Pesquisa alerta: Pornografia acaba com a libido de homens e mulheres

Novos estudos apontam que pessoas que acessam conteúdos eróticos se divorciam mais rapidamente e perdem o interesse pelos parceiros. Conheça essa e outras consequências prejudicias

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Se há alguns anos o acesso a conteúdos pornográficos era restrito às revistas e aos videocassetes, hoje em dia, com os avanços tecnológicos, esse tipo de material pode ser visualizado a qualquer hora e em qualquer lugar. Essa facilidade tem atraído diversas pessoas que buscam, no mundo on-line, a satisfação sexual. Mas o que muitos usuários não sabem é que esse prazer é extremamente perigoso e causa danos ao relacionamento e, principalmente, à saúde.

As mais recentes pesquisas sobre o tema afirmam que a pornografia pode ser o caminho mais rápido para a impotência. Essa foi a conclusão de um estudo realizado pela Universidade de Notthingham, na Inglaterra. A autora, Angela Gregory, afirma que o consumo de materiais pornográficos tem começado cada vez mais cedo e os jovens entre 18 e 25 anos são os mais suscetíveis a sofrer esse vício.

“As pessoas que atendo são aparentemente saudáveis, mas, mesmo assim, apresentam disfunção erétil. Por isso, uma das primeiras perguntas que faço aos pacientes é sobre o volume de pornografia que eles consomem, bem como seus hábitos de masturbação. Isso pode ser a raiz do problema para entender porque eles não conseguem manter uma relação com seu (sua) parceiro (a)”, afirma a pesquisadora.

Mas, por que as imagens eróticas podem tirar a libido de uma pessoa? Segundo o médico neurologista Flávio Sekeff Sallem, isso acontece porque os estímulos causados são irreais. “Ou seja, a pessoa tem acesso a diferentes cenas e a todo esse conteúdo ao mesmo tempo. Consequentemente, áreas do cérebro relacionadas à libido começam a ser alteradas e o parceiro de carne e osso se torna menos interessante”, explica.

Sexo irreal

Leandro Abreu, de 35 anos, (foto ao lado com sua esposa) corretor de imóveis, conta que sentiu na pele a falta de desejo ocasionada pela pornografia. “Tudo começou entre ‘amigos’, na adolescência. Desde lá, ver revistas, se referir às mulheres como objeto e, anos depois, acessar sites se tornou um hábito. Este costume destruiu minha vida sexual e levou meu casamento ao divórcio.”

Ele diz que buscava reproduzir cenas, posições e até falas dos vídeos que assistia com a ex-esposa e, sem sucesso, passou a perder o prazer por ela e intensificou os acessos. “Eu não achava que aquilo era traição – hoje vejo que é traição –, mas, na época, estava doente e não percebia. Recordo-me de que sentia prazer na masturbação, só que, na sequência, precisava tomar banho e me esfregava como se estivesse sujo. Ficava muito mal, com um vazio enorme e uma grande sensação de remorso. No dia seguinte, acontecia tudo de novo”, revela.

O corretor de imóveis se tornou um marido frio e distante. Com o tempo, o vício em pornografia pedia imagens mais fortes, o que o levou à traição. “Passei a frequentar salas de bate-papos e cheguei a trair fisicamente também. Sinto nojo só de me lembrar, mas estava cego. Minha ex-mulher não aceitou, lógico, e pediu a separação. Foi o fundo de poço e naquele momento percebi que não fui um homem de caráter, não falava a verdade.”

Após um tempo, ele entendeu que, se não mudasse, jamais seria feliz na vida amorosa. “Tomei uma atitude: destruí tudo aquilo que me levava a acessar pornografia. Bloqueei simples programas de TV, saí de grupos de WhatsApp, cortei amizades, deletei telefones, parei de acessar sites e comecei a alimentar minha mente com coisas leves, espirituais. Passei a ler mais e a me aproximar de Deus”, revela.

Não foi fácil, mas ele conseguiu. Hoje, casado há quatro meses com Cibele Moura de Abreu, de 31 anos, analista financeira, ele diz que aprendeu que a verdadeira felicidade sexual está na cumplicidade e no companheirismo do casal. “Faz quase dois anos que eliminei esse vício e hoje, além de ter paz, aprendi a importância e o real significado do casamento.”

A esposa dele também perdeu um relacionamento anterior por conta da pornografia. “Eu já fui casada e, por diversas vezes, o meu ex-marido trazia vídeos pornográficos para nossos momentos íntimos, tentando imitar as cenas. Era como se eu não fosse suficiente para lhe dar satisfação.”

Ela diz que aceitava, mas, depois, se sentia péssima. “Os palavrões falados e a forma como ele me chamava eram o reflexo de tudo o que já tinha visto nos vídeos. Dava para perceber que não havia sentimento no ato e isso me fazia sentir cada vez mais menosprezada”, observa.

Cibele optou pela separação, uma vez que o ex-parceiro não mudava. Hoje, ela e Leandro estão recomeçando e usando todas as ferramentas para conquistar uma relação feliz. “Eu acredito que, quando há intervenção pornográfica, naturalmente se perde o respeito. Hoje, sabemos o que é saudável ou não para nosso casamento, temos um limite. O que fazemos de diferente? Não somos egoístas, pensamos um no outro, o prazer não é só meu ou só dele, é nosso.”

Interferência emocional

Outras pesquisas sugerem que a pornografia causa, além da disfunção erétil, transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade. A Universidade de Tecnologia de Melbourne, na Austrália, diagnosticou depressão clínica em pacientes usuários de sites com conteúdos explícitos. Quanto mais tempo os entrevistados gastavam ao acessar, baixar e/ou compartilhar esses materiais, pior era o nível de ansiedade.

Ou seja, ela não só vicia, tira a libido e traz problemas na saúde sexual Como também interfere nas emoções e no comportamento. Samuel Tiburcio Donega, de 20 anos, (foto ao lado) auxiliar administrativo, conta que foi vítima de isolamento social por causa do vício em pornografia. “Aquele era um hábito meu. Acessava quase todos os dias. Ficava dentro do quarto sozinho vendo vídeos e fotos. Eu namorava, mas não era presente. Vivíamos brigando porque deixava de encontrá-la para acessar os conteúdos.”

Tudo começou há três anos, quando ele teve seu primeiro contato com imagens eróticas. “Meus pais saiam para trabalhar, então, eu ficava em casa pela manhã e à tarde sozinho. Com o tempo, a necessidade de me masturbar aumentou. Assim, vivia isolado das demais pessoas. Sempre que eu estava com alguém, ficava impaciente, me estressava fácil, pois queria acessar pornografia e não podia”, desabafa.

No final do ano passado, Samuel teve que tomar uma decisão. Sua namorada descobriu tudo e ele pediu uma chance para mudar. “Eu comecei a analisar aquela situação na qual eu me encontrava e vi que aquilo não era pra mim, que eu não iria chegar a lugar nenhum. Ela me apoiou, disse que eu ia me livrar disso e fomos buscar ajuda. Nós sempre ouvíamos falar da palestra na Universal que era realizada todos os domingos e decidimos ir juntos”, revela.

De janeiro para cá, muitas coisas já mudaram na vida dele. “Me afastei de amizades, comecei a ler livros, meu comportamento com minha namorada mudou completamente. Hoje não me irrito mais com as pessoas, tenho mais paciência e graças a Deus estou livre desse vício em pornografia. Não sinto mais vontade de ver, muito pelo contrário, tenho nojo disso”, conclui Samuel.

Resolva antes de se casar

Para a sexóloga e psicóloga Cristiane Soares Yokoyama é preciso dividir todos os problemas antes de subir ao altar. “Se a pessoa tem esse vício, deve conversar com o parceiro para que eles resolvam isso antes de chegar ao casamento.”

E foi o que Luiz Henrique de Andrade Freitas, de 30 anos, (foto ao lado) educador físico, e Tatiane Nascimento Ferreira, de 30 anos, cuidadora, conseguiram fazer, pois tiveram muitos problemas por causa dos conteúdos pornográficos. Ele era habituado à prática desde a adolescência e sua noiva não sabia disso. “Nos momentos que ficávamos juntos, havia muita frieza e falta de interesse. Cheguei a desconfiar de traição”, destaca a cuidadora.

O consumo na vida dele começou por curiosidade. Ele conta que achava que aquilo o prepararia melhor para ser um bom parceiro sexual no casamento. “Me enganei muito, tive vários problemas relacionados à minha vida social, pois agia com a mente de alguém viciado, com sintomas como afastamento das pessoas, isolamento, frieza, abstinência”, detalha o educador.

O prejuízo não foi só na parte comportamental, mas também na saúde. “Eu tinha momentos compulsivos de raiva, porque a abstinência me levava a fazer de tudo para alcançar aquele conteúdo. E a masturbação me afetou na questão de doenças relacionadas ao órgão genital”, revela.

Com dois anos de namoro, ele contou o problema para Tatiane e ela o convidou para ir à Universal para que buscasse ajuda. “Como eu já não me sentia mais bem com tudo aquilo, aceitei o convite. Busquei ajuda nas Reuniões de Libertação da Universal”, revela.

Luiz abriu mão de amizades e até do computador. “Entendi que se eu ouvisse meu corpo, seria escravo das minhas vontades para o resto da vida. Passei a agir com a razão e não me deixei levar pelo que eu sentia, mas pelo que era certo fazer.”

Eles estão noivos e se preparam para viver um casamento feliz. “Estamos bem e totalmente curados. Agora o foco é nos preparar para uma vida sexual saudável após o casamento”, diz Tatiane.

Propaganda falsa

A pornografia, infelizmente, tem iludido milhares de pessoas em relação ao sexo. “Os resultados são contrários ao esperado. É como um atleta que foi pego no doping. Ou ele acaba arruinando sua carreira ou sempre saberá que é um atleta fake, impostor”, explica o escritor e palestrante, Renato Cardoso.

Sua esposa, também escritora e palestrante, Cristiane Cardoso, completa: “como qualquer outro vício, exige um uso cada vez maior para chegar à satisfação. Seja amante do seu parceiro, não de si mesmo. Assista também ao DVD Sexo no Casamento Blindado, lá damos dicas para apimentar a relação sem que ninguém se sinta usado”, aconselha.

O sexo é uma extensão do amor e respeito entre o casal e não um ato de egoísmo. A fidelidade começa no pensamento, por isso, pratique o amor inteligente.

Para saber mais como resolver os problemas da vida amorosa, participe das palestras da Terapia do Amor, todas às quintas-feiras, em uma Universal mais próxima de você. A cada palestra, casais, noivos, namorados e solteiros aprendem sobre o amor inteligente e como desenvolver o relacionamento a dois.

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Colaborador

Por Ana Carolina Cury / Fotos: Fotolia, Reprodução e Demetrio Koch