Papo com elas: quando se torna impróprio?

Mesmo que não haja intenção de desrespeitar as mulheres, é necessário se policiar sobre o que dizer na presença delas

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O limite entre o que é próprio do sexo masculino ou do feminino está bem confuso hoje em dia. Mesmo assim, é preciso que o homem entenda o que não deve ser dito ou feito na presença das mulheres, principalmente daquelas com quem ele não tem intimidade, como colegas ou clientes, parentes e amigas de sua cônjuge ou, até mesmo, desconhecidas. Ainda mais atualmente, em que muitas vezes uma simples gafe mal dita pode ser vista como assédio ou desrespeito.

Mas fique claro: ninguém está dizendo para você ficar mudo e imóvel diante da presença feminina no recinto. Afinal, ignorá-la também é grosseria. O recomendado aqui é ter prudência.

Não é apropriado uma pessoa de Deus falar vulgaridades. Mas é comum homens falarem sobre sexualidade, mesmo de forma saudável e respeitosa. Só que, se houver uma mulher no grupo, ou ela estiver sozinha com você, é mais prudente que esse assunto nem comece a ser falado – a menos que haja um motivo real para isso ou seja necessário. Neste caso, geralmente, é providencial que a pessoa converse com alguém do mesmo gênero, como numa palestra sobre vida sexual ou em um atendimento psicológico ou policial, por exemplo.

Você pensa que isso é frescura? Então, responda: gostaria que sua namorada, noiva, esposa ou mesmo sua irmã, filha ou outra parente querida conversasse sobre isso com outro sujeito que não tem intimidade com ela? Pois é.

Aquele sujeito que se acha engraçado também pode falar “besteira” ao fazer determinadas piadas na presença de uma mulher – ou sobre ela – e levá-la ao desrespeito, ao constrangimento ou até a processos na Justiça, como já aconteceu com alguns casos mais famosos divulgados na mídia.

E cuidado com os elogios. Por mais que você pense que uma mulher esteja bem com determinado visual, sem nenhum interesse afetivo ou sexual, externar isso pode ser mal interpretado. Ela deve ouvir isso do homem com quem realmente tem um relacionamento amoroso – e, se ele não diz, seu elogio pode pôr muita gente em encrenca, principalmente você.

Isso abre outra questão: não force uma intimidade que não existe – e nem é para existir mesmo. De novo: você gostaria que outro homem forçasse um acesso à sua amada? Certos contatos físicos, inclusive, só devem ser feitos com você. Um cordial aperto de mãos serve para ambos os sexos.

Ninguém sabe como anda a autoestima do outro. Quem garante o que um simples comentário positivo ou negativo vai causar na mente da ouvinte? Caso ela esteja carente, um simples elogio pode parecer o afago que ela tanto deseja. Mas, se isso acontecer em um dia em que ela estiver desconfiada, poderá pensar que as mesmas palavras constituem um tipo de assédio ou desrespeito.

Antes que alguém venha polemizar e dizer que isso é subestimar uma mulher, pense bem: quem, em ambos os sexos, está livre de interpretar algo errado de acordo com seu estado emocional? Outra questão tão preocupante quanto: não se sabe como terceiros, vendo a cena de fora, interpretarão o fato, o que pode dar origem a fofocas e mal-entendidos.

Às vezes, há mesmo “segundas intenções” no que é dito ou feito por um homem a uma mulher e vice-versa. Mas o que vale para todos é a boa, velha e eficaz cautela. Respeito é bom e todo mundo gosta – seja de ambos os gêneros.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: Gettyimages