Pedras nos rins

Má alimentação e desidratação agravam o problema

Imagem de capa - Pedras nos rins

Quem já passou por uma crise renal, ocasionada pelas chamadas pedras nos rins, sabe a dor que ela causa. Alguns até comparam com a dor do parto, uma vez que ela começa fraca e em segundos se intensifica. O acompanhamento médico é fundamental para quem recebe o diagnóstico e ele ajuda a controlar as crises. Para quem não quer ter de conviver com essa dor, a prevenção, por meio da adoção de hábitos saudáveis, é a melhor indicação. Mas, afinal, o que são as pedras nos rins?

O cálculo renal ou pedra nos rins – como essa patologia é popularmente conhecida, também chamada de litíase urinária ou urolitíase – ocorre quando sais (cristais) se acumulam nos rins. O cálcio, o ácido úrico e o oxalato são os principais causadores do problema. Tais substâncias passam pelos rins e, se presentes em grande quantidade, é necessário bastante líquido para dissolvê-las. Caso contrário, formam-se os cristais (as pedras), no interior do rim.

“Imagine que você colocou uma colher de sal em um copo com pouca quantidade de água, ainda assim será possível ver o sal no fundo do copo. Agora, se você encher o copo com água, o sal logo se dissolverá. O mesmo acontece no organismo”, explica o urologista e professor na Escola Paulista de Medicina Fernando Almeida.

O tamanho dos cálculos varia e eles podem chegar a 2,5 centímetros em alguns casos. As crises acontecem quando a pedra se desprende do rim e desce pelo ureter (canal estreito que drena a urina do rim para a bexiga). Essa passagem provoca cólica renal, que é uma forte dor na região lombar. Pessoas com histórico familiar de incidência de cálculo renal podem ter predisposição genética.

Diagnóstico

Aos primeiros sinais de dor ou desconforto na região lombar, sangue ao urinar, náuseas e vômito, vontade constante de urinar, procure atendimento médico. Os especialistas na área são os urologistas ou os nefrologistas. O diagnóstico é feito por meio de exames de ultrassom e de sangue e raio X.

O urologista Fernando Almeida destaca que existem quatro tipos diferentes de cálculo renal, ocasionados por oxalato de cálcio, ácido úrico, estruvita ou cistina. Para identificar o tipo de pedra é preciso levar uma amostra ao consultório para que seja analisada – durante crises renais é comum que alguma pedra seja eliminada na urina.

Tratamento

Cada tipo de cálculo exige um tratamento distinto, com medicamentos indicados pelo médico. Alguns casos até necessitam de cirurgia.

Alimentação adequada

A médica nefrologista Maria do Carmo Viana ressalta que a má alimentação é uma das causas do surgimento de cálculo renal. Ela alerta que cuidados essenciais precisam ser tomados. “A regra básica é reduzir ao máximo alimentos ricos em sódio – conservas, embutidos, queijos tipo provolone – e hidratar-se bem ao longo do dia. Os rins agradecem.”

Assim como com a medicação, para cada tipo de cálculo renal o médico passa uma dieta diferente, mas a nefrologista dá dicas de alimentos que devem ser consumidos e os que devem ser evitados.

Evite proteínas como feijão, frango, carnes vermelhas ou brancas em geral. Elas contribuem para a formação de cálculos renais. Se consumi-las, ingira em pequenas quantidades e faça um controle diário.

Potássio é bom. Frutas, verduras, vegetais e água de coco são boas opções, pois aumentam o citrato de potássio, substância que contribui para que sais não se acumulem na urina. O consumo de fibras e cereais integrais também ajuda na eliminação de pedras nos rins. Outro conselho médico é beber de 2 a 3 litros de água por dia. Além disso, fazer alguma atividade física também é recomendável. Cuide-se!

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Colaborador

Por Kelly Lopes / Foto: Fotolia