Os detalhes da história do Bispo Edir Macedo
Filme Nada a Perder contou com cuidadoso trabalho de caracterização de personagens e direção de arte para levar realismo à telona e inspirar o público
Em cartaz desde 29 de março, o filme Nada a Perder já ultrapassou a marca dos 11 milhões de ingressos vendidos. Mas esse não é o único destaque da superprodução sobre a história do Bispo Edir Macedo. O longa-metragem dirigido por Alexandre Avancini também chama a atenção pelos detalhes presentes em carros de época, cenários, figurinos, penteados e maquiagens.
Para narrar a trajetória do homem que se tornou um dos líderes espirituais mais importantes no Brasil e no mundo, o filme teve que recriar 40 anos da história recente do País, entre as décadas de 1960 e 1990. O desafio foi cumprido com a escolha cuidadosa de cada peça que aparece na tela do cinema.
Caracterização
A caracterização de personagens contou com a análise de fotos cedidas pela família do Bispo Edir Macedo. Quem explica é Emi Sato, responsável pela caracterização do filme. “Como se trata de um filme com personagens reais, a pesquisa começa sempre observando as fotos e depois com a pesquisa de época, pois a ideia é tentar chegar o mais próximo possível do realismo. Buscamos a essência de cada pessoa.”
Segundo ela, a maquiagem é fundamental para aproximar os traços dos atores aos dos personagens retratados na história. “Realizamos um trabalho de luz e sombra para ter traços mais parecidos, como afinar o nariz e aumentar os olhos. O desafio é não forçar demais para não cair no caricato. O que é bonito no cinema é quando você assiste e não percebe nenhum excesso, nada diferente, o efeito fica natural”, diz ela.
Emi afirma que o processo de envelhecimento dos personagens contou com o uso de próteses capilares e técnicas de maquiagem. “Algumas maquiagens demoraram cerca de 6 horas, como no caso do ator Marcello Airoldi (que fez Henrique, o pai do Bispo Macedo). A Beth Goulart, que interpreta a mãe do Bispo, ficou cerca de 4 horas na maquiagem”, detalha.
Careca
Emi Sato destaca que a colaboração dos atores e de toda a equipe foi fundamental para garantir uma boa caracterização. Ela lembra que Petrônio Gontijo, que interpreta o Bispo Macedo, raspou o cabelo em vez de usar prótese para simular a calvície do protagonista. “O Petrônio Gontijo foi muito flexível a todas as nossas propostas, isso talvez seja a parte mais importante. O bom resultado depende muito da disponibilidade e da vontade dos atores em realmente mergulhar em seus personagens”, elogia.
Carros e figurinos
Os veículos antigos ajudaram a recriar o clima de época em cenas externas. Nas gravações, foram usados mil carros antigos, entre eles um Chevrolet 1941 e um Cadillac 1954, segundo reportagem do Domingo Espetacular, da RecordTV. Já um Fusca vermelho de 1954 representou o carro do Bispo Macedo.
Muitas peças de vestuário que aparecem no filme foram encontradas em um acervo de figurino, lugar que mantém réplicas de roupas de diferentes períodos da história. A produção teve que alugar mais de mil peças, entre camisas masculinas e acessórios femininos. Outras roupas foram reproduzidas a partir de fotos da família do Bispo Edir Macedo, como o vestuário usado no casamento dele com Ester Bezerra.
Bastidores
Cida Santos, de 43 anos, participou como figurante em algumas cenas do filme Nada a Perder. Ela explica que ficou impressionada com o trabalho nos bastidores. “Vi o diretor trabalhando duro, o pessoal da produção correndo para deixar tudo certo. Gostei da elegância dos figurinos, foi tudo maravilhoso.”
Cida fez figuração em três cenas diferentes, das décadas de 70, 80 e 90. “Participei de uma cena em que o Bispo está na primeira igreja, na antiga funerária; de outra cena em que uma igreja estava tão cheia de pessoas que foi preciso fechar as portas; e da cena em que o Bispo entra na igreja depois da prisão.”
Para ela, as gravações foram uma oportunidade de se aproximar ainda mais da trajetória da instituição. “Foi muito bacana conhecer algumas épocas que não vivi e ter a oportunidade de descobrir detalhes da história”, garante. “O que mais gostei no filme foi a perseverança do Bispo. Apesar das perseguições e da humilhação, ele nunca desistiu, pois sabia que Deus estava com ele”, finaliza.
Priscila Helena Nunes, de 33 anos (foto à esq.), também participou das gravações como figurante. “Foi uma honra fazer parte da figuração e saber mais sobre a história do Bispo Macedo”, diz ela, que atuou na cena em que o Bispo vai à igreja após sair da prisão, em 1992.
Após ver o filme no cinema, ela conta que se sente mais motivada a enfrentar os desafios do cotidiano. “Eu me emocionei muito com a história do Bispo, ela é muito intensa. Ela mostra o que nós passamos no dia a dia, com todas as lutas e provações, e a importância de não desistir. A história do Bispo me ajuda a superar minhas dificuldades, pois sempre lembro de tudo o que ele passou e venceu”, conclui.