Pilote a IA ou fique para trás
Veja como alavancar sua carreira sem ser refém da inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) está levando o mercado de trabalho a outro patamar, algo que vai muito além dos comandos que são fornecidos à ferramenta para executar tarefas. Nos Estados Unidos, por exemplo, novas profissões estão surgindo baseadas em seu uso. Cargos como engenheiro de orquestração, arquiteto de conhecimento, líder de colaboração humano-IA e designer de conversas, só para citar alguns, estão aparecendo em diversas empresas, desde as de tecnologia até as grandes redes de supermercados.
Avanço rápido
Jovana Menezes, especialista em marketing digital e inteligência artificial e representante da Joya Solutions – empresa expert em soluções de tecnologia da informação –, não se espanta com as mudanças de perspectiva profissional a partir do uso da ferramenta. “O Brasil está avançando rapidamente na área de tecnologia, com crescimento estimado de 25% a 30% nos próximos dois anos, posicionando-se como um hub [centro de conexão] de inovação. Por isso, a ideia de que as mudanças demorarão a chegar aqui é muito fechada”, opina.
Explosão da IA
Segundo Jovana, a IA está presente na vida das pessoas há bastante tempo: “Assistentes virtuais, como Alexa e Siri, e sistemas de recomendação em farmácias, que analisam padrões de compra para oferecer descontos, são alguns exemplos. Hoje a IA auxilia em tarefas corriqueiras, como a elaboração de contratos, a solução de dúvidas e a organização de dados e relatórios. Contudo a percepção e o uso diário da IA pelo público geral só aumentaram significativamente depois da explosão do ChatGPT”, afirma.
Segundo cérebro
Para a especialista, grandes e médias empresas já aderiram bem à IA. “No entanto pequenas empresas e cerca de 70% da população ainda não a utilizam plenamente, em parte por conta da falta de entendimento e ao medo. Ela não veio para ‘roubar’ empregos, mas para automatizar trabalhos repetitivos, que muitas vezes causavam problemas de saúde aos trabalhadores, e liberar o ser humano para funções mais estratégicas. Para profissionais competentes, a IA potencializa o que eles têm de melhor, tornando-se um ‘segundo cérebro’”, diz.
Comportamento humano
Na opinião de Jovana, o mercado está mudando sua visão quanto ao tipo de profissional que precisa contratar. “Profissões de baixo conhecimento e tarefas repetitivas são as mais suscetíveis à substituição pela automação. A era atual exige aprendizado diário e capacidade de ‘desaprender para reaprender’. A experiência e a capacidade de execução passam a valer mais do que os diplomas tradicionais. Você tem que comprovar que é bom de fato naquilo que faz. Além das habilidades técnicas e do domínio da tecnologia, a compreensão do comportamento humano é essencial para se destacar”, analisa.
Atenção e cuidado
É preciso, porém, ter atenção e cuidado ao usar a inteligência artificial. “Há o risco de vazamento de dados sensíveis se informações confidenciais forem inseridas ao utilizá-la. A IA, por ser um modelo de linguagem que aprende conosco, pode se tornar ‘enviesada’ ou ‘concordar com tudo’ após muito uso, respondendo ao que o usuário quer ouvir. Isso é problemático quando usuários sem profundo entendimento baseiam decisões totalmente nas respostas da IA”, alerta.
Decisão final
Jovana recomenda que a ferramenta seja usada com senso crítico: “É uma ilusão acreditar que a inteligência artificial vai ser uma solução para todos os desafios na vida. Por outro lado, o uso indiscriminado e superficial da IA pode levar à produção de conteúdo genérico e à perda de diferenciação no mercado. A IA deve ser um copiloto e não piloto porque ela ajuda na escolha, mas a decisão final sempre será do ser humano”, avalia.
Cultura da inovação
Ela faz algumas recomendações específicas. “Para as empresas: implementar uma cultura de inovação, testar e executar a automação e investir em estudos, treinamento e capacitação da equipe. Para os profissionais: focar em capacitação, em cultura digital, estudar as tendências globais e usar a própria IA como ferramenta de aprendizado. Dedique um tempo diário para entender e testar ferramentas de IA. Existem muitos cursos gratuitos disponíveis. É imperativo incluir o uso no dia a dia”, conclui.
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