O que Deus tem a ver com as suas escolhas?

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A superprodução Gênesis, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h, na Record TV, continua a mostrar aos telespectadores exemplos de situações cotidianas que, muitas vezes, não são observados em detalhes. A fase atual da trama narra a vida de Abraão (Zécarlos Machado), o Patriarca da Fé. Ele recebeu de Deus a promessa de uma descendência numerosa que viria a partir de Sua bênção. O juramento feito a Abraão incluía a aliança feita com ele e sua família, na pessoa de Sara (Adriana Garambone). Contudo, o tempo, um cruel inimigo, sobretudo para os ansiosos, foi traiçoeiro com ela que, com certa idade e impossibilitada de gerar filhos, encarregou Agar (Hylka Maria), sua serva, dessa função. As consequências dessa decisão puderam ser acompanhadas recentemente na novela.

ISMAEL a PÃO-DE-LÓ
Nas últimas semanas, os telespectadores da produção conheceram Ismael, interpretado por Henrique Camargo, filho de Abraão e Agar.

Na adolescência, o rapaz estava sujeito às próprias vontades, obedecia sua fértil imaginação e tramava maldades e arranjava desafetos. A lista de suas peripécias é longa. Em cenas que já foram ao ar, Ismael propôs um desafio que colocou em risco a vida de uma das crianças do acampamento, discutiu com a própria mãe e disse que mandaria nela um dia e também planejou uma armadilha com escorpiões na tenda de Massá (Marcos Winter) e Adália (Carla Marins).

Ismael cresceu cheio de orgulho por ser herdeiro de Abraão e se gabava de que teria com sua mãe um futuro diferenciado. Agar, para completar, repetia que a descendência de Abraão começaria a partir de seu filho. Ismael foi tratado a pão-de-ló por Agar, que amenizava o comportamento mimado e inconsequente do filho.

Muitas situações podem ter ocorrido com Agar. Ela, que era estrangeira, pode ter sentido certo abandono social e o fato de engravidar de um líder pode ter significado uma espécie de ascensão. Esse “sucesso” lhe subiu à cabeça e ela passou a tratar os outros, inclusive Sara, com certo desdém, como podemos ler em Gênesis 16.3-4: “Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã. E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos”.

Essa ilusão se desfaz com a notícia de que Sara está grávida. Depois do nascimento da criança, as desavenças ficam evidentes e Agar e Ismael precisam deixar o acampamento. Quando estão no meio do deserto, mãe e filho escutam a Voz de Deus: “(…) e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está. Ergue-te, levanta o menino e pegalhe pela mão, porque dele farei uma grande nação. E abriu-lhe Deus os olhos, e viu um poço de água; e foi encher o odre de água, e deu de beber ao menino.”
(Gênesis 21.17-19).

FRUTOS DA DESOBEDIÊNCIA
As consequências e as dores de cabeça provocadas pelo comportamento de Ismael e Agar surgiram com uma semente de dúvida que não foi sufocada, quando Sara concluiu que uma nação não poderia surgir de si e que o seu jeitinho era o melhor. Em vez de confiar e esperar as promessas de Deus, ela agiu de modo contrário à orientação dEle. Quanto às escolhas dela, Deus não pôde fazer nada. Sara era adulta, assim como Agar e Abraão, e precisava lidar com seu livre-arbítrio.

As consequências e os frutos de uma desobediência estão sendo acompanhadas pelo telespectador desde o primeiro capítulo da novela. Apenas os problemas e os personagens mudam. No início, a trama apresentou a criação do mundo e a decisão pessoal de Adão e Eva de experimentar o fruto proibido. Depois, a novela retratou Caim, que ignorou a necessidade de dominar os próprios sentimentos e matou o próprio irmão. No sétimo capítulo, uma Humanidade corrompida provocou em Deus o arrependimento de tê-la criado, o que levou ao dilúvio. A Bíblia mostra, de Gênesis a Apocalipse, que cada pessoa precisa lidar com as consequências de suas escolhas. E isso continua servindo de lição hoje.

Atualmente, muitos vivenciam os frutos decorrentes das próprias decisões. Em muitas delas, Deus nem sequer foi consultado e, se foi, Seus conselhos não foram ouvidos, pois Seu Espírito é um bom conselheiro para aqueles que O têm. Deus não pode fazer mais do que isso,

já que o poder de escolha cabe a cada ser humano. “O espírito dos profetas está sujeito ao controle dos próprios profetas”, como podemos ler em 1 Coríntios 14.32. Portanto decisões precipitadas, más escolhas amorosas, inconsequências financeiras e descontroles pessoais, assim como o caos na Humanidade e toda sorte de desordem que vemos, não deveriam ser colocadas na “conta” de Deus.

Ele, no entanto, é misericordioso e continua desejando não apenas o melhor, mas Sua plenitude, que é o Seu Espírito, a cada um. Assim como Deus se fez presente para Sara e Abraão, Agar e Ismael, Adão e Eva e a tantos outros, Ele está ao alcance de cada um de nós e, embora não possa mudar nosso livre-arbítrio (caso contrário criaria robôs ou filhos mimados), pode transformar o interior de quem O quiser, lhe dar uma nova chance e também uma nova vida.