O seu inimigo mais íntimo
Ele é conhecido como um bom conselheiro e alguém cuja voz parece indicar sempre o caminho certo. Mas, por trás dessa imagem de bom moço, esconde-se um vilão. E o mais inquietante é que você provavelmente não imagina quem ele realmente seja nem quão perto de você ele está. Há apenas uma maneira de lidar com ele
Você é responsável por uma grande investigação e, para que ela tenha êxito, precisa analisar os casos abaixo. Observe que há evidências em comum que apontam quem é o criminoso.
Caso 1
Ela sabia que aquele relacionamento não tinha futuro, mas o coração lhe dizia: “Desta vez vai ser diferente”. Os sinais claros de alerta estavam lá e, mesmo assim, ela seguiu o que sentia. Meses depois, percebeu que o coração tinha confundido carência com amor.
Caso 2
Ele estava estressado. Quando outro motorista o “fechou” no trânsito, o impulso tomou o lugar da razão. O coração gritou: “Não deixe barato!” Ele desceu do carro para tirar satisfação. Em segundos, a discussão virou agressão e, quando a polícia chegou, ele descobriu que tinha cometido lesão corporal.
Caso 3
Quando ela recebeu uma notícia inesperada, o coração começou a pintar cenários catastróficos. “Vai dar tudo errado”, ele dizia. Ela acreditou. Cancelou planos, perdeu oportunidades e depois percebeu que nada daquilo tinha acontecido de fato. Era só o coração projetando medos.
Caso 4
Ela passou meses economizando, mas bastou ver a promoção relâmpago para o coração sussurrar: “Você merece”. Ela comprou. Quando a fatura chegou, percebeu que não era merecimento – era impulso.
Caso 5
Ele viu um valor sobrando no caixa e o coração cochichou: “Ninguém vai notar, seu patrão é rico. Você merece”. Era só um pequeno desvio, justificou para si mesmo. Mas pequenos desvios repetidos geraram uma auditoria e ela virou um boletim de ocorrência.
Caso 6
Ele não aceitava o fim do relacionamento. O coração dizia que ainda existia uma chance. Ele começou a seguir a ex, a vigiar horários e a aparecer onde ela estava. Até que, vendo-a com alguém, perdeu o controle e atacou os dois. O que começou como “amor ferido” terminou em prisão por agressão e ameaça.
Caso 7
Desempregado, sem dinheiro e precisando pagar as contas, seu coração gritava: “Dê um jeito!’” Ele entrou na loja, pegou dois itens pequenos sem que ninguém percebesse, mas a câmera registrou. Seguranças, polícia e audiência. O coração justificou o injustificável e a desculpa virou crime na vida real.
Caso 8
Depois de receber um feedback negativo do chefe, ele passou o dia remoendo. O coração repetia: “Você não pode aceitar isso”. No fim do expediente, foi tirar satisfação. O tom da sua voz subiu, o sangue ferveu e ele empurrou o chefe contra a parede. Colegas os separaram, mas a empresa não pôde ignorar. A agressão rendeu demissão e processo.
Criminoso
Depois de ver cada um dos quadros, você pode ter pensado que o autor de todos esses “crimes” foram as pessoas que motivaram as reações. Mas, se colocar uma lupa, vai perceber que em todas as situações há a presença do mesmo elemento:
Enquanto lia cada caso, você se recordou das muitas vezes em que também foi enganado. Afinal, movido pelo que seu coração sentia, você foi levado a fazer escolhas que, no fim, resultaram em frustração e dor. E possivelmente até hoje você ainda esteja colhendo os frutos amargos dessas decisões.
Para reforçar esse disfarce, a cultura popular se encarrega de retratar o coração como o “mocinho” da história. Em músicas, filmes e conselhos cotidianos, ecoam as famosas expressões: “Siga o seu coração”, “Faça o que seu coração mandar” e “O importante é ouvir a voz do coração”. Essas mensagens, tão sedutoras, moldam nossa percepção e nos fazem acreditar que nele está a chave da felicidade quando, na verdade, é mais uma ilusão cuidadosamente construída.
O vilão
Em uma história, o vilão é o personagem que se opõe ao herói e que trabalha contra o seu bem. E, quando não é guiado por Deus, o coração assume esse mesmo papel. Ele é:
Sedutor: porque nos convence por emoções;
Manipulador: porque distorce nossa razão;
Imprevisível: porque muda conforme a circunstância; e
Corrupto: porque faz o errado parecer certo.
O coração corresponde ao centro da vida e representa a nossa alma. Por isso, na Bíblia, coração e alma são sinônimos. Ele é responsável por concentrar todos os sentimentos e vontades e, consequentemente, vai sempre desejar sentir o que lhe traga prazer. E, para isso, ele vai sempre nos enganar, com o objetivo de nos levar a perseguir tudo o que quer, sem pensar nas consequências – afinal, essa não é sua especialidade.
É por isso que, apoiados na desculpa de que “eu não posso controlar o meu coração”, muitas pessoas se rendem aos caprichos desse inimigo íntimo e acabam sofrendo.
O Próprio Senhor Jesus alertou que as atitudes de uma pessoa partem de seu coração, pois dele “procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mateus 15:18-20).
Mas não foi este o coração idealizado pelo Criador. No princípio, Adão e Eva tinham um coração totalmente alinhado com Deus, mas, ao desobedecerem, o pecado entrou na natureza humana e separou o homem do Criador. A Humanidade entregou seu coração, antes governado por Deus, ao domínio do diabo. A partir daí, todos nascem com um coração corrompido, inclinado ao mal e resistente ao que é justo. Por isso, quando a alma segue a voz desse coração pecaminoso, ela inevitavelmente cai em pecado. E só há um caminho capaz de reverter essa condição.
A verdade é que todos já fomos vítimas do coração. Ele tem uma ficha criminal extensa com três características evidentes: enganador, perverso e indecifrável. E o Único que o conhece muito bem, é capaz de sondá-lo e afirma isso é Deus, como em Jeremias 17:9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
Troca de coração
O coração foi criado para ter prazer em agradar a Deus, mas, quando essa prioridade é substituída pelo desejo próprio, ele se afasta do propósito original e, consequentemente, torna-se o maior aliado do diabo. Afinal, a obstinação em se satisfazer, na maioria das vezes, conflitará com a
Palavra de Deus.
Por isso, a única alternativa para que o homem viva a vida que Deus idealizou – não apenas na Terra, mas principalmente na eternidade – é receber um novo coração. Deus anseia habitar no coração do ser humano, mas não em um coração corrompido.
Assim como uma casa precisa ser limpa antes de ser habitada, o coração precisa ser transformado. Essa transformação, por sua vez, só acontece pelo Espírito Santo e só é possível receber o Espírito Santo por meio da renúncia.
O coração não pode ser deixado solto, sem nenhuma direção. Ele precisa estar sob o governo de quem o conhece profundamente – o Próprio Deus. Então, quando o Espírito Santo passa a reger a vida, a ordem se estabelece de cima para baixo: o Espírito de Deus fala ao espírito do homem, que é o seu raciocínio, à sua mente e, assim, a razão passa a governar o coração. Isso não significa que a pessoa deixará de ter sentimentos, mas que eles passarão pelo filtro da razão e, principalmente, pelo filtro do Espírito Santo.
Quem deve comandar
A mesma cultura que promoveu a ideia de que o coração é o mocinho espalhou também que a razão é a vilã. Pessoas racionais são rotuladas como frias, calculistas e insensíveis e são constantemente aconselhadas a viverem mais pelo que sentem. Mas essas pessoas pensam a médio e longo prazo e consideram as consequências porque, depois que a emoção passa, as consequências permanecem.
Entretanto não basta apenas submeter o coração à razão. A própria razão precisa estar subordinada ao Espírito de Deus. O Espírito Santo fala ao espírito humano, à sua mente, ao seu raciocínio, nunca às emoções. E assim, quando o Espírito governa, a vida passa a caminhar segundo a perfeita Vontade de Deus.
O coração sente, mas não deve comandar – e esse é exatamente o coração que Deus deseja. Quando a Bíblia diz que Davi tinha um coração segundo o de Deus, fala de um coração subordinado à Sua Vontade. O maior exemplo disso é o Próprio Senhor Jesus, no Jardim do Getsêmani. Seu coração desejou escapar do sofrimento, mas Ele subordinou esse desejo à Vontade do Pai: “Todavia, seja feita a Tua vontade” (Mateus 26:39). Jesus foi para a cruz, ressuscitou e o plano da salvação foi estabelecido porque Ele escolheu obedecer. Esse é o modelo para nós.
Hoje, se temos acesso à vida abundante e à salvação eterna, é porque o Senhor Jesus não fez o que o coração pediu, mas o que o Espírito de Deus determinou.
Se Ele fez um sacrifício tão grande por nós, por que não nos submetermos ao mesmo Espírito? Ele não controla como uma marionete, mas guia com amor aqueles que se rendem completamente a Ele.
Lugar de morada
“Mesmo que o coração esteja cheio de erros e pecados, ele continua tendo um valor inestimável para Deus, porque Deus quer fazer do nosso coração a morada dEle. Só que Ele não pode habitar em um coração rebelde, corrupto, indomável, orgulhoso, nada disso. É preciso que o coração esteja submisso a Ele. E, para ganhar a alma das pessoas, Deus promete trocar o coração delas: ‘E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis’” (Ezequiel 36:26-27).
Meditação publicada na rede social do Bispo Edir Macedo

O coração a levou ao tribunal do crime
A busca incessante para ser feliz a todo custo conduziu a supervisora financeira Aline Gabeta, de 36 anos, a lugares que ela nunca imaginou. Foi em uma situação extrema que ela descobriu o que realmente estava controlando sua vida e que tomou a decisão que a transformou completamente
O vazio que ninguém via
“Por me sentir vazia, eu buscava felicidade nas conquistas. Apesar de ter um ótimo trabalho, nada me preenchia. Aos 19 anos, decidi me casar para ser feliz. Casei, mas não fui. Aos 20 anos, resolvi ser mãe. Engravidei e foi quando a depressão profunda começou. Passei a beber muito e a usar drogas para silenciar a dor. Nas festas, eu sempre exagerava. Até que, numa comunidade, conheci pessoas que me ofereceram um ‘trabalho extra’. Aceitei, por acreditar que encontraria a felicidade, e acabei entrando para o mundo do crime. Meu marido tentou me ajudar, me aconselhou e lutou, mas cansou. Ele sempre me perguntava: ‘O que eu preciso fazer para que você seja feliz?’ Sozinha no quarto, eu pensava: ‘Não sou digna dessa vida, porque tenho tudo que qualquer pessoa queria ter.’ Mas, apesar de por fora parecer que eu tinha tudo, por dentro minha alma sangrava e gemia.
Tribunal do crime
Fui a uma festa, bebi demais e arrumei uma briga. Eu já não tinha nada a perder. Saí decidida a acabar com a minha vida. Subi uma passarela, tentei me jogar, mas algo me bloqueou. Desci reclamando que eu não servia nem para morrer. Foi então que um carro preto parou. Homens me jogaram dentro dele, cobriram minha cabeça com um saco e me levaram ao ‘tribunal do crime’ por causa da briga com um dos donos da festa. A sentença já estava dada: ‘Hoje você vai morrer.’ Colocaram-me dentro de pneus, jogaram gasolina em mim e me deixaram encharcada.
Quando parecia o fim
Tive certeza que morreria, pois é impossível escapar do ‘micro-ondas’, como chamam queimar alguém vivo com pneus. Encharcada de gasolina, olhei para o céu e pedi perdão. Eu sabia das minhas escolhas erradas: nasci na igreja, afastei-me aos 18 anos, conhecia o caminho certo, mas não quis segui-lo.
Eles riscaram um, dois, três… dez fósforos. Nenhum acendeu, mesmo com meu corpo coberto de combustível. Eu só soube depois que minha mãe estava de joelhos orando por mim naquele instante. Um dos chefes disse: ‘O cara lá de cima tem algo forte para você. Hoje não é seu dia. Vá embora.’
Tiraram os pneus e me espancaram. Cheguei em casa ensanguentada. Meu marido perguntou: ‘Foi por isso que você me trocou?’ e foi embora. Fui para a casa da minha mãe, que me deu banho, ouviu meu desabafo e disse: ‘Agora vamos à Igreja Universal?’
Novo coração, nova vida
Na igreja, sem saber orar, eu disse: ‘Meu Deus, se ainda há jeito para mim, mostra, porque não tenho mais nada. Só este resto de vida’.
Percebi que me faltava o principal: o Espírito Santo. Fiz propósitos, me libertei e me batizei nas águas. Logo veio a Fogueira Santa, entreguei tudo no Altar e disse: ‘Senhor, toma minha vida, só peço que habites em mim.’ Então, uma paz profunda invadiu o meu ser, o vazio desapareceu e o Espírito Santo me preencheu.
Pouco depois, meu marido veio até mim e nosso casamento pôde ser restaurado. Hoje, minha filha tem não só uma mãe, mas uma amiga.
Minha vida é uma bênção. O fardo que era pesado agora é leve, porque Deus caminha comigo.”
Saiba mais
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A verdade é que todos já fomos vítimas do coração. Ele tem uma ficha criminal extensa com três características evidentes: enganador, perverso e indecifrável. E o Único que o conhece muito bem, é capaz de sondá-lo e afirma isso é Deus, como em Jeremias 17:9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”