que revelou um coração disposto a priorizar a vontade divina.
Séculos depois, a fé demonstrada por Abraão foi refletida e consumada no Calvário (João 3:16). Lá, o Senhor Jesus, o Filho da promessa, tomou sobre Si nossas dores, foi ferido por nossas transgressões e moído por nossas iniquidades (Isaías 53:4-5). Um dia antes, no Jardim do Getsêmani, Jesus enfrentou o peso dos pecados da Humanidade ao orar e se entregar, tomado por uma profunda tristeza
(Mateus 26:37-38).
Moriá e Getsêmani revelam a essência da fé que salva: entrega total, confiança absoluta e obediência sem reservas. Se Abraão, em sua humanidade, foi capaz de entregar seu filho a Deus, como o Próprio Deus se pouparia de entregar Seu Filho à Humanidade?
Deus entregou Seu Filho para que, ao receber o Espírito Santo, o ser humano pudesse ser reconhecido como Filho dEle. Mas, para que o sonho divino se concretize, é preciso participar do cálice: “Negar a si mesmo, deixar de ser senhor do seu próprio nariz e tornar-se servo do Senhor Jesus”, observa o Bispo Macedo.
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