Panfleto do PT tenta enganar eleitor evangélico

Campanha do ex-presidente Lula investe em material com promessas que confundem os cristãos sobre as intenções do candidato

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Na corrida eleitoral os discursos buscam alcançar todos os públicos para convencê-los sobre a melhor opção para ocupar o cargo máximo no País nos próximos anos. Contudo, nesse processo de promoção de promessas, figuram muitas incoerências e informações “para inglês ver” ou, em uma versão adaptada à realidade atual, “para o evangélico ver”.

A tentativa da esquerda de se aproximar dos eleitores evangélicos não é nova e, inclusive, foi amplamente divulgado no início do ano que o Partido dos Trabalhadores (PT) passou a contar com orientações de um suposto pastor evangélico, que ficou conhecido como o “pastor do PT”. Em entrevista a um portal de notícias, o religioso anunciou que sua missão é mudar a cabeça dos evangélicos que em 2018 teriam votado em Jair Bolsonaro. Para isso, ele afirmou, na época, que contava com o apoio da esquerda para evitar temas considerados sensíveis e que poderiam espantar o eleitorado. É questionável a atitude de uma pessoa que supostamente prega a Palavra de Deus e sugere que se engane ou se omitam informações das pessoas. Ao que tudo indica, o conselho foi ouvido, pelo menos em parte.

Na reta final para as eleições, a campanha de Lula começou a distribuir panfletos com conteúdo construído para convencer os evangélicos de que um possível governo petista seria benéfico para o grupo. A princípio, 1 milhão de folhetos foram impressos. Com o título “É tempo de esperança, o Brasil tem jeito”, o material apresenta 11 propostas que apontam para assuntos considerados importantes pelos evangélicos. Em uma leitura desatenta, o conteúdo pode até envolver os eleitores e por isso é preciso colocar luz sobre os temas abordados e mostrar a realidade que tentam esconder deles. Entre eles estão projetos que já foram colocados em prática em países governados pela esquerda, como Cuba, Venezuela, Argentina, Nicarágua, Colômbia e Chile, e os levaram ao verdadeiro caos.

Defesa da família: de acordo com o documento, a “preocupação com os valores e com a família é central para Lula e Alckmin”. A frase é seguida por exemplos, como o respeito aos mais velhos e os direitos de brincar e de ter uma moradia. Contudo, contrariando o folheto, o ex-presidente afirmou recentemente em um evento que “a pauta da família, pauta dos valores, é uma coisa muito atrasada”. Em outra ocasião afirmou que o aborto é “questão de saúde pública”. Além disso, outras bandeiras defendidas pela ideologia são o fim da monogamia e do casamento convencional e a defesa da união de várias pessoas, o chamado poliamor.

Aposentadoria digna: a proposta do candidato petista é desfazer a reforma que foi feita pelo governo atual e propor a reconstrução do sistema previdenciário. Seguindo a linha esquerdista, é provável que as regras sejam afrouxadas e os cálculos facilitados para o acesso do povo, pelo menos à primeira vista, já que o dinheiro público vem da própria população, mas a estratégia adotada pela legenda já é conhecida: dar ao povo com uma mão e tirar com a outra.

Defesa da liberdade: a princípio, a chapa Lula-Alckmin estaria lutando pela democracia e pela liberdade religiosa, mas não foi citado no folheto a intenção amplamente divulgada do candidato à Presidência de regulamentar a imprensa e as mídias, inclusive a internet, uma pretensão autoritária para supostamente evitar mentiras. Essa atitude é muito semelhante aos primeiros passos da censura vista em países com governos parceiros. Afinal, limitando a imprensa, como mostrar a realidade do País? O segundo passo normalmente é restringir a liberdade religiosa, como tem acontecido na Nicarágua, cujo governo é ligado ao petista.

Valorização da mulher: usando o versículo de Gálatas que coloca homens e mulheres como iguais diante do Senhor Jesus, o folheto realmente reconhece o papel da mulher na sociedade e aponta para propostas como igualdade salarial e o combate à violência doméstica. Mas vale chamar a atenção para três “gafes” recentes cometidas pelo ex-presidente em relação ao público feminino: em abril, ele elogiou a atitude de um senador que atacou e agrediu verbalmente uma médica em depoimento na CPI da pandemia; recentemente afirmou “quer bater em mulher, vá bater em outro lugar, não dentro da sua casa ou no Brasil”; e, em outra oportunidade, disse que trabalho doméstico é “serviço de mulher”, todas falas muito estranhas. Entretanto sabemos que a boca fala do que está cheio o coração.

Defesa da paz: distorcendo completamente um texto bíblico, o documento cita as armas espirituais mencionadas na Bíblia para combater o acesso às armas de fogo pela população. Ele argumenta que é esse armamento que causa o aumento da violência, mas não menciona que em 2015 e 2016 o Brasil chegou a ser o nono país em número de homicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde. Além disso, o ex-presidente já deu a entender algumas vezes que considera justificável o roubo de celulares, por exemplo, por falta de condições e a ausência de punição por “furto por necessidade” foi defendida pela esquerda na Câmara.

Trabalho digno, fim da fome e mais renda para as famílias:
o material de divulgação chama a atenção para os “preços altíssimos” atuais, mas é preciso lembrar que a bancada de esquerda da Câmara foi contra a redução de impostos nos combustíveis neste ano. Aliás, entre 2003 e 2011, nos dois primeiros mandatos do PT, foram registrados os maiores índices de impostos pagos pela população. Em 2015, último ano do governo petista, o Brasil fechou com inflação e desemprego acima dos dois dígitos, enquanto o trabalhador teve uma queda de 5% em sua renda. O Brasil passou por uma profunda recessão entre 2015 e 2016, ou seja, o final do governo petista foi pior do que uma pandemia e uma guerra juntos. Por que agora seria diferente?

Mais saúde: as promessas para um possível governo petista vêm acompanhadas de uma breve lembrança do passado: “nos governos Lula, a saúde foi tratada como uma política pública central, como um direito de todos os brasileiros e brasileiras e como um investimento estratégico para o Brasil”. Só se esqueceram de mencionar que essa foi uma das áreas que mais sofreram com o desvio bilionário de verbas, o que impactou na qualidade do atendimento e levou à negligência da saúde da população enquanto a corrupção corria solta.

Educação de qualidade: se em suas promessas aborda-se o investimento no processo de aprendizado, da creche à pós-graduação, vale lembrar que o PT ficou à frente do governo por 14 anos e o resultado apontado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostra o Brasil entre as últimas nações quando o assunto é educação. Some-se a isso a preocupação com o tipo de conteúdo que tem sido ensinado a esse grupo em formação, já que a esquerda defende a implementação da ideologia de gênero nas escolas, assim como tem dado o apoio à instalação de banheiros unissex e à adoação da linguagem neutra. É esse tipo de educação que queremos ver no Brasil?

Criação de Deus: nesse tópico, o folheto petista trata da importância da pauta ambiental, do combate ao desmatamento e do uso sustentável da biodiversidade do País. O candidato petista à Presidência também tem falado que seu governo foi o que mais preservou a Amazônia, afirmação que não condiz com a realidade. Enquanto no governo atual houve registro de desmatamento anual médio de 11,4 mil km², o petista ficou na casa de 15,6 mil km², com destaque para o ano de 2004, quando a destruição florestal superou os 27 mil km².

Quais valores você defende?

Não há espaço suficiente para indicar todos os impactos negativos causados pelos governos petistas ao Brasil. A estratégia atual, contudo, é contar com o esquecimento do povo e focar nas coisas que pareciam boas no passado, mas que se mostraram um desastre. As evidências são claras. Não se deixe iludir por promessas que servirão apenas para permitir que o passado se repita.

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Colaborador

Redação / Fotos: Reprodução