"O meu pecado era minha incredulidade"

Dentro da Igreja, Wanderson Souza cria que se não tivesse um testemunho comovente não seria aceito por Deus

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O desenvolvedor de sistemas Wanderson Nascimento Souza, de 27 anos, conta: “Meus pais são obreiros, então, conheci a Fé ‘de berço’”. Apesar disso, ele não construiu uma relação com Deus na infância, se afastou da Igreja e revela como chegou a esse ponto: “Lembro que, na época, eu pensava que se eu não tivesse um testemunho comovente, Deus não me aceitaria”. Esse pensamento o levou a se frustrar. “O sentimentalismo, a necessidade de me sentir comovido, não me deixava assumir a posição de pecador, de entender que o meu pecado era a minha incredulidade em relação ao que está escrito na Bíblia. Eu não tinha aquela consciência de que eu, naturalmente, sou um pecador só por ser um ser humano”, explica.

Hoje ele sabe que muitos têm pensamentos semelhantes aos que ele teve e creem que seu testemunho será “fraco” se, antes de se converterem, não tiverem cometido pecados que chamam atenção – como cometer infidelidade matrimonial ou um homicídio, entre outros. Essas pessoas acreditam que uma história simples de retidão não convencerá os outros de sua fé. Elas se esquecem de que outros pecados menos visíveis, como o orgulho, a mentira, a ganância e até mesmo a desobediência à Palavra, também as afastam de Deus. A necessidade espiritual existe e não importa se a pessoa chegou em frangalhos ao Altar ou se experimentou poucos sofrimentos neste mundo.

O que ele encontrou

Wanderson relata que, na adolescência, sofreu bullying, incômodo que o fez trocar de escola pelo menos três vezes. “Na última mudança de escola, decidi abraçar o mundo de vez. A partir dali, me envolvi com tudo que me era apresentado, criei uma imagem de mim mesmo que era uma máscara para ser aceito, mas, no fundo, eu era medroso, com uma autoconfiança tão baixa a ponto de não ter segurança nem para escolher as próprias roupas. Tudo dependia da opinião de alguém, eu era sempre influenciado pelos outros. Eu queria ser alguém legal, desenvolto, simpático e aquele que todos gostariam de estar perto e, para isso, precisei dizer ‘sim’ a todas as propostas que apareciam: amizades, maconha, lança-perfume, bebidas alcoólicas e mulheres. Cheguei a cometer vandalismo e pequenos crimes”, declara.

Não demorou para que os problemas começassem a se acumular, como ele destaca: “Buscando me preencher, conheci minha atual esposa, Ingrid, e iniciamos um relacionamento todo errado. Comecei a ter conflitos com meus pais e o pensamento de me tornar mais homem, de tomar minhas próprias decisões e de fazer o que eu queria me fez sair de casa aos 19 anos. Eu e minha irmã fomos morar de favor na casa de um amigo e tivemos falsos momentos de liberdade: saíamos, andávamos pelos caminhos que queríamos e realizávamos nossas vontades. Algum tempo depois, no entanto, pediram para que arrumássemos outro lugar. Conseguimos uma casa de dois cômodos e não tínhamos nem sequer um fogão. Ali, conhecemos o frio e a fome”.

Nova chance

Essa vida de aparências mudou quando ele recebeu o convite para participar de um evento na Força Jovem Universal de Osasco, em São Paulo. “Era um show de talentos e eu, como aspirante a músico, fui participar. Fui ‘adotado’ por um obreiro que me ajudou muito, me ensinou sobre uma Fé que eu nunca tinha vivido, sobre sinceridade e sobre ser espiritual. Fui a uma reunião de sexta-feira de coração aberto e, no domingo da semana seguinte, me batizei nas águas. Quatro meses depois, recebi o Espírito Santo”, diz.

Hoje, ele entende que só frequentar a igreja, como fazia na adolescência, não é o suficiente. “A Universal nos apresenta uma Fé inteligente que vence o sentimento e nos tira da zona de conforto, uma Fé agressiva que não é encontrada em qualquer lugar. No entanto a vida com Deus não se restringe a estar na igreja. Quando comecei a viver a Fé de verdade, entendi a pessoa que eu deveria ser e as coisas das quais deveria me afastar. Também aprendi sobre ser verdadeiro, a assumir compromissos com fidelidade e a reconhecer todos os dias que eu preciso de Deus, que tudo é dEle, por Ele e para Ele. É claro que todos os dias mudo um pouco mais. Não é nada fácil seguir os passos de Jesus, pois Ele foi perfeito e eu sou cheio de falhas. Por isso, é importante ter o Espírito Santo para nos guiar”, afirma. Ele diz que, diferentemente de quando estava “livre no mundo”, agora é realmente feliz. “Aprendi sobre a Fé que me transformou e tem me transformado até hoje”, finaliza.

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Colaborador

Flavia Francellino / Foto: Demétrio Koch