O lado oculto do poder

Confissões de socialite norte-americana reveladas em livro mostram que o uso de rituais e feitiços nos bastidores do poder é mais comum do que muitos imaginam

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Um livro lançado recentemente nos Estados Unidos confirma, mais uma vez, que os bastidores do poder muitas vezes estão impregnados de ocultismo. Não é de hoje que se sabe que pessoas sedentas de poder lançam mão de rituais bizarros na tentativa de alcançar postos de destaque, influenciar outras pessoas e manter as aparências.

A responsável pelas revelações mais recentes sobre o tema é a jornalista e socialite Sally Quinn (foto ao lado), de 76 anos. No livro de memórias Finding Magic: A Spiritual Memoir, ela confessa que usou feitiços para prejudicar seus inimigos.

A história chama ainda mais atenção porque Sally tem uma posição de destaque nos Estados Unidos. Ela é viúva do famoso editor-executivo do jornal Washington Post, Ben Bradlee, morto em 2014. A relação estreita com o poder começou na época em que o casal mantinha amizade com John F. Kennedy, presidente norte-americano entre 1961 e 1963.

Sally foi colunista no jornal Washington Post, que é um dos veículos mais influentes dos Estados Unidos, além de ser reconhecida pela sociedade norte-americana como a maior anfitriã de festas que reuniam representantes da elite na cidade de Washington, como detalha Connie Schultz em crítica do livro publicada no mesmo Washington Post. “Em algumas das passagens mais preocupantes deste livro, ela descreve o lançamento de hexágonos sobre pessoas que mais tarde morreram”, escreve Connie.

Ocultismo e mortes

Sally confessa que teria sido responsável pela morte de três pessoas com as suas magias. A primeira foi uma jovem que teria flertado com um de seus primeiros namorados e que se suicidou após o ritual de Sally. A segunda foi um editor da revista New York, que teria sido alvo de feitiço por publicar um perfil desfavorável sobre ela. Anos depois, ele morreu de câncer. Sally afirma no livro que acredita que a doença teve ligação com o ocultismo. A terceira foi uma psiquiatra que teria feito um diagnóstico devastador sobre o filho de Sally e que morreu vítima de uma hemorragia cerebral.

Sede de poder

Sally conheceu o editor Ben Bradlee, 20 anos mais velho do que ela, na época em que ele estava se tornando reconhecido por comandar a famosa cobertura do caso Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon. Ela tinha 20 anos e era uma recém-contratada do jornal. No livro, Sally revela que se aproximou do editor, que na época era casado, por meio de cartas de amor anônimas. Depois, ela admite no livro que alimentou fofocas sobre o caso extraconjugal.

A jornalista também diz que ameaçou Bradlee de traição duas vezes para conseguir o que queria: da primeira vez, para oficializar a união dos dois, após cinco anos de convivência; depois, ela o pressionou para que os dois tivessem um filho.

Fofocas e poder

Em entrevista à jornalista Sandra Mcelwaine no site The Daily Beast, Sally fala abertamente de sua “inclinação para as fofocas”. “Os jornalistas prosperam nas fofocas, mas esse é um fluxo de informações. Eu sempre pensei, particularmente em Washington, que o conhecimento é poder. E assim, quanto mais você sabe…”, diz.

Magia negra

No Brasil, outra mulher ligada ao poder fez revelações intrigantes sobre rituais que seriam realizados na mais alta instância do Poder Executivo no País. No livro Tudo o que Vi e Vivi, Rosane Malta, ex-mulher de Fernando Collor, disse que os dois praticaram rituais nos anos 1990, na tentativa de permanecer no poder. “Ao longo de todo o tempo em que estivemos casados, Fernando se dedicou a rituais de magia negra.”

Em trecho que fala sobre a disputa eleitoral para a Presidência da República, Rosane relata que a preocupação do então candidato Collor com a candidatura do apresentador Silvio Santos o levou a buscar uma solução para barrar o adversário: “meu marido estava crescendo nas pesquisas, mas ficou doente de raiva com essa notícia e lançou mão de um recurso que, mais tarde, acabou sendo muito frequente em sua vida: a magia negra”, escreve. “Coincidência ou não, pouco tempo depois a candidatura do empresário das comunicações foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral”, continua.

Os rituais também teriam sido usados em outras ocasiões, como durante a candidatura de Collor ao governo de Alagoas, até que Rosane decidiu deixar o hábito. “Depois de viver todas aquelas desilusões com meu marido, concluí que não valia mais a pena seguir o que não combinava comigo só para fazer as vontades dele”, escreve ela, que se converteu e afirma no livro que foi salva por Jesus.

Antes de publicar o livro, Rosane fez revelações sobre rituais macabros que seriam realizados na Casa da Dinda em entrevista exclusiva à Folha Universal, publicada em 2008, na edição 828. “Não gostava de assistir. Teve uma única vez que vi e passei muito mal, fiquei enjoada.”

Caminho do mal

Muitos conquistam fortuna e poder de forma maléfica e cometem atos cruéis para manter o status que esse mesmo poder proporciona. Uma escolha perigosa, que não garante o sucesso almejado. Ao contrário, leva a um caminho tortuoso e macabro.

Sally Quinn e Rosane Malta são exemplos de que esse tipo de atitude nefasta ocorre nos altos escalões, seja na esfera social, seja na política.

Trapaças e feitiços de todos os tipos são recursos presentes nos bastidores do poder.

A suspeita mais recente vem dos Estados Unidos e envolve John Podesta, presidente da campanha de Hillary Clinton, que foi acusado de envolvimento com o satanismo. Apesar da repercussão, o boato foi desmentido em reportagem do jornal Washington Post. Pelo sim ou pelo não, vale ficar de olho nas relações mantidas pelos poderosos.

Você já parou para pensar em quantas outras pessoas influentes podem ter cometido atos diabólicos para chegar ao lugar em que estão?

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Por Redação / Fotos: Montagem sobre fotos Fotolia, Reprodução e Folhapress